14.8.07

A nitidez do tempo

Alex Jawdokimov

A quem anunciarei a súbita clareira,
onde a lua do meio-dia
anula a morte das aves nocturnas?
Há uma cilada de palavras a envolver a volúpia,
no vértice de um sexo quase puro.
A vigília do poema acende-se numa linguagem única
e a forma adejante das letras traça ficções de solidão
nas minhas veias, por onde circulam ódios e paixões.
Qualquer eternidade me aguarda,
porque ouço a nitidez do tempo retocando o meu olhar.


Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997

10 comentários:

  1. O tempo, dizem, é sempre bom conselheiro...

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  2. vigilância de gumes.


    acertada.


    tempo nítido. nunca nulo.



    boa noite.


    _______________.

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  3. "Qualquer eternidade me aguarda,
    porque ouço a nitidez do tempo retocando o meu olhar"

    O Tempo... que me resta do tempo, que já não tenho, para me dar ao tempo onde permaneço?

    Lindo o teu poema...

    Grata pelas suas palavras...

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  4. "Qualquer eternidade me aguarda,
    porque ouço a nitidez do tempo retocando o meu olhar."

    Chega a doer tal a sua poética.

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  5. Vim ler-te... e deixar-te um beijo de saudades!

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  6. Como tens constatado, gosto muito de poesia.E gosto muito dos teus poemas.Muitas vezes passo por aqui, leio e saio em silêncio.
    Prometo voltar mais vezes.
    Beijinhos

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  7. Gostei muito deste cantinho... Tem charme!

    Abraço do FM

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  8. gostei muito deste poema.

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  9. O tempo. Nem sempre, digo eu. Um abraço Luis.
    "Tempo nítido. nunca nulo. Gostei Isabel, obrigada e um beijo.
    Menina, tenho tempo para agradecer a visita. Um beijo.
    Helena, volta sempre.
    Maria obrigada pela visita.
    A.S. Não vou perguntar porquê. Mas fazes falta. O teu espaço. A tua poesia. Um abraço.
    Sophiamar, nunca me passou pela cabeça que não gostasses de poesia. Basta visitar o teu blog. Volta sempre mesmo que leias e saias em silêncio. Um beijo.
    Obrigada Fernando Pinto pela visita e pelas palavras.
    af, obrigada por gostares do poema.

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