3.12.08

Da tua ausência

Rachel Giese

Voltarei sempre às paisagens da tua sombra
enfeitada de madressilvas.
Gravarei o teu nome em todas as árvores,
sem marginalizar as razões da tua ausência.
Cantarei palavras sem espessura,
como moinhos de vento,
ou o frágil sabor da chuva.
Dançarei contigo na periferia da manhã
e direi onde começa e acaba
o secreto destino do silêncio.


Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997

46 comentários:

  1. E como eu sinto a ler-te...as palavras perfeitas no poema. Gostei. Beijos.

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  2. uma ausência "magnífica".



    _____________que nunca sejas. mais do que o "poema".


    belíssimo.


    o meu abraço.

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  3. "Dançarei contigo na periferia da manhã ... o secreto destino do silêncio."

    a presença na ausência. Belo!

    coração grande, Graça, coração grande.

    Obrigado
    Vicente

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  4. Ler-te é sempre um amanhecer a escorrer nos cabelos, um elo de almas que se encontram e se unem.
    De uma cesta de palavras se fazem milagres.

    Bem-hajas, prima…

    Beijos.

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  5. Ausencias que nos acompanhan sempren...

    Apertas presentes Graça
    :)

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  6. Como gostei deste "secreto destino do silêncio"

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  7. volta...

    canta...

    dança...

    mas sobretudo, escreve e acaba com o secreto destino do silêncio.

    abraço Graça (mais apertado por causa do frio...)

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  8. Perfeito, Graça. Tão belo que, sobre o poema, não consigo dizer-te nada. Limito-me a transpô-lo para o multiply para deleite de outros.
    Beijos.

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  9. Belo, belíssimo, como sempre!

    Beijinhos

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  10. O caminhar a dois, a partilha do maravilhoso, a decisão e a liberdade.
    Favor continuar!! Tenho adorado.
    Um abraço

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  11. Tão acetinado, de finas linhas desenhadas, quadro de cores diáfanas, lápis escrevendo delicado na seiva dos arbustos o segredo do silêncio.
    Tão suave e triste sem o ser, letras de seda.
    Beijo.
    EA

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  12. A fotografia é tão bonita, a chuva, os círculos, um reflexo de... madressilva? lembra uma filigrana. As ausências também são por vezes filigranas, lembranças que se tecem, gestos antigos: "Gravarei o teu nome em todas as árvores". Em todas. Esse é um gesto - um ritual da ausência e da memória - em que me revejo.
    Um beijo, uma boa noite

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  13. Maravilha Graça, Maravilha!

    "na periferia da manhã"...um belíssimo poema!


    Gisela Ramos Rosa

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  14. um lindo modo de expressar a ausência

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  15. "o secreto destino do silêncio"

    na espessura

    irrevelada da palavra

    quase nua
    a dar-se
    ao abraço.
    .
    .

    ________

    deslumbrante

    a tua, sempre.

    beijo, caloroso.

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  16. Linda Amiga:
    "...Dançarei contigo na periferia da manhã
    e direi onde começa e acaba
    o secreto destino do silêncio..."

    O que escreve é ouro puro. Lindo.
    Fiquei boquiaberto e pasmado com tanto encanto.
    Sempre a apreciar o que faz com delicia e ternura.
    Emudecido pelo carinho que é só seu.
    Beijinhos de respeito. Imensos!

    peter pan

    Admirável e genial, amiguinha.

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  17. "Dançarei contigo na periferia da manhã /e direi onde começa e acaba o secreto destino do silêncio."

    Lindo demais! Palavras e imagens perfeitas... mágicas!
    Beijo.

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  18. tu sabes onde começa o silêncio...

    belíssimo poema!!


    um beijo

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  19. Dançarei contigo
    -----------
    Poderás dançar. Mas, a outra parte tem de aceitar. Sem isso nada feito. A não ser que dances, sózinha.
    Fica bem.
    Felicidades.
    Manuel

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  20. Voltar às paisagens de uma sombra,
    dizer onde principía e acaba o destino do silêncio... mas dizê-lo assim é transmutar a nostalgia e a memória em algo que se mastiga docemente, sem qualquer réstia de mágoa.
    Um beijo, Graça.

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  21. Tu és uma escritora...sente-se...


    Doce beijo

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  22. A dança das suas palavras sempre será coroada de sol, Graça, pois você diz onde começa e acaba a poesia.

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  23. Se pudesse roubar-lhe a bela imagem, experimentava estes versos que não acabo nem sei como acabariam:

    Era a "periferia da manhã"
    e a cidade acordava lentamente.
    Como podia dar-se ao amor dele
    que a tornava em espuma alada e leve
    se no metro voltava a ser a mesma
    que...

    Talvez fosse sobre uma empregada de shopping, talvez só aproveitasse os dois primeiros versos e partisse noutra direcção. Obrigado.

    Um abraço

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  24. Querida Graça Pires,

    seu belo texto fez-me lembrar de um poema que escrevi há algum tempo. Peço-lhe licença para deixá-lo [registrado] aqui em seu espaço:


    AMOR MAIOR (Aquarela)


    Cantarei a esse amor
    (sempre e quando)
    Cantarei a ele, amor maior,
    conspiração minha e desengano.


    Cantarei nas tardes serenas
    E nas águas turvas também.
    Cantarei com extrema doçura
    A esse amor que só vai e vem.


    Cantarei se preciso for
    Para ninar a dor e o silêncio
    Não sufocar tamanho amor
    Nem a tarde e o firmamento.


    Cantarei sem que mereças
    ou, mesmo, que me peças.
    Cantarei para que não esqueças
    A lua, a chama e a promessa.


    Mas calarei quando preciso
    (sem choro, sem vela)
    Fragmentos do meu riso
    Fina-flor-estampa na aquarela.

    In: http://fernandeshercilia.blogspot.com/2007/03/amor-maior-aquarela.html

    O poeta em seu eterno quefazer retorna sempre às origens das sensações. Canta, dança, movimenta-se "[...] na periferia da manhã". Revela a sua sofia, caminhando por "[...] onde começa e acaba o secreto destino do silêncio".

    Lindos esses versos, grata por esses sopros de recordações.

    Abraço sincero,
    Hercília Fernandes (RN-Brasil).

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  25. Dançarei contigo não só na periferia, mas no centro dos belos textos que amavelmente nos ofereces, Graça.
    Um bom fim de semana.

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  26. poema de belíssimas imagens. a imagem é perfeita.

    um beijo, Graça.

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  27. Um belo cântico no coração do silêncio. Tocante...

    Um beijinho, Graça.

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  28. É muito lindo. Dançar na periferia da manhã. :)

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  29. Muito belas estas palavras Graça, muito belas mesmo!
    Imagens poeticas lindas e outonais, com saudade à mistura; também senti!
    Parabéns e beijos
    Maria Mamede

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  30. que poema tão perfeito.

    parabéns e mais uma vez obrigada pela partilha.

    fica um beij

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  31. A chuva da ausência.
    Muito belo.

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  32. Fiquei sem o que escrever, porque cada leitura que faço neste espaço, gostaria de ter sido a autora de todas as palavras bailantes e sedutoras que não sei compor...

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  33. Um abraço, Graça. Que os moinhos de vento cantem sem cessar canções para nós ouvirmos.

    Um bom fim de semana e óptima saúde.

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  34. lindíssimo! Com a sua marca de sempre...

    abraço

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  35. grandioso poema. imagens de grande beleza e "espessura". como uma paleta de cores vibrantes.

    gostei muito.

    beijo

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  36. uma dança matinal com segredos ao ouvido.

    beijo

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  37. Faz-me lembrar esse poema uma canção de Mariza "chuva",sempre falamos da ausência sob uma chuva imprevista...
    Um beijo

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  38. E eu congartular-me-ei por ter lido um poema como este, lindíssmo!
    Bjs

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  39. Um poema, pleno de talento, embora deixando transparecer a nostalgia de uma ausência sentida.
    Um beijo em verde esperança.

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  40. Obrigada, por esta linda incursão ao encantamento.
    um beijo

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  41. Desculpe, mas ando com pouca inspiração.

    Bom dia para si.

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  42. Tão delicado, Graça, tão lindo.
    Evoca delicadeza ao coração.
    Tão bom te ler.
    beijo no coração

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  43. passear pelas suas palavras é deixar de sentir o chão!

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  44. Maravilhoso poema


    ...do que fica da ausência. Bela.


    um beijo

    enorme

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  45. Gosto tanto de te ler...que já não deixo que sejas....ausencia *****

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