Refazemos o dia, pacientemente,
e mastigamos as raízes de um compromisso
quotidiano e social.
Temos em comum o coração
e sabemos que o mesmo fio de sangue
nos tece o equilíbrio.
Por isso modelamos o itinerário de um conforto
partilhado, como se, desse modo, nos fosse
prorrogada a morte e ficássemos cúmplices,
uns dos outros, na teia da vida.
Graça Pires
prorrogada a morte e ficássemos cúmplices,
uns dos outros, na teia da vida.
Graça Pires
De Ortografia do olhar, 1996
E somos cúmplices uns dos outros na teia da vida.
ResponderEliminarGostei!
Beijinhos
"Por isso modelamos o itinerário de um conforto
ResponderEliminarpartilhado, como se, desse modo, nos fosse
prorrogada a morte e ficássemos cúmplices,
uns dos outros, na teia da vida."
Reconheço-me e gostaria de o ter escrito.
é isso: as raízes de um compromisso. inelutável...
ResponderEliminar«o mesmo fio de sangue
ResponderEliminarnos tece o equilíbrio»
como disse o meu antecessor, a raiz de um compromisso...
... nem sempre fácil, acrescento, mas poderá estar nesse «equilíbrio» que só sustentamos por vias do «mesmo fio de sangue».
muito belo o que escreves,
bela a tua forma de reflectir a família.
Um belo poema.
ResponderEliminarAgora uma pergunta: a imagem é de "Ladrões de Bicicletas"?
Boa semana para si.
É verdade Graça...
ResponderEliminarSophiamar, que bom teres gostado. Beijos.
ResponderEliminarHelena, é um grande elogio o dizeres que gostarias de ter escrito o poema. Obrigada e um beijo.
Herético, obrigada e um abraço.
Maria M., reflectir a família... Obrigada por gostares.Um beijo.
Obrigada Vieira Calado pela visita. A imagem não é do filme "Ladrão de Bicicletas". É uma fotografia de Paul Strand, intitulada "A família". Como foi tirada em Luzzara (Itália) em 1953, talvez daí a associação a alguma imagem do filme que se passa nos meios mais pobres de Roma. Um abraço.
Luis volta sempre. Um abraço.
É lindíssimo, o poema, Graça, o modo como diz de afectos e de cumplicidades, do conforto do reconhecimento. Uma teia tão frágil, mas pouco mais se ergue entre nós e o frio do deserto.
ResponderEliminarUma boa noite, um beijo
Soledade, é mesmo frágil a teia, concordo. Daí a cumplicidade e o afecto. Obrigada e um beijo.
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