17.5.14

O perfil das árvores desafiando o sol




Uma promessa na secreta aventura das sementes
e o cheiro dos pomares alastra sobre a sede
fendendo  as bocas onde nascem as palavras
da desordem e da festa.
Quando as aves atravessam o gume do lume ateado
à prenhez dos trigos enrodilhamos no rosto
os traços da tristeza que nos arde no olhar.
Só o perfil alongado das árvores desafiando o sol
nos devolve a lembrança das cantigas à desgarrada,
na eira, quando a debulha do milho se fazia
com as nossas mãos predispostas a todos os afagos.

Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2012

39 comentários:

  1. Porque desafiar o sol é renascer...
    Lindo....
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. "Mãos predispostas a todos os afagos" que presentes se faziam na harmonia quando o homem vivia da natureza.
    Um belo poema, Graça Pires. Evoca tempos de inocência campestre.
    Obrigado.

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  3. que as sebes se derrubem no cheiro de maduros frutos.

    e a festa das palavras seja eira.

    e as mãos o voo das aves - no gume do lume...

    belíssimo.

    beijo



    ...

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  4. As árvores em aprumadas visões e um poema de levar à boca...

    Um beijo

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  5. Dizer, como era, nesse tempo!
    Hoje vivemos destemperados!
    Beijinho para si!

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  6. Poetisa amiga, Graça Pires !
    Os mistérios que envolvem a semente, fazem parte das
    minhas curiosidades, como a
    imaginação do corte da luz,
    ou da incrível beleza dos teus
    escritos.
    PARABÉNS !
    Um feliz domingo, e um carinhoso
    abraço, aqui do Brasil.
    Sinval.

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  7. è bom ver o perfil das árvores desafiando o Sol e ouvir cantigas à desgarrada.

    Um abraço grande, minha amiga

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  8. Belíssimo poema...

    Como sempre, sua poesia me aproxima de Sophia de Mello, com seu olhar justo.

    Abraço.

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  9. Viva!
    Hoje tive um tempinho extra, para poder ler e comentar como deve de ser.
    Normalmente uso o G+1 para marcar presença, mas nem sempre me satisfaz.
    É um privilégio ler escritos bons, e eu vou tentar ser mais presente.
    Abraços e beijos. D

    http://acontarvindodoceu.blogspot.pt

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  10. um poema a lembrar a infância e todos os seus encantos que de alguma forma nos marcaram...

    muito belo!

    :)

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  11. teresa p.9:20 da tarde

    Também as minhas mãos, naquele tempo bem pequenas, "afagaram" as espigas na debulha do milho na eira, onde a dureza do trabalho se misturava com cantigas à desgarrada.
    Poema cheio de luz, tal como a foto.
    Beijo

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  12. Minha querida

    As lembranças são a bagagem que temos que carregar pela vida fora, são a nossa essência.
    Como sempre deixo a minha admiração por ti.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  13. OI GRAÇA!
    A MESMA MÃO QUE DEBULHAVA O MILHO, PRONTA PARA AFAGAR OU RECEBER AFAGOS...
    LINDO GRAÇA.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  14. Sol amarelado, divino. Encanto tocado nas sementes do milho, grifado num Santa poesia! abraços

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  15. .

    Escreva na retina dos
    meus olhos o seu nome
    com os seus...

    Beijos, Graça. Beijos.






    .

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  16. pena as mãos que perderam os afagos,
    como os ramos a afagarem o vento

    .

    mas é grande este seu desafiado canto

    um abraço, Graça

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  17. Imagens do passado nos ocorrem lendo e vendo o presente.
    O sol filtrando-se por entre os ramos das árvores, quando crianças, podíamos aspirar o perfume dos pomares...
    Muito lindo!

    Uma excelente semana.
    Beijinhos

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  18. Que bonito post, me he paseado por tu bloc y ha estado un regalo visitarlo, te invito a ver el mio, y esta semana encontraras trucos para hacer una limpieza ecológica del baño que espero te sea útil. Espero tu visita y si no eres seguidora me encantarías que te hicieras y así compartir nuestros blocs. Elracodeldetall.blogspot.com

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  19. Li este belo poema de Graça Pires como se estivesse a ouvir uma sonata.
    No primeiro andamento somos conduzidos pela «secreta aventura das sementes», que tanto arriscam, até às «palavras da desordem e da festa». Um “allegro affettuoso”.
    O segundo andamento, em que «as aves atravessam o gume do lume ateado», está imbuído de um “pathos”, de uma dor «que nos arde no olhar». Um “adagio dolce”, uma fina tristeza.
    Conclui Graça Pires, recorrendo à sua apurada arte poética, com um “allegro cantabile”, invocando as «cantigas à desgarrada» da infância e convocando a generosidade das «mãos predispostas a todos os afagos.» E assim somos reconduzidos à festa da vida.
    ManuelFL

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  20. na eira, quando a debulha do milho se fazia
    -------
    Lembro-me bem desses trabalhosm mas confesso que não tenho saudades. Eram tempos tenebrosos.
    --------
    Que a felicidade ande por aí.
    Manuel

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  21. Versos de palavras maduras pendentes dos ramos dos pomares, trigais e eiras, pele seca do vento suão e dos calores de agosto, madureza dos anos e do tempo, saudades do viço, que os olhos vislumbram olhando para os ramos verdes das árvores, vestidos novos, hino renovado à luz e à mocidade.
    Belo poema.
    Beijo terno.

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  22. Os seus poemas são sempre de uma grande beleza, Graça, e este não foge à regra. Gostei muito.

    Beijo :)

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  23. É tanto o falar das árvores em dias assim...

    :)

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  24. Olá.

    Para você, os meus sentimentos carinho.
    Meus desejos de um tempo de harmonia e contentamentos.
    Abraços.

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  25. Olá Graça!
    Que bem trabalha e semeia as palavras neste terreno arável da poesia! Como a semente se roproduz embalada pela sombra das ramagens e fortificada pelo calor do sol.
    Um abraço.

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  26. Tudo que vc faz é lindo!

    Beijo

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  27. Bom dia Graça, um poema lindo em que as memorias se desenham "no perfil alongado das árvores" em busca da luz! Muito belo. Um beijinho. Ailime

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  28. Lindíssimo poema querida Graça, deixa-nos feixes de luz sobre o avesso das palavras. :) Beijo grande.

    Olívia Santos

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  29. Belíssimo!
    Que as nossas mãos se predisponham sempre aos afagos.

    beijinhos

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  30. E as palavras ondulam na boca como cerejas.
    Gostei do poema.

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  31. Poesia de puro renascimento...

    Beijo.

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  32. E só as lembranças nestas belas palavras!

    beijinhos

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  33. Voltei a ler. É sempre o mesmo encanto. Beijinho.

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  34. Hoje vim vaguear no teu blogue.
    Detenho-me neste poema...«secreta aventura das sementes»...belíssimo.

    Bj

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  35. Graça: obrigada pela visita ao meu Cotidiano.
    abraços bem carinhoso

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  36. Só a profunda sutileza de um olhar poético consegue alcançar de forma tão sublime as palavras.
    Assim, é a tua poesia, um arco-íris de metáforas a iluminar o nosso horizonte com as cores de uma eterna primavera.
    Um beijo, querida!

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  37. Olá Graça

    Os sentidos afagam a alma, devolvem a luz e as lembranças.

    beijos de amizade e admiração!

    José

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  38. Doce Graça, tão bonito... recuei no tempo em que pequenita ajudava na eira, na debulha do milho... e que alegria era quando me passava pelas mãos, o milho rei.
    Abraço e brisas doces**

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