3.12.07

Deixo-me guiar

Pascal Renoux


Deixo-me guiar pela cor
indefinível das marés.
Enrolo, em cada frase,
toda a areia da praia,
para ancorar as mãos.
Panos de luto nas velas
de um navio assinalam
a solidão dos pássaros
quando a tempestade
lhes aprisiona as asas.


Graça Pires
De Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos, 2007

20 comentários:

  1. Às vezes, também há um luto na tua poesia, uma cambraia que tremula e nos deixa entre o silêncio e uma inevitável angústia.

    Apesar de lindo, gostava que não tivesses escrito este poema.

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  2. Aqui cheguei pelas indicações do Vieira Calado. Gostei muito deste lugar. Voltarei mais vezes, com mais calma, deixando-me guiar...
    Um abraço.

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  3. mt interessante o blogue. n conhecia.

    deixo uma dica de um autor novo que merece ser divulgado:

    www.tiagonene.pt.vu

    Bi.

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  4. É um poema (como o anterior) mais sombrio que outros que aqui lemos. Mas que seria da luz sem a sombra? Tudo é vida. Imobilismo, asas goradas, mãos ancoradas, sentimento de confinamento também. Mas a poesia é um voo. Voemos, pois!
    Um beijo, Graça
    P.S.: O Google também nos vai confinando, já reparou? Esta recém imposição de ter de abrir conta no google ou no blogger para comentar no blogspot.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. É por vezes nos momentos de luto da nossa alma que melhor a interpretamos.

    Foi com muita simpatia e ternura que aceitei e publiquei o prémo que teve a gentileza de me atribuir.
    Espero que não se importe que mais uma vez lhe tenha "roubado" um poema...

    Um abraço carinhoso-

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  7. «Deixo-me guiar pela cor
    indefinível das marés.»

    e eu sempre me deixo guiar, encantar pela tua poesia!

    boa semana, Graça.

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  8. Hoje através da "Menina Marota" voltei ao teu site que um dia visitei...mais uma vez perdi-me nos teus sempre belos poemas e foi um fim de tarde maravilhoso.
    Obrigada!

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  9. um marulhar triste. talvez nostálgico. na cor das ondas...

    belo. o poema

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  10. Lindo...

    e quantas tempestades pouco ventosas, aprisionam os humanos...

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  11. Apesar das asas prisioneiras

    que te valha o coração

    das aves

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  12. Conjunto muito bonito, linda!
    Beijo.

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  13. e essa solidão cresce tanto que se desespera

    um beijo

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  14. Querida Poeta

    fui eu que me deixei guiar por tão belo poema

    senti o cheiro a maresia e bailei nas ondas desse mar para pintar as velas de branco

    a solidão pode ser tempestade...

    mas tua maré tem as cores mais belas e doces que te guiam a bom porto

    um abraço meu onde a ternura mora

    beijinhos para ti

    lena

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  15. Só para te saudar!
    Abraço.

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  16. Gostei deste seu bem elaborado poema.
    Cumprimentos

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  17. ...também eu me deixo, tanta vez, guiar pelas marés...também eu faço lutos pelos muros, onde mais tarde, quando o sol acorda em mim, desenho a giz, pássaros e borboletas e risos de alegria!

    Maria Mamede

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  18. João Carlos, na minha poesia, como na tua, há alegrias e mágoas, sombras e luz. É inevitável. Um grande beijo.

    Lívia, obrigada pela tua visita, volta sempre.

    Soledade, é assim, como quem convoca as sombras para encontrar a luz. Um beijo.

    Menina, é sempre um prazer que leve os meus poemas. Obrigada.

    Maria, obrigada pelas palavras.

    Maria Clarinda, que bom teres voltado. Irei ao teu espaço.

    Herético, a nostalgia consegue cercar sempre o que escrevo.

    Luís, não podemos deixar que nos façam prisioneiros do que quer que seja.

    Obrigada Mar Arável, e que me valha o coração das aves.

    São, obrigada por aqui vires.

    Teresa, a solidão... é a solidão.

    Lena, que bom teres bailado nas ondas deste mar para pintar as velas de branco. Sim a solidão pode ser tempestade...

    Maria Mamede, obrigada pelas bonitas palavras e continua a desenhar a giz, pássaros e borboletas e risos de alegria...

    Um beijo para todos e obrigada.

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  19. Gosto muito da sua forma de escrever, do seu poetar...

    Beijinhos

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  20. Tomei conhecimento do teu trabalho através de Luis Gaspar, do Estúdio Raposa. Adorei a tua poesia, não a conhecia. Agora estarei sempre por aqui, visitando as tuas palavras.

    Um abraço poético.

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