27.11.07

Nómada da noite

Todd Gipstein

Nómada da noite, entro no coração do texto,
para dizer o exílio nos olhos de Ulisses.
Tenho a idade dos barcos que sonhei.
Um traço de infortúnio atravessa meus lábios,
espessando o sangue que, nas veias, vai cerzindo
a distância que me separa do absurdo.
Há quem enlouqueça a olhar o mar,
com barcos sangrando sobre as costas.


Graça Pires
De Uma certa forma de errância, 2003

17 comentários:

  1. há exilios assim - próximos da loucura. e olhos que alcançam longe e fundo.

    (e poemas deslumbrantes...)

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  2. Outro Grande poema. O início fez-me lembrar Corto.

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  3. "...a distancia que me separa do absurdo...". Ás veces é tan pouca e ás veces demasiada, máis nunca se atopa lonxe.

    Fermosas palabras.

    Apertasss
    :)

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  4. O sangue, sempre o sangue, sinónimo de dor, ou de vida?

    E o que é o absurdo? Aquilo que sonhámos e não tivemos?

    Esperemos pelo fim do universo e pelo próximo Big Bang.

    Para recomeçar.

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  5. Mais um bom poema!
    Abraço.

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  6. Anónimo6:14 p.m.

    nómada do mar, feito barco, feito busca inscrita no sangue líquido das intempéries marítimas, feito horizontes inalcançaveis -

    muito bom, Graça!

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  7. estou rodeada de absurdo, ainda não consegui esse afastamento

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  8. Anónimo9:57 p.m.

    Cara Graça,
    Manifesto-lhe os meus sinceros parabéns pelo que escreve.

    Um abraço
    Mel

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  9. deixo-te beijinhos e agradeço as palavras amigas.
    Tem uma boa noite.

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  10. Anónimo4:23 a.m.

    O mar sentido.

    Belo!

    bjs
    Ana

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  11. aqui fica um mimo para a acompanhar nessa vastidão de oceano!
    beijinho

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  12. Anónimo2:21 p.m.

    O mar, os barcos, a errância... O exílio de Ulisses. Tantas vezes na sua poesia! Mas Ulisses é o Homem do Regresso. O que escolheu dizer não aos deuses.
    Um beijo

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  13. Anónimo5:33 p.m.

    Há quem mergulhe nele, tentando lavar a alma, purificar o sangue que lhe jorra do peito.

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  14. obrigada Graça.




    por este teu mar....



    lúcido.




    bjj de boa noite.

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  15. Há exílios assim, Herético, tão rentes à solidão que levam à loucura.

    Obrigada Helena, Marinha de Allegue, São, Mel, Ana, Teresa,Alexandre, Magnohlia,Sophiamar, Noite e Hora tardia. Um beijo para vocês.

    Olá João Carlos. Não nos dói a vida tantas vezes absurda?

    Maria, gostei da interpretação que fazes do poema.Um beijo.

    Soledade, é verdade: Ulisses é o homem do regresso. Penélope é a mulher de todas as esperas. Um beijo.

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  16. mais um belo poema

    enlouqueço eu saudavelmente, enquanto te leio e no mar o meu olhar é silêncio enquanto sorve cada onda no sei vai e vem

    exilada deixo-me embarcar na tua poesia

    o meu abraço terno

    um beijo para ti Poeta que me encanta

    lena

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