Do lado da manhã revi o mar,
trazido no olhar de quem partia.
Erectos, os mastros, desnorteiam
as gaivotas que ostentam uma âncora
pintada nas penas.
Um perigoso vento marítimo
inclina-se sobre a noite caiando, de negro,
a deriva dos búzios.
Os barcos ancorados nos meus braços,
impedem-me de abraçar o mar.
O voo impreciso dos veleiros
torna errante a espuma das conchas.
Mas que mar é este, anterior às dunas,
só conhecido pelos náufragos?
Graça Pires
trazido no olhar de quem partia.
Erectos, os mastros, desnorteiam
as gaivotas que ostentam uma âncora
pintada nas penas.
Um perigoso vento marítimo
inclina-se sobre a noite caiando, de negro,
a deriva dos búzios.
Os barcos ancorados nos meus braços,
impedem-me de abraçar o mar.
O voo impreciso dos veleiros
torna errante a espuma das conchas.
Mas que mar é este, anterior às dunas,
só conhecido pelos náufragos?
Graça Pires
De Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos, 2007
Atenção: há mais poemas meus na voz de José-António Moreira em Sons da Escrita
Quando publicas um livro??
ResponderEliminarUm apertado abraço, amiga!
Sua palavras me alimentam a alma
ResponderEliminaré o mar literário de ondas versos e marés poema :) e tem uma praia chamada graça onde se encosta :)*
ResponderEliminar(muito obrigada e um beijo especial)
na casa da poesia,(re)encontro o mar, belo e primordial, poético...
ResponderEliminarPalavras lavradas com a magia do teu sentir.
ResponderEliminarBelo poema!
Bjos
"Mas que mar é este, anterior às dunas,
ResponderEliminarsó conhecido pelos náufragos? "
o mar do olhar transparente dessa imagem de infinito infinitamente azul.
Belíssimo!
é um mar perigoso e errante...
ResponderEliminarabraço
poema carregado de "fado". lembrando Pessoa.
ResponderEliminartrágica a pergunta com que encerras. nada mais sofrido que o mar apenas conhecido de náufragos...
excelente, claro.
Nossa, Graça, cada vez que te leio, sinto-me tão preenchida. A tua poesia cria imagens únicas: 'inclina-se sobre a noite caiando, de negro, a deriva dos búzios.' Fico realmente extasiada. Só tenho a agradecer por isso. A tua poesia me alimenta.
ResponderEliminarAbraços,
Ah, uma amostra de mim está no Lugar aos Outros do Estúdio Raposa e inclusive Luis Gaspar menciona o teu nome lá. Fiquei feliz com isso.
Surrealismo!
ResponderEliminarMuito bem escrito.
Saudações.
É um mar profundo, um mar de todas as viagens.
ResponderEliminarMuito belo, como, aliás, são todos os teus poemas.
Beijos
à deriva do muito que a vida tem de fútil....
ResponderEliminaruma voz assim desnorteia qualquer vento.
Graça.
é muito muito bom.
como desde que te descobri.
o que tenho de agradecer aos deuses.
acaso tão feliz.
um beijo.
"Barcos ancorados nos meus braços", lindo e poderoso!
ResponderEliminarA poesia é omnipotente!
Saudade. Como sempre, lindos textos. Beijo.
ResponderEliminaré o mar das dunas
ResponderEliminarou se quiseres
um barco com leme
a lavrar as águas
o meu mar arável
É provavel que o mar também queira saber quem é você que busca encontrar os seus segredos.
ResponderEliminarCadinho RoCo
muito bonito
ResponderEliminarvenha participar no nosso cantinho em www.luso-poemas.net , vai adorar:)
beijinhos
Cá volto para lhe dizer que tem qualquer coisa para si, no meu blog.
ResponderEliminarCumprimentos.
Boas,
ResponderEliminartem aqui um blogue excelente. gostava muito que se juntasse à "Sociedade de Bloggers" , Blogue das Artes.
Somos já varias pessoas que têm blogues a escrever no mesmo blogue, o que tem sido fantastico. So procuramos as melhores pessoas... e o seu blogue revela-nos a qualidd de que precisamos.
www.bloguedasartes.blogspot.com
mande nos um mail para o endereço la indicado.
mandaremos convite.
Tiago Nené
Há sempre um mar anterior a nós. Há sempre um tudo anterior a nós. Por isso, as tuas dunas (que são as nossas dunas) sabem a ventos áridos e a saudades salgadas. Como as lágrimas.
ResponderEliminarUm grande beijo.
Momte Cristo
Graça, gostava de te pedir uma informação. se puderes, contacta-me no mail:
ResponderEliminarmmsr@sapo.pt
Poetisa lindamente os barcos e o mar de si.
ResponderEliminarBarcos arpoados na ternura e beleza de si.
A despedida de alguém que a faz sofrer, mas permanece "arpoado" na sua magia de maravilha terna de ser e sentir.
Lindo poema!!!!!!!!!!!!!
Gostei muito de a ler.
De Madrid expresso-lhe votos de bom Carnaval, se gosta do Carnaval.
Parabéns pela talentosa escrita.
Beijinhos amigos de estima e respeito
pena
"Mas que mar é este, anterior às dunas,
ResponderEliminarsó conhecido pelos náufragos?"
É sempre um momento mágico este, em que as palavras, como ondas, entram no meu espírito... e qual náufrago da Vida, conhece tão bem este Mar...
Como Gosto de a ler, Graça!
Um abraço muito carinhoso ;)
Esse mar original e proceloso que guardamos nas lágrimas. Doloroso poema. Belo, claro.
ResponderEliminarUm beijo.
Esse poema é maravilhoso. Sempre e sempre, saudades. Beijão.
ResponderEliminarObrigada a todos os que por aqui passaram como quem se deixa levar pelo "voo impreciso dos veleiros"
ResponderEliminarUm beijo a todos.