John Miler
Na periferia da manhã, levemente adiada,
improviso uma ilha.
Tão nua como páginas em branco.
E concedo-me o direito de esperar Ulisses.
A minha fronte marcada com palavras sem destino.
O teu rosto, longamente procurado,
não tem búzios, nem conchas, nem corais.
Na praia, até então intacta,
sinto a luz de teus passos.
Ou será uma onda fugitiva,
a tornar transparente a tua ausência ?
Graça Pires
improviso uma ilha.
Tão nua como páginas em branco.
E concedo-me o direito de esperar Ulisses.
A minha fronte marcada com palavras sem destino.
O teu rosto, longamente procurado,
não tem búzios, nem conchas, nem corais.
Na praia, até então intacta,
sinto a luz de teus passos.
Ou será uma onda fugitiva,
a tornar transparente a tua ausência ?
Graça Pires
De Uma certa forma de errância, 2003
fico. na periferia da tua ilha. especial.
ResponderEliminarfico.
por dentro.
obrigada Graça.
mt.
Lindo demais...
ResponderEliminarQuero essa ilha para mim...
sOl*
"sinto" um abraço de Sophia ;)
ResponderEliminarsinto uma busca de nudez, pureza,...
bjo.
"O teu rosto, longamente procurado,
ResponderEliminarnão tem búzios, nem conchas, nem corais."
Lindo.
Ainda há ilhas destas (mesmo inventadas)?
ResponderEliminarNão se perdeu já tudo o que havia para sonhar?
Desculpa a provocação. A resposta é NÃO.
Nem sei se destaque o despojamento, a pureza intacta (mas desolada) da fotografia, se a ficção da espera que o poema me conta. Haverá ausências transparentes? Valerá a pena esperar por Ulisses? A que Ítaca queria Ulisses de facto tornar? Interrogo-me acerca desta *condição* de se ser Penélope.
ResponderEliminarUm beijo
A transparência da ausência - belo; é que às vezes sinto-a tão opaca!
ResponderEliminarMais uma vez, belo poema!
ResponderEliminarQuando quiseres aparecer, serás bem recebida!
parabéns pela deliciosa escolha! beijinho
ResponderEliminarO teu rosto, longamente procurado,
ResponderEliminarNa praia, até então intacta...
(Não ousei pisar a areia, fiquei a olhar, de longe...)
belo o marulhar da onda fugitiva...
ResponderEliminarcomo o terno regaço Penelope. por abrir...
É forçoso que clarifique o meu post anterior, onde dizia:
ResponderEliminar«Ainda há ilhas destas (mesmo inventadas)?
Não se perdeu já tudo o que havia para sonhar?
Desculpa a provocação. A resposta é NÃO».
A última frase deveria ter saído assim: «Desculpa a provocação das perguntas. A nossa resposta é: NÃO PAREMOS DE SONHAR!»
Um beijo
Gostei das palavras.
ResponderEliminarbj
Gui
coisasdagaveta.blogs.sapo.pt
Isabel, gosto que fiques na periferia ou por dendro da minha ilha improvisada.
ResponderEliminarPodes ficar com a ilha sOl.
Sim Maria, a Sophia é uma grande inspiradora.
Bem hajas Mïr.
Soledade, achei que a fotografia ia bem com o poema: uma ilha tão nua como páginas em branco.Ser Penélope: fazer e desfazer a manta de retalhos da vida no tear da coragem.
Helena, todas somos Penélope. Todas sabemos que Ulisses chegará.
São, obrigada pela visita e pelas palavras.
Alexandre, obrigada e volte sempre.
Luís e Herético obrigada pelas vossas sensíveis e poéticas palavras.
Bem me parecia João Carlos que tu ainda sabias improvisar a esperança. Afinal todos esperamos, a vida inteira se necessário for, por um sonho, ou por um grande amor,ou por um poema,ou por qualquer coisa que nos desoculte as sombras do olhar.
Obrigada Gui.
Beijos para todos.
Eu também improvisaria uma ilha, enquanto estivesse tecendo um manto...
ResponderEliminarMagnífico, amiga. Só catando assim, para ler esses poemas antigos. Lerei aos poucos, encaixando no meu tempo. Obrigada pela beleza.
Beijinho