André Kertész
Com as árvores e com as águas
partilho os meus pensamentos.Manuseio estas palavras
como se fossem minhas
para as usar como protesto,
como absolvição: a boca
devorando a própria fome.
Aguardo um sinal que decifre
o nomadismo da memória
e rompa a cumplicidade do tempo.
Graça Pires
partilho os meus pensamentos.Manuseio estas palavras
como se fossem minhas
para as usar como protesto,
como absolvição: a boca
devorando a própria fome.
Aguardo um sinal que decifre
o nomadismo da memória
e rompa a cumplicidade do tempo.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
Tão belo o teu poema!! Muitos beijos.
ResponderEliminar"Un jour, la poésie donnera aux hommes son visage" Edmond Jabès
ResponderEliminarGraça, as suas mãos são suaves e muito vincadas, um abraço profundo, Gisela
decifrar "o nomadismo da memória"? um impossível mas, pensando bem, será que o desejaria?
ResponderEliminarUm beijo por mais outro belíssimo poema.
Graça,
ResponderEliminartive sempre um certo fascínio por esta Dulcineia: a sua sensibilidade, a sua lucidez, a forma como está atenta "e decifra
os sinais que no nomadismo da memória" se entregam ao seu olhar sofrido. Sim, admiro-lhe a serena acutilância do olhar!
Um beijo.
serão esses pensamentos nómadas que fogem ao conhecimento do tempo?
ResponderEliminar"...Aguardo um sinal que decifre
ResponderEliminaro nomadismo da memória
e rompa a cumplicidade do tempo."
todos nós aguardamos por esse sinal...
felizes os que o captam.
Este é, sem dúvida, um dos sítios onde mato a minha fome de poesia. Belíssimo!
ResponderEliminargraça pires:
ResponderEliminarchego aqui pelo blog da hercília.
romério
A natureza tá sempre juntinha com seus poemas.
ResponderEliminarNómada é o tempo, perdido pelas plainuras da Mancha, em horas de calor...
ResponderEliminare teus versos, na memória das coisas em todas as estações!
Bj
Maria Mamede
Tal como a boca
ResponderEliminardevorando a própria fome, assim a memória que, nómada, vai rompendo com o tempo para o encontrar.
Nunca saberei agradecer-lhe... por tudo...
Absolutamente poesia ....
ResponderEliminarTalvez os pássaros ajudem a esse retorno , mas para isso aguardemos a Primavera ....
beijo
___________ JRMarto
Admirável Amiga:
ResponderEliminarMais um poema fabuloso. De encanto.
"...devorando a própria fome.
Aguardo um sinal que decifre
o nomadismo da memória
e rompa a cumplicidade do tempo."
A memória, vê-la sedentária, corrói-nos num ápice, bem como o tempo nosso cúmplice..
Extraordinário, com sinceridade.
Esta fluidez, este sentir, este estar...!
Beijinhos
pena
OBRIGADO pela simpática visita e pelas lindas palavras lá deixadas expressas.
Bem-Haja, amiga! OBRIGADO!
o sinal? As palavras de protesto e absolvição, que fazem a poesia.
ResponderEliminarre.vim.
ResponderEliminar"incendiar o olhar"....
sempre!
!!!!
"a boca devorando a própria fome"
ResponderEliminaro lume onde nos imolamos
a cripa acesa nos nomadismos da memória.
______
que te dizer, Graça?!
Arrepiou-me!
Um grande beijo
Querida Graça,
ResponderEliminara alma é nômade, por isso vem nos acordar, através da imaginação e da memória, para o que é, como diria Cecília Meireles, "efêmero e o eterno".
Enquanto isso...
"Manuseio estas palavras
como se fossem minhas
para as usar como protesto,
como absolvição: a boca
devorando a própria fome".
Lindíssimo poema. Como tudo que brota de teus sentidos apurados em puras seivas e translúcidos espelhos.
Beijos,
Hercília F.
..."a cumplicidade do tempo"...
ResponderEliminarquem me dera. e não a romperia, abraça-la-ia, isso sim...
gostei.
sempre a qualidade super que imprime nas palavras que se leem poema.
ResponderEliminarmuito bom!
beij
"Aguardo um sinal que decifre
ResponderEliminaro nomadismo da memória
e rompa a cumplicidade do tempo."
Não aguardaremos todos?
"À espera de um momento de luz
retorno, sem hesitar, ao itenerário
secreto do silêncio e cultivo a solidão,
multiplicando as sombras.
Peregrina de outras luas, resgato a música
que me restou da infância,
como um sobressalto,
ou uma água fresca a ferir-me a boca,
de tanta sede"
(Graça Pires in "não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos " pág. 36)
Um abraço carinhoso.
É dona absoluta das palavras essa que reparte os vôos da alma com a natureza, e seu brado é redenção. Alimento-me dos seus sinais que embelezam nosso tempo.
ResponderEliminarsim, somos muitos os que esperamos...
ResponderEliminarabraço Graça
enquanto se veste a poesia na estrada são os momentos que se precipitam em tons de névoa e nos debruçam sobre a pele a palavra. haja memória e como tu dizes, "a cumplicidade do tempo".
ResponderEliminargosto muito do que escreves.
um grande abraço!
Gosto da tua poesia. Sempre gostei deste espaço onde posso sonhar.
ResponderEliminarBeijinhos
Bem-hajas!
Belíssimo poema e constante o desafio de aguardar um sinal que decifre o nomadismo da memória. É a luta do homem com o tempo.
ResponderEliminarUm abraço,
Eu também
ResponderEliminarprotesto.
as memórias permanecem
...tudo o que vejo parece-me um reflexo, tudo o que ouço, um eco distante.
Um beijo
enorme
Já ouvi falar em NOMADISMO, mas sinceramente não sei bem o que é. Desculpe a minha ignorância.
ResponderEliminarUma boa noite para a Senhora Poetisa.
Mais um belíssimo poema, com imagens vivas e poderosas:
ResponderEliminar"a boca devorando a própria fome"
Gosto mesmo... muito, muito...
Beijo.
Olá Graça
ResponderEliminarAmar,
Julgar,
Perdar
Esquecer, Lembrar
O quotidiano que tanto nos embala e tanto nos surpreende.
Nos aflige...
Gosto muito da tua poesia.
Bjs
aguardo um sinal que decifre o nomadismo da memoria... Muito belo e preciso,
ResponderEliminarum beijo
Ah... as palavras não são tuas...?
ResponderEliminarNão acrediro...
Se calhar já nem te lembras por causa da tua memória nómada...
Excelente, como sempre.
Beijo.
Aguardamos esse sinal que nos absolva do silêncio.
ResponderEliminarUm beijo.
Belo, sim, mas que dirão as águas e as árvores sobre os teus pensamentos?
ResponderEliminarBeijinhos meus. Eduardo
Muito bem quer a foto quer o poema.
ResponderEliminarFica bem, Graça.
Tão profundo e com imagens tão perfeitas.
ResponderEliminarSempre fico emocionada quando te leio, não só pelo conteúdo, mas sobretudo pelas imagens que crias.
beijo no coração
Muito belo esse poema de uma extensa mancha de sonhos...como todo o livro...
ResponderEliminarum beijo
Lindo poema. És uma grande poetisa, Graça Pires!
ResponderEliminarVenho através do Novidades e Velharias, virei mais vezes. Tenho muito a contemplar em teu Ortografia do olhar. Parabéns!
Abraço,
Maria Clara.
Estou atrasada nas minhas leituras... Mas você, amiga do coração, está nele sempre! Tudo em paz, são os pincéis... Espero você novamente em meu blog. Postei por você e pelo Victor, amigos de sempre! Beijo enorme. Voltarei para lê-la, pois adoro lê-la. Outro beijo.
ResponderEliminare esse sinal está aqui, neste poema que rompe o tempo.
ResponderEliminaré belíssimo.
um grande abraço
jorge vicente
quem dera ser tua cúmplice....em todo o tempo que seja.
ResponderEliminarporque não me canso NUNCA de te ler!
nunca!
o abraço. certo. e a minha admiração.
palavras como absolvição. sem dúvida...
ResponderEliminarmas também como lâminas. que cortam. a cumplicidade do tempo (todos somos cúmplices do nosso tempo). e se erguem em protexto.
belíssimo
beijo
Palavras mágicas...as tuas...
ResponderEliminarDoce beijo
Temo repetir-me:
ResponderEliminarMuito bom!
Beijinhoss
momento intenso nas mas memórias de Dulcineia, fortes imagens.
ResponderEliminarVoltando à blogoesfera e às "casas" amigas, não me calha mal que o primeiro poema da Graça que releio em 2009 me diga de bocas devorando a própria fome: em certo sentido, ou em certos todas somos ou fomos Dulcineia.
ResponderEliminarUm bom ano, Graça.
Belo esse partilhar com as arvores e a água...
ResponderEliminarQue o sinal não demore
****
Sim Graça, é lindo devorar a sua propria fome, que forte!
ResponderEliminarFico sempre atonita e numa quente
espera do proximo poema.
" o nomadismo da memoria", viajante e livre a sua poesia, cumplice e sedenta na espera.
Bjos,
LM