DOEM BRINQUEDOS NAS VEIAS
Por trás da idade nasce a infância,
os brinquedos enferrujados nas veias doem.
As aves que levantam do coração,
adivinham o tempo escasso.
Trazem nos bicos delírios
que pousam no lodo corporal.
Correm crianças no estuário das mãos.
Mergulham nos dedos
e quando o crepúsculo chega
secam-se às impressões digitais.
Levam nas pálpebras castelos de areia.
Só mais tarde,
quando a idade lhes crava a lua na boca
conhecem a calvície dos dias.
Desarrumados na insónia
sentam-se a espiar a infância.
Sonham uma candura nómada
que lhes adormeça a velhice.
Alberto Pereia
In: Amanhecem nas rugas precípicios. S. Mamede de Infesta: Edium, 2011
Belo poema deste poeta que já tive o prazer de conhecer. Merece o destaque aqui na Seara. Sempre atenta e amiga, Graça.
ResponderEliminarQue beleza! Que imagens! Que poética!
ResponderEliminare como é bom espiar a infância.
ResponderEliminarboa escolha, Graça.
beijinho
Olhe, Brilhante e Estimada Poetiza Amiga:
ResponderEliminarÉ mesmo uma "insónia" profunda perante este poema de sonho e beleza.
Parabéns sinceros, transforma a "insónia" fatal e inapelável numa aventura maravilhosa e cândida do seu existir perfeito como poetiza deslumbrante.
Notável.
Abraço amigo de respeito ao seu encanto poético admirável e gigante.
Com admiração constante.
pena
Adorei.
Bem-Haja, pela magia que só VOCÊ consegue versejar.
É um espanto!
Querida amiga,
ResponderEliminarCreio que não conhecia o excelente poeta. Lindo poema que depreendi sensíveis reflexões. Obrigada.
Beijos com carinho, Graça.
voce sempre generosa com a poesia.
ResponderEliminarbelo poema.
Fico muito feliz por ver um poema meu publicado "Em seara alheia".
ResponderEliminarObrigado Graça, por esta oportunidade de aparecer num espaço que eleva a poesia.
Alberto Pereira
GRAÇA
ResponderEliminarLino poema
encontro _me a caminho da Hungria para umas férias curtas mas que vou tentar aproveitar.
Um beijo
E na velhice, é ternura que se dá e se deve receber....
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
acho que velhice e ternura estão de mãos dadas.
ResponderEliminaruma boa escolha de um poeta que sinceramente nao conhecia. mas vou pesquisar.
um beij
podem doer
ResponderEliminarmas às vezes
também se espantam com quem ainda lhes acorda os dias
desarrumada na insónia, digo
que gosto deste poema!
um abraço à Graça e a Alberto Pereira
manuela
A nostalgia da infância...
ResponderEliminarGostei muito deste poema de Alberto Pereira, que não conhecia.
Parabéns ao autor e também a ti que nos dás a conhecer bons poetas.
Beijo.
Gosto deste despertar
ResponderEliminardas mãos de infância
corre neste estuário
o repouso da ânsia
um tempo de ser rio.
abraço.
Um belo poema! Gostei muito. Obrigada pela partilha, Graça.
ResponderEliminarBeijos.
Cruel e contundente a beleza de "As aves que levantam do coração, adivinham o tempo escasso".
ResponderEliminarObrigada Graça pela partilha deste belo poema, dum comum editado, já que ambos somos dados à estampa pela Edium e que eu desconhecia.Belíssimo o poema; só pode falar de idades deste modo, quem já caminha depois do meio.
ResponderEliminarBjs. Amiga
M.M.
Esta dicotomia infância-velhice tão sentida...
ResponderEliminarTalvez haja uma memória maior dos tempos idos, da meninice, na velhice.
Gostei muito.
Por trás da idade nasce a infância,
ResponderEliminaros brinquedos enferrujados nas veias doem.
Este começo é belísimo, gostei muito do poema,
um beijo
Enquanto se lê a poesia (excelente), esquecem-se as agruras da vida1
ResponderEliminarAbraço
A Graça tem poesia nas veias
ResponderEliminarExcelente poema de alguém que não conhecia...
ResponderEliminarMuito bom, o poema do Alberto. Como todo o seu último livro, em minha opinião. Gosto de o ver aqui, na tua criteriosa selecção de "Em seara alheia". Beijo amigo, Graça.
ResponderEliminarGostei da tua escolha.
ResponderEliminarÉ um bom poema.
Um beijo, querida amiga Graça.
"Demore na dúvida ...
ResponderEliminarE descubra a sabedoria que insiste em se esconder
Na ausência das palavras!"
(Pe. Fabio de Melo)
Beijos e meu carinho...M@ria
Obrigada doce Graça por esta partilha tao bonita.
ResponderEliminarBrisas doces para si***
Não conhecia este poeta, mas está um belo poema ! :)
ResponderEliminarO maior desgosto de toda a minha vida foi deixar a infància...
Atenciosamente,
Carlos Leite, http://opintordesonhos.blogspot.com
Muy bello y plástico. Gracias.
ResponderEliminarUn gusto haber llegado hasta aquí.
Saludos...