11.3.10

Em seara alheia


Devia olhar o rei
Mas foi o escravo que chegou
Para me semear o corpo de erva rasteira

Devia sentar-me na cadeira ao lado do rei
Mas foi no chão que deixei a marca do meu corpo

Penteei-me para o rei
Mas foi ao escravo que dei as tranças do meu cabelo

O escravo era novo
Tinha um corpo perfeito
As mãos feitas para a taça dos meus seios

Devia olhar o rei
Mas baixei a cabeça
Doce terna
Diante do escravo.

Paula Tavares
In: Manual para amantes desesperados. Lisboa: Caminho, 2007

43 comentários:

  1. Belíssimo poema escolhido, Graça! Obrigada pela partilha.
    Beijinhos.

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  2. Um poema de multiplos sentidos,juízos - como lhe queiram chamar.

    Dos melhores post's que tenho lido

    (sinceramente!!!)

    Parabéns!

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  3. ________________________________


    ...que bonito! Nem sempre o rei possui todas as chaves...

    Obrigada, pela partilha!


    Beijos de luz e o meu carinho...

    __________________________________

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  4. Qurerida e talentosa amiga,

    um poema belíssimo escolhido por sua sensibilidade e saber. Parabéns Graça e Paula! Um presente, para nós leitores.


    Carinhoso beijo

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  5. Gosto desta escolhas, Graça. Escolhas que me vão alargando. Um beijo

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  6. Graça...

    Hão-de haver sempre razões que a própria razão desconhece!


    Beijos
    AL

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  7. Gosto muito do poema que escolheu. Se fechar os olhos e o reler de memória desenhase-me na cabeça a sombra de uma coluna grega.
    um beijinho

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  8. Lindo poema, Graça. Feminamente lindo.
    Beijo.

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  9. Prodigiosa Poetiza Amiga:
    A simplicidade deliciosa e fabulosa de uma Realeza de sonho. Lindo poema. Doce. Terno. Singelo.
    Um extraordinário sentir.
    Oh, deslumbrante Poetiza FENOMENAL é fabulosa, mesmo na pureza como confecciona os seus versos lindos.
    Adorei.
    O seu talento é inesgotável. Sublime.
    Abraço amigo de respeito gigante.
    Sempre a lê-la atentamente pela fantástica magia dos seus versos divinais. Enormes.

    pena


    MUITO OBRIGADO pela visita. Extraordinária.
    Bem-Haja, prodigiosa poetiza amiga.

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  10. Oi Graça,

    bela postagem, lindo poema da Paula num versejar peculiar de tema incomum e interessante. Bj,

    Úrsula

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  11. ...de como o escravo
    era o rei...

    "em seara alheia" faz de mim um rei?

    cego
    distraído
    sem tacto

    Gostei, deste poema de Paula Tavares!

    um beijo

    Manuela

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  12. um belíssimo poema escolhido a rigor

    e quanto a dizer em cada verso!...




    .
    um beijo

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  13. Brilhante e simples...
    Gostei imenso...
    Obrigada pela partilha..
    Beijos e abraços
    Marta

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  14. a graça traz-nos sempre palavras de outros que parecem nossas... os poetas devem ter uma só alma :) um grande beijinho*

    ps.: depois envio um livro para si, com muito gosto.

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  15. Fizeste uma belíssima escolha.
    Acho que nunca li nada da autora, mas ela escreve muito bem.
    Um beijo, querida amiga.

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  16. gostei da escolha.

    muito bem escolhido.

    um beij

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  17. Há tempos descobri sem querer que Graça Pires é o nome de uma receptora de um prémio nacional de poesia... e percebe-se porquê. Parabéns pelo quanto nos toca. Beijinho

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  18. Belo poema.
    Ótimo fim de semana, Graça.
    Beijos

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  19. Absolutamente Belo , só o seu olhar POETA!
    Grande abraço
    ________ JRMARTO

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  20. K esse escravo seja o teu escravo!!!
    Poema lindo.
    Beijinho de lua*.*

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  21. divino poema

    obrigado por compartir-lo


    beijos!!

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  22. o doce apelo do não permitido...

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  23. Lindíssimo poema.Escolha perfeita.
    Beijos

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  24. Tão simples e belo este poema, adorei!

    Beijos

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  25. "Devia olhar o rei
    Mas baixei a cabeça
    Doce terna
    Diante do escravo."

    Devemos sempre olhar o amor...

    Bjs e bom fim de semana!

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  26. a beleza do proibido, de quem não pede nada...
    belo poema, graça!

    beijos

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  27. Uma pequena maravilha, este poema querida Graça. Obrigada pela partilha e pelo carinho do seu comentário.
    Bji amigo

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  28. poema de corpo inteiro.

    belíssimo

    beijo

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  29. Olá, amiga!

    Hoje é só para lhe dizer que tenho nova postagem no meu blog

    a desvendar o mistério do blá blá blá

    do esperanto... (?)

    Bjs

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  30. belo poema de uma autora que descinhecia. obrigada, Graça, pela partilha. beijo.

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  31. Estimada poeta, em meu blog
    http://spleenbored-minhaspoesiasfavoritas.blogspot.com/

    Encontra-se uma singela homenagem a sua maravilhosa poética. Qualquer coisa em desagrado, por favor me avise.
    Espero que aprecies, com carinho
    Maria Madalena.

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  32. Poema maravilhoso.
    Beijo, Graça.

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  33. teresa p.8:22 da tarde

    Lindo e singelo este poema!
    Gostei muito.
    Beijo.

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  34. ou de como o amor se faz coroa...

    entrançado de belíssimas palavras Graça.

    obrigado por as teres mostrado e me dares a conhecer mais uma preciosidade.

    ______

    para ti, um enormíssimo beijo

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  35. Uma ideia comum expressa com uma criatividade absolutamente invulgar.
    Muito interessante!

    L.B.

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  36. Vim reler-te, rever-te... e deixar um beijo!

    AL

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  37. Tão belo o poema. Não conhecia a autora. Obrigada, sempre.

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  38. Onde vc encontra essas coisas? rs Muito lindo mesmo!!!

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  39. Como não tens o link da Paula Tavares, vou ter que procurar.
    Gostava de ler mais poemas dela.
    Querida amiga, um beijo.

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  40. Obrigada Graça por nos trazer a poesia de Paula Tavares. Confesso a minha ignorância em nunca ter lido nenhuma obra sua.
    Um abraço.

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  41. Obrigada pela partilha, lindo!!!

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