Novamente um mar. O entardecer
quando as nossas mãos se transformam
em veleiros que partem com o vento
e nós somos, apenas, o fruir
deslumbrado do silêncio.
Moramos entre pinheiros altos
e, do chão, apenas a relva vermelha
nos pode resgatar.
Aquilo que dizemos coincide
com a terra renovada.
Por isso, as searas hão-de vir
rodear-nos a cintura
e escreverão no pão a nossa fome.
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1994
Que prazer regressar e sempre, novamente, um - novo - mar.
ResponderEliminarHMM
Obrigada Hugo. Também tenho andado atenta aos teus "Poemas do Mundo" e agradavelmente surpreendida.
ResponderEliminarUm abraço
GP
Com muito prazer, Graça Pires, que descobri o deleite em seus escritos. Tornei-me sua admiradora e de sua sensibilidade. Transcrevo em meu blog seu belíssimo poema "Novamente um mar", pois o seu poema traduz mais o que estou a sentir do que as linhas de minha autoria. Se quiser dar-me a honra de conhecer meu humilde cantinho, passe por lá! Beijo grande e obrigada por poder compartilhar de sua altíssima qualidade literária.
ResponderEliminarTodo o carinho meu.
Bárbara Carvalho (São Paulo - Brasil)
http://cinzasdecarvalho.zip.net/