Não me lembro da cor dos meus olhos,
quando, em menina, me comovia
com heróis imaginários.
Mas, recordo-me bem, eu fui a princesado conto de fadas da minha infância.
Do âmago da emoção a contemplo,
prisioneira do mesmo luar
que me protegia da noite. Sobre isto, não há lugar
para explicações metafísicas. Tudo se esgotava naquele
mundo encantado de palavras, que me apagavam do olhar
todas as sombras. Depois, perdi a inocência, por descuido,
e deixei de ser princesa.
Blondina era o seu nome.
Graça Pires
De Reino da lua, 2002
Graça, vc é sempre uma surpresa. Esse poema nos rasga, é um relâmpago a devassar nossos sentimentos. E o Boubat? Seu marido acertou, linda escolha. Parabéns para vocês. Abraço.
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