6.10.10

O ofício das mãos

Vermeer




O ofício das mãos não se intimida
com a apressada cadência do tempo.
Não tem fim o silencioso enleio
que se esconde por entre a argila
nos dedos do oleiro; ou se enrola no linho
dos lençóis tecido pelas mães; ou se prolonga
no pão quando chega o mês do trigo.
Porque esse é o destino das mãos,
tão alheio à urgência de cada dia.


Graça Pires
De O silêncio: lugar habitado, 2009

46 comentários:

  1. um poema que eu diria, uma homenagem às mãos de todas as mulheres pincipalmente.

    perfeito.

    um beij

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  2. Sem dúvida. Uma urgência. Beijos.

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  3. aaahh
    lindo lindo lindo!!
    :D


    http://zonzobulando.blogspot.com/

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  4. abençoadas mâos que escrevem este lindo poema

    vou estar em Alenquer vou fazer umas breve pausa

    obrigado pelo carinho

    beijos!!

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  5. ou a fazer uma festa num rosto sem idade...

    beijinho Graça

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  6. As mãos e os olhos

    que as soltam

    Bjs

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  7. Muito bom, Graça.Beijo amigo

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  8. é seu o destino Graça de saber assim dizer.



    artesã da pureza.


    o meu abraço. grato. por A conhecer.




    imf


    (piano)

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  9. Já que elas não se intimidam, beijo as tuas mãos, pelo saber poético que com elas transmites.
    Beijos, querida amiga.

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  10. as mãos

    ficam esquecidas
    na mão de um filho que ainda dorme e nós já vamos de corrida

    seguram o lápis se desenhamos

    mas estamos e não estamos
    a atravessar a rua como aves distraídas

    outras vezes chegam primeiro
    à urgência de cada dia

    ...de uma apaixonada por mãos que de "o ofício das mãos", das tuas, Graça
    celebra o teu poema de enleio e de argila!

    um beijo

    manuela

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  11. ...e quando e faz com amor,
    a perfeição é senhora!

    lindo poema...

    linda você!

    bjbjbj

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  12. Graça... Mais um belo poema que tive imenso prazer de ler.
    Argila nos dedos do oleiro;
    lençóis tecidos pelas hábeis mãos de mãe; ou o cheiro gostoso do pão quando chega o mês do trigo. Quando é dia de fornada!
    Repeti essas palavras por que são de uma sonoridade muito bonita.
    Eu imaginei esse poema numa bela voz. E gostei ainda mais!

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  13. As mãos que nunca estão ociosas e sempre prontas a acariciar....
    Lindo.....
    Adorei....
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  14. Belas as palavras. Excelente a escolha da imagem de "La dentellière".
    "Com as mãos se faz a guerra e o amor..."

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  15. As mãos, obreiras únicas de toda a criação artística, aqui, são outras mãos; as da alma que criaram de uma forma tão pujante, mas ao mesmo tempo tão sensível este magnífico poema.
    Gostei bastante.
    Um beijo

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  16. e o destino das minhas é vir aqui todos os dias, querida graça. um beijinho grato*

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  17. As mãos dizem tanto...em pequenos gestos.
    Um belo poema...adorei.

    beijinhos
    Sonhadora

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  18. A ilustração casa muito bem com o poema.

    Um abraço, Graça.

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  19. Há maãos para tudo: para amar, para pegar em armas, para burilar poemas, para louvar a Deus, para afagar cabelos ao vento...

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  20. tão lindo, Graça! uma dádiva tua às mãos, à sua capacidade de criar, aos antigos e belos ofícios do Homem.

    beijinhos.

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  21. teresa p.8:18 da tarde

    "O ofício das mãos", tão mágico e poderoso!
    Belíssimo este poema de homenagem às mãos de quem trabalha...
    Beijo.

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  22. Graça minha amiga...não imaginas a saudade que tinha de te ler, de estar no teu espaço.
    Um café???
    Para quando?
    Jhs

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  23. o milagre das mãos. ternas e solidárias...

    beijos

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  24. o artífice sem mãos não pede,
    não implora,ao domingo na eira
    nem na taberna ou na feira,
    alheio a quem o mira quando passa,
    o artífice sem mãos não pede
    esmola de porta em porta,
    nem lágrimas ele chora,
    nem deplora,nem geme,a má-sorte,
    nem se entorta perante o Padre,
    no indulto do beija-mão,
    O artífice sem mãos,pensa.

    Jorge santos

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  25. Um belo poema de exortação das formas de trabalho de tempos idos.
    Um documento para não se perder a memória...tão ludibriados andamos com a época virtual em que vivemos!

    Como o tempo passa
    e a nossa memória
    nos traz de volta
    tantas recordações!

    Um beijo, Graça
    António

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  26. " silencioso enleio
    que se esconde por entre a argila
    nos dedos do oleiro"
    o que se deixar nas mãos e se permite o corpo moldar por outro...o ofício de ser o outro em seus dedos e emoções

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  27. Quanta sensibilidade Graça... è sempre muito aprazível " te ler". Bj no coração.

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  28. porque as mãos acariciam aquilo que amam...

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  29. Muito bem escrito

    como sempre!

    Bjs

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  30. Com uma paciência infinita as mãos tecem a obra. É delas o ofício de cumprir o trabalho dos dias. Silenciosamente.

    Que poema lindo, Graça! Perfeito!

    Beijos, Amiga.

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  31. o destino das mãos
    é tecido sem pressa, é fio de linho que o tempo vai tecendo devagar...
    e agora a palavra é só, destino...


    beijinho Graça

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  32. Linda a pintura de Vermeer, que bem ilustra o ofíco das mãos exercido noutra dimensão temporal.

    Adorei!

    beijinhos

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  33. Belíssimas as mãos que "lentificam" o tempo...

    Bjos

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  34. as mãos não páram... e as dos poetas também... tecem belos poemas bem dentro do sorriso dos dias.

    beijo, Graça.

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  35. num afago constante!

    um beijo, graça

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  36. As mãos que criam trazem um simbolismo de um tempo que se esquece, nelas vislumbramos a própria criação do universo.
    Um beijo, minha querida amiga.

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  37. Não existem palavras para comentar a beleza deste poema.Mas existem mãos com dedos a teclar um bem haja por o publicar, querida Graça.

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  38. belo poema, na grande companhia da pintura de Vermeer...

    Gostei muito,

    um beijo

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  39. Olá Graça,
    vou anexar o seu blogue à minha lista.
    Um beijinho
    Helena

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  40. Voltei e tive que reler, mas com imenso prazer.
    Querida amiga, boa semana.
    Beijo.

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  41. Bonitas palavras...

    Também faço das minhas mãos a minha vida, delas consigo dar aos outros, diariamente, o caloroso e imperativo toque que uma qualquer pessoa precisa para empreender em paz a sua derradeira jornada.

    Adorei.

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  42. Supremo ofício das mãos que escreveram este poema.

    Beijo grande.

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  43. Sim, esse é o destino das mãos, tão diverso dos caminhos que a cabeça quer percorrer.

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  44. da urgência das mãos se des tece o tempo


    de poetar

    ( excelente )



    .
    um beijo

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  45. Olá Graça

    As mãos não se intimidam pois têm o saber dos tempos...

    Lindo poema!

    Bjs

    José

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  46. as suas ..são duas mãos cheias de poesia..Obrigada graça*

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