2.2.07

Ignoro quantos navios partiram

Claude Monet


Ignoro quantos navios partiram,
ao primeiro sinal da estrela d’alba,
presos ao derradeiro sonho.
Venho de lugares onde me corrompi,
para tornar de pedra qualquer culpa.
Quero captar o brilho da sombra,
ou entender, apenas, a indecisão da luz,
com os olhos alagados de paixão.


Graça Pires
De Uma certa forma de errância, 2003

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