16.12.07

Um encontro




Deambulei em volta do mundo,
à procura do lado mais selvagem da noite.
Encontrei-te no lugar onde o arco-íris
entorna o excesso de cor.
Havia, no teu olhar, um sinal
de sentido obrigatório,
uma passagem secreta
ajustada ao desejo,
um brilho inocente e cúmplice
que aqueceu o tumulto dos meus olhos.
Subleva-se, agora, um rio no meu corpo,
enquanto, à flor da pele, a urgência da sede,
toma o pulso dos dias
e redime a mendicidade das mãos.


Graça Pires
De Ortografia do Olhar, 1996

17 comentários:

  1. «Encontrei-te no lugar onde o arco-íris
    entorna o excesso de cor.»

    muito bela a sensualidade deste poema. momento único.

    ResponderEliminar
  2. "um brilho inocente e cúmplice
    que aqueceu o tumulto dos meus olhos"...

    Esta frase fez-me recordar um momento que dura Há quase 8 anos... um amor que sobrevive contra muitas marés.

    Lindo poema.

    ResponderEliminar
  3. Cada palavra é uma prece onde se escondem todas as outras por dizer mas pressentidas. Belíssimo!

    ResponderEliminar
  4. "...Encontrei-te no lugar onde o arco-íris
    entorna o excesso de cor..."
    Ei, Graça! Que versos criativos você escreve neste post, além da linguagem primorosa. Romance em grande estilo, contudo, sem perder a doçura.
    Beijos, e tenha a melhor das semanas!

    ResponderEliminar
  5. A urgência da sede. De todas as belas imagens que este poema inventa, esta urgência e esta sede são um chamamento à Vida. Ao Amor.

    Algo que nos transcende.

    Continuas a fazer poesia.

    Um beijo

    ResponderEliminar
  6. Um fabuloso encontro...lá, no arco-íris...beijos.

    ResponderEliminar
  7. Havia, no teu olhar, um sinal
    de sentido obrigatório,
    uma passagem secreta
    ajustada ao desejo_______________.



    teu. olhar.


    tua a escrita.


    ________________nosso o prazer. de te ler.



    beijo.

    ResponderEliminar
  8. Atopar sempre é fantástico...

    Beijossss.
    :)

    ResponderEliminar
  9. Lindo poema de amor...

    abraço

    ResponderEliminar
  10. que as tuas "deambulações" prossigam. que (para além de outros "sentidos obrigatórios") tem o mérito de tão belos poemas.

    ResponderEliminar
  11. SENSUALIDADE E CONQUISTA

    PORQUE ATÉ NOS CAMINHOS MAIS

    INIMAGINÁVEIS

    O PÓ

    SE LEVANTA

    POR AMOR

    ResponderEliminar
  12. PAsso para deixar um polen, para agradecer as palavras; para desejar que fiques bem.
    bj
    Gui

    ResponderEliminar
  13. Não parece *um* encontro, mas *o* encontro: a cumplicidade, uma urgência terna e sensual, uma totalidade que "redime a mendicidade das mãos". Que mais desejaríamos?
    Venho deixar um beijo pelo poema. E desejar Boas Festas: um Natal quentinho e alegre, um 2008 cheio de boas novidades.
    Um beijo

    ResponderEliminar
  14. Gostei
    muito do poema.

    Boas Festas.

    ResponderEliminar
  15. querida graça, venho de mãos sós e castas desejar-lhe um santo natal.

    que em 2008 sobreviva a poesia. um grande beijinho.

    ResponderEliminar
  16. Obrigada a todas e a todos pelas vossas palavras amigas.
    Agora só voltarei em 2008.
    Desenhem uma estela no olhar e efeitem com ela o Natal que desejam.
    Que o novo Ano traga a todos tudo o que mais querem.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  17. ..."e redime a mendicidade das mãos"...
    Muito belo Graça, muito belo mesmo!
    Parabéns!!!

    Um beijo



    Maria Mamede

    ResponderEliminar