Ana Pires
Voltamos sempre à casa de campo.
Quando não
estamos as plantas
crescem de modo irregular e o pó
acumula-se nos móveis e nos
livros.
Não importa.
Nós voltamos apenas para regar a sede,
beber a terra,
colher a paisagem,
mastigar o silêncio, partilhar a fome
e tornar depois a ir
embora
com o corpo a doer da própria ausência.
Graça Pires
De Caderno de significados, 2013
E esvaziar a mente de pensamentos negativos, deixar que o ar, a terra falem...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Parte-se sempre com uma dor na alma, que é uma especialidade médica difícil de perceber.
ResponderEliminarSinto o texto como se fosse meu.
E isso, se não salva, dá um confortozinho que a arte não tem dificuldade em explicar.
um beijo
Regressamos sempre aos lugares onde fomos felizes. Com poemas, com palavras, com gentes, com pássaros, com o universo na palma da nossa mão.
ResponderEliminarBelissimo poema, amiga!
Beijos
Jorge
Restauramos as forças ante as belezas que estiveram lá, na essência do nascimento da luz! abraços
ResponderEliminarMuito belo, Graça!
ResponderEliminarÉ tão bom voltar à casa que nos matou a sede e continua a preencher o coração, apesar do pó, apesar da ausência que dói!
Um beijinho,
Ailime
regressamos porque sentimos falta dos cheiros e da profundidade do horizonte...
ResponderEliminarabraço Graça
ResponderEliminarGraça,
Eu preciso voltar para um tempo onde tudo era mais leve, faço isso usando da imaginação, mas até ela está me pedindo descanso.
bjs
Muito belo. Algo bucólico apesar dos contrastes.
ResponderEliminarBeijinhos poéticos.
De Atalaia
ResponderEliminarem festa
Por favor, me perdoe pela copia e cola.
ResponderEliminarMas hoje é por um motivo especial.
Levar ao conhecimento de todos aos meus amigos o meu mais recente trabalho.
Desde já agradeço o seu carinho, sua atenção e sua compressão.
Vem ai Uma Menina Chamada Esperança!
Em breve comunicarei o lançamento deste emocionante livro! Que ao voltar no tempo dos nossos antepassados, nos faz renascer para a chama da esperança, - olhar para o futuro e ver nossos sonhos realizados!
Querida amiga, eu ficaria muito feliz se pudessem me ajudar a divulgar meu mais novo trabalho, o qual foi feito com muito carinho e dedicação para todos os leitores que gostam de viajar entre as palavras de um livro. É um livro juvenil, mas que com certeza vai tocar o coração de todos. Assim é o que eu desejo.
Penso que estou pedindo um pouquinho demais, mas se for possível me ajudar também curtindo Esta postagem na minha pagina e a pagina deste livro no face eu lhe agradeço de todo o coração.
Muito obrigada!
https://www.facebook.com/UmaMeninaChamadaEsperanca?fref=nf
Logo que tiver uma data precisa do lançamento do livro avisarei a todos.
Conto com o apoio de cada um de vocês, para a Menina Esperança realizar o seu sonho!
Desde já agradeço o seu apoio e amizade.
O meu muito obrigado
Que Que abençoe a cada um e uma de vocês, meus amigos e amigas.
Maria Alice
Este belíssimo poema dá-nos um
ResponderEliminarlugar para estar.
Sim, voltamos sempre...
e cada regresso é um encontro
de memórias, num confronto
de mudança.
Viajantes de sonhos,
esperamos reencontrar,
o que na vida acabamos por espalhar.
(e que maior sonho poderá ser o de poder chegar e ter à espera - dentro do poema - uma bicicleta para andar...)
Um abraço por consigo nos levar.
Tantas e tantas vezes regressei ao campo só para relembrar quem sou. E com essa dor regressei. Tão intenso!
ResponderEliminarBeijo
Hum....sei bem do sabor deste poema...magnífico....é assim mesmo a ida aos campos e o amor da troca entre os frutos, as ervas e as flores e os nossos olhos de pele, e a nossa pele com olhos....tão bonito o teu poema...
ResponderEliminarTambém a bicicleta é airosa
Vistosa
Vaidosa
Beijo.
"Limpar" a alma sempre renova, seja lá por quanto tempo a purificação dure.
ResponderEliminarAdoro andar de bike, a foto é linda.
Beijo
Cris
Nós te rogamos
ResponderEliminarpara que a seiva escorra
das pedras, água, troncos, ar...
e alimente o nosso corpo
sedento de regresso.
Que assim seja!
Tão bom, Graça.
Eu gostaria de ter a casa de
ResponderEliminarcampo onde voltar, mas não tenho.
Mas imagino-me numa casa de campo,
porque em criança eu visitava uma
casa de campo dos meus avôs maternos, que infelizmente um neto
involuntariamente deitou fogo e
não voltou a ser erguida.
Bj. amiga.
Irene Alves
Também é bom voltar ao campo nas tuas palavras, e fico feliz por teres escolhido este meu olhar do mesmo "campo" para as completar.
ResponderEliminarObrigada Mãe! Beijinhos.
No campo respira-se ar puro e vive-se o silêncio e a paz.E mesmo o trabalho, que por vezes deixa o corpo a doer, revigora e liberta o espírito.
ResponderEliminarA bela foto da Ana Pires, com biciclete, o chapéu de palha e toda aquela envolvente verde transmite uma certa nostalgia.
Lindissímo!
Beijo.
Graça, maravilhoso. ADOREI!
ResponderEliminarBeijo no coração!
Graça rsrs...O comentário anterior é meu. Luciano é meu filho que fuça o meu computador.
ResponderEliminarbeijo!
um poema tão genuíno e belo como só a Graça sabe escrever.
ResponderEliminara simplicidade das palavras aliadas à grandiosidade dos detalhes.
a foto da filhota ilustra simples e bela está muito bem.
gostei muito.
bom final de semana.
beijo
:)
Uma bela imagem para um poema de memórias e saudade e que foi muito bom reler do Caderno de Significados, um livro que continuo a gostar de ler.
ResponderEliminarUm grande abraço, Graça!
Belissimo post, numa composição perfeita entre um bonita foto e um esplêndido poema.
ResponderEliminarAbraço grande, amiga
O campo sempre nos traz serenidade .
ResponderEliminarVoltar onde nos sentimos bem, também.
A foto é linda!
beijinho e bom fim de semana
Fê
Bonito poema, a deixar na lembrança a pacatez da casa de campo,
ResponderEliminarBeijos
lavrar a memória, recolher o fruto da (nossa) história
ResponderEliminar
ResponderEliminarÉ verdade, sim! Voltamos sempre.
Beijo meu
Lídia
Que a Graça me perdoe, mas o primeiro comentário vai para a fotografia.
ResponderEliminarAna tem um olhar sobre as coisas que sempre nos surpreende e cativa. A composição e a luz, a atenção ao detalhe, a noção de espaço, são a demonstração de uma sensibilidade apurada e de um saber particular, que ao mesmo tempo transmitem uma universalidade em que cada um de nós se reconhece.
Quem não gostaria de estar naquele lugar, naquele momento, agarrar aquela bicicleta, subjugado ao encantamento e ao sentimento de liberdade e fantasia que o talento da fotógrafa acorda, convoca ou desafia?
Balanço, forma, cor, movimento, dinâmica e expressão. O vermelho é o traço que liga o quadro da bicicleta à fita do chapéu. A bicicleta repousa, com o chapéu dependurado, como que em abandono ou a aguardar o próximo movimento. O chão relvado, é atravessado, sublinhado, cortado, pelas duas rodas, uma na sombra outra na luz, conferindo dinâmica à fotografia, e uma promessa de liberdade e alegria. A bicicleta está encostada à árvore, mas curiosamente o que sentimos é movimento e expressão, energia e dinâmica, desejo, inquietação. E esta é para mim uma chave possível de interpretação do poema de Graça Pires, como se as duas linguagens se interpelassem.
O movimento, a dinâmica deste poema, a cuja beleza é impossível ficar indiferente, é representado pela passagem do tempo – “as plantas [que] crescem de modo irregular e o pó [que se] acumula nos móveis e nos livros” – que não importa, porque existe um repouso e uma recorrência, uma circularidade. Na linguagem da poeta “Não importa [porque] voltamos sempre para regar a sede, beber a terra, colher a paisagem […] e voltar depois a ir embora com o corpo a doer da própria ausência.”
Assim, a bicicleta encostada na árvore e o chapéu que nela dependuramos, são uma outra forma, uma outra linguagem, de exprimirmos a nossa sede de uma vida plena, ligada ao que verdadeiramente importa, ao chão que pisamos, mas também ao espaço aberto, à fronteira que procura e não atingimos. Por vezes, nessa busca interminável, descansamos, tiramos o chapéu, que fica dependurado na bicicleta da vida, até uma nova demanda.
E também tiramos o chapéu à fotógrafa e à poeta, que tanta beleza nos propiciaram.
Ah, querida amiga, Graça Pires !
ResponderEliminarTambém é muito bom voltar para
reafirmar o que queremos, amar,
por exemplo. Parabéns, por tão
belas reflexões poéticas.
Um carinhoso abraço, aqui do
Brasil.
Sinval.
A saudade da infância que se aviva nestas visitas.
ResponderEliminarBelo!
beijinhos
Cara amiga Graça Pires,
ResponderEliminarAssim é.
Volto todos os fins de semana à casa do campo para me reencontrar com a vida real.
Lindo o poema e a fotografia.
Um beijo
OI GRAÇA!
ResponderEliminarPODER VOLTAR A CASA DO CAMPO, DA PRAIA, ENFIM, VOLTAR E REENCONTRAR-SE.
LINDO TEU POEMA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Gracitamiga
ResponderEliminar...como corpo a doer da própria ausência é esplêndido, como é esplêndido todo o Poema. Creio que já to disse uma vez: a Poesia vive-se, mas é preciso saber pari-la - e tu sabes...
Como dizia o Condillac - "nunca encontrei a alma na ponta do meu bisturi". Concordo, ainda que sem bisturi. Mas, pelos vistos tu encontraste-a. Parabéns. E obrigado
Qjs
beber a terra, colher a paisagem,
ResponderEliminarmastigar o silêncio, partilhar a fome
---------
E há também os cheiros, aqueles cheiros que nos fazem voltar e nos prendem àquele lugar.
-----------
Que a felicidade ande por aí.
MANUEL
Oi, bom tudo, Graça
ResponderEliminarEu vim aqui, neste domingo, lhe trazer um verso, para você, refletir comigo:
I
Lágrimas despejadas, amargas, em desobrigas de ir embora.
E já não basta terços, rezas e patuás, que outrora consolava
Em rodas de ritos, a cólera maldita, assobiante com o ebola
Agride a terna Mãe África, desesperada, pelos filhos, chora.
Um abraço
Retorno de lembranças e paz...
ResponderEliminarBeijo.
Verdade intensa...poética imensa!
ResponderEliminarBeijinho
É sempre bom voltar aos locais que conseguem aliviar a nossa mente da rotina diária e nada melhor que a natureza para o fazer.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Excelente, como sempre.
ResponderEliminarQuerida amiga, boa semana.
Beijo.
Eric Rohmer passeia-se em teu belo poema.
ResponderEliminarjuro que o vi a filmar...
(muito expressiva a foto)
beijo
Antigamente a vida do Campo. Não foi Suave, Romântica nem Florida. Para Quem nele trabalhava. Foi Dura . Trabalhava-se de Sol a Sol.
ResponderEliminarÀ memória e em Homenagem às Mulheres de Então. Escrevi:
Ó mulheres de xailes
Da cor da noite!
Ó mulheres de faces enrugadas
Pelos estios e invernos rigorosos!
Ó mulheres de mãos calejadas
Pelo cabo duro das foices!
Ó mulheres de sapatos de ourelo
Que vos arrastais pela Via-Sacra!
Não choreis pelo Cristo
De gesso Crucificado!
Chorai por vós
Corpos gastos!
....
No silêncio das lareiras
Com vossos corpos mitigados
Ouvireis no fundo dos vosso ouvidos,
No crepitar das brasas vivas dos cepos,
A Voz meiga do Eterno
Que vos Ama.
Jc
Graça, por favor, eu reconheço esta bicicleta, ela foi roubada da casa de minha esposa, isso é verdade e posso te dizer que a marca dela é Schwim, vc pode me informar o paradeiro dela? Eu gosto muito dela e gostaria de reavê-la, eu te recompensarei. Muito obrigado, Luciano.
ResponderEliminar