Volto a um lugar gémeo da memória
Volto a um lugar gémeo da memória
e retenho um diálogo a dançar-me nos lábios:
amo-te como no tempo em que o meu corpo
era uma ilha e nenhuma palavra me parecia
intrusa dentro da tua boca.
Amo-te. Vejo na tua face a pátria e o exílio
onde, simultaneamente, me sinto.
Chamo-te a minha fuga,
asas desenhadas no meu riso.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
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