21.2.07

Em seara alheia




ZECA AFONSO: TROVADOR
DA VOZ D'OURO INSUBMISSO



É de murta e de mar a tua voz
Com algas de canção estrangulada.
Aberta a concha da trova malsofrida
Saíste como sai a madrugada
Da noite, virginal e humedecida.

É de vinho e de pinho a tua voz
Com pranto de insofríveis flores banidas.
Mas é pela tua garganta que soltamos
As eriçadas aves proibidas
Que no muro do medo desenhamos.
Natália CorreiaIn: O Sol nas Noites e o Luar nos Dias, 1º vol.
Lisboa : Círculo de Leitores, 1993

2 comentários:

  1. "Cidade
    Sem muros nem ameias
    Gente igual por dentro
    gente igual por fora
    Onde a folha da palma
    afaga a cantaria
    Cidade do homem
    Não do lobo mas irmão
    Capital da alegria

    Braço que dormes
    nos braços do rio
    Toma o fruto da terra
    E teu a ti o deves
    lança o teu
    desafio

    Homem que olhas nos olhos
    que não negas
    o sorriso a palavra forte e justa
    Homem para quem
    o nada disto custa
    Será que existe
    lá para os lados do oriente
    Este rio este rumo esta gaivota
    Que outro fumo deverei seguir
    na minha rota?"

    (Zeca Afonso in Utopia)

    A minha singela homenagem... ele está bem VIVO no nosso coração.

    Permita-me que lhe leve "emprestado" um poema seu. Gosto da muito da sua poesia e descobri-la aqui foi um encanto para mim.

    Algum inconveniente, será de imediato retirada.

    Um abraço ;)

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  2. Obrigada pelo poema que eu não conhecia. Para o Zeca todas as homenagens são poucas. Quanto aos meus poemas obrigada por gostar e pode levar "emprestados" os que quiser. Um abraço

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