Encosto a cara às quimeras da infância,
para exorcizar a inocência perdida
e rodopiar, sobre os sonhos, a valsa
solitária da criança que fui,
quando as minhas mãos, nativas do sol,
eram aves de múltiplas cores.
Páro todos os relógios, para escutar
a respiração dos dias.
E, como um actor que se esgota na personagem,
rasgo o cenário e danço, como um louco, em redor
de malogros entralaçados nos meus pulsos.
Tenho, em volta do pescoço, uma lua
transparente que me enrouquece a voz.
Graça Pires
De Reino da lua, 2002
bom dia, graça. venho convidá-la a visitar o seguinte blog:
ResponderEliminarhttp://portuguesapoesia.blogspot.com/
espero que goste. um beijinho.
Um lindíssimo poema conjugado com as cores maravilhosas!
ResponderEliminarAlice, boa tarde. Já visitei o blog "Poesia Portuguesa". A "Menina Marota" é muito generosa por patilhar, assim, o espaço dela comigo. Gostei muito. Obrigada por mo indicar. Um beijinho.
ResponderEliminarPaula Raposo, obrigada pela visita e pelo seu simpático comentário.Um beijinho.
Graça, Graça, sempre a mesma poeta encantante e encantada. Já tinha lido esse poema em um de seus livro, mas lê-lo novamente é sempre uma oferenda de ternura. Abraço carinhoso. Saudades.
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