Monica Stewart
Não usam máscara.
Têm a cara marcada
pelo fogo-preso
do corpo prestes a
incendiar o chão
onde rastejam, se
desmoronam e se rasgam
até ao abraço mais
feroz de quem os cerca.
Não usam sapatilhas.
Têm, nos pés
descalços, o ritmo
inocente e perverso
dos movimentos
que a dança lhes
consente
e os torna possessos
de volúpia.
Não usam cenário.
Têm a envolver-lhes a
cintura, o reflexo
das sombras que os
desliga do palco
com a intimidade de
um impulso,
mesmo quando fincam
as unhas
na madeira à procura
de equilíbrio.
Querem a música. Sim,
a música.
Uma sonoridade que
lhes perturba o gesto e a leveza.
Que os desnuda.
Que arrasta o rio que
lhes rebenta no olhar.
Graça Pires
In: CNB e os poetas, 2014, p. 3
Poema feito na sequência de ter assistido ao bailado "Orpheu e Eurídice", a convite da direcção da CNB, através de João Costa. Bem hajam pelo convite.
Lindo e leve poema, como a dança dos bailarinos! bjs, ótimo dia! chica
ResponderEliminarFeliz quarta-feira!
ResponderEliminarQue gracioso poema estando acompanhado de um quadro/imagem maravilhoso.
Beijo em seu coração, que com certeza é muito inspirado pelo amor e bons sentimentos.
Nicinha
Boa tarde
ResponderEliminarCheguei aqui através de um blogue em comum
Parabens pelo post, alusivo ao dia que se diz. A Foto é fantástica adorei tudo!
Se me quiser encontrar estou aqui: http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Beijinhos
Olá Graça ,
ResponderEliminarObrigado pela visita lá no Reflexos :)
"Têm a envolver-lhes a cintura, o reflexo das sombras que os desliga do palco "
Simplesmente Mágica esta frase , imbuída de movimento e de mistério sonoro só mesmo possível de ser imaginado e escrito pelos predestinados ... Fantástico !
Um Beijo Amigo !
E levam-nos numa viagem inesquecível...
ResponderEliminarPela leveza, a beleza...
Adorei...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
...e voam....também até no que sobre eles escreve.
ResponderEliminarbj
ResponderEliminarBoa noite, Graça.
Este belíssimo poema tem "Sim a música.", tem dos "Bailarinos:o gesto e a leveza".
E tem a sensibilidade das palavras e dos olhares de uma poeta de excelência.
Beijinho amigo.
Belo poema...Espectacular....
ResponderEliminarCumprimentos
Boa noite Graça,
ResponderEliminarBelíssimo poema em que as suas palavras se elevam de forma sublime qual bailado a envolver-nos em momentos de pura poesia!
Beijinhos,
Ailime
Bailar é como voar com os pés no chão. Simplesmente belo!...
ResponderEliminarAbraçO
Vim agradecer a visita e pedir desculpas pela minha ausência por aqui.
ResponderEliminarAos poucos estarei voltando a visitar os blogs que tanto gosto, como o seu.
Beijos
Ani
Que maravilha! O convite foi feito a quem tinha talento para atendê-lo. A dança me encanta e seus versos mostram um bailado especial, cuja essência captou com maestria. Parabéns! Bjs.
ResponderEliminarHá beleza e leveza no movimentos, como este lindo poema.
ResponderEliminarHá dor neste cravar as unhas, porque sabem que a dança é a vida que escorre pelas pontas dos dedos.
É lindo estar neste transe entre a poesia e o bailado.
Lindo demais Graça.
Abraços com carinho.
Beijos de paz e luz nos seus dias.
Bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
https://brilhos-da-moda.blogspot.pt
A sensibilidade da autora para fazer um poema a elevar essa arte de dançar.
ResponderEliminarmuito belo!
beijo
:)
Belíssimo poema sobre a dança, essa arte da expressão corporal, tão cheia de movimento e harmonia.
ResponderEliminarAs imagens poéticas são sublimes e muito bem complementadas com a fantástica pintura das bailarinas.
Beijo.
Oi, Graça Pires !
ResponderEliminarQue linda descrição poética ao artista.
Descobres os mistérios da expressão corporal, no mesmo ritmo da dança.
Um carinhoso abraço, amiga, aqui do Brasil.
Sinval.
ResponderEliminarUm poema que visualiza uma entrega total, um sentir profundo à bela arte de dançar.
um beijinho
Fê
Os versos movimentam-se num bailado de emoções...
ResponderEliminarGostei muito Graça, do poema e da Imagem...
Beijinho meu...
Maravilhoso poema Graça!
ResponderEliminarLevinho que chega nos faz flutuar!
Ótimo!!!
Tenhas tu uma bela noite!!!
Beijos e beijos
http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/
Lindo poema doce e amada amiga
ResponderEliminarfico feliz todos as vezes que Deus me da a possibilidade de fazer alguma visita.
E sempre encontro novos
e belíssimos poemas escrito tão docemente por si.
Um abençoado final de semana beijos.
Evanir.
'Ah poder exprimir-me assim como voce se exprime'-cai bem pra mim a frase do 'Ode Triunfal' de Álvaro de Campos.
ResponderEliminarUma poesia dentro do olhar -assim é a Graça Pires.
'Leveza que arrebata',tanto na imagem quanto no turbilhão 'silencioso' dos pés e suas sapatilhas.
Um abraço Graça.
Parabéns pelo privilégio de assistir 'Orpheu e Euridice' e pelo poema bonito.
Música e poesia se completam. Aqui o bailado das palavras que tão sabe encenar!
ResponderEliminarBelo, como sempre!
beijinho
OI GRAÇA!
ResponderEliminarCAPTASTE EM TEUS LINDOS VERSOS, A ALMA DE QUEM DANÇA, É MUITO MAIS QUE MOVIMENTOS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Que lindo!
ResponderEliminarLendo sua poesia vi bailarinos a dançar em volta.
Abraços!
Nos versos o bailado das palavras possuídas pelo encanto da dança.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Quem dança é a aproximação mais conseguida das aves...
ResponderEliminarBeijinhos e bom fim de semana prolongado, minha amiga
Lembrou-me dos concertos públicos que temos aqui no verão e que são inesquecíveis...
ResponderEliminarNos movimentos dos bailarinos há poesia, graça, leveza. Na poesia da Graça encontro o encanto de sonhar, a leveza do saber. Um abraço, Graça
ResponderEliminarconseguiste passar o arrebatamento da dança, a música pulsando...
ResponderEliminaradorei, gosto muito de poesias
estou com um novo blog:
http://metamorfosearsemmedo.blogspot.com.br/
te aguardo lá, bjs
ResponderEliminarOlá, Graça.
O seu poema, é um traço sublime, da sensibilidade.
amei.
Um abraço, desde cá, do Brasil.
rodopio em tuas palavras - belas!
ResponderEliminarbeijo, Graça
Este poema da Graça é uma magnífica celebração da dança, dos corpos «prestes a incendiar o chão», entregues à volúpia, possuídos pela música, «sonoridade que lhes perturba o gesto e a beleza.»
ResponderEliminarPrivilégio nosso a Graça partilhar connosco este seu poema, esta outra dança, em que ficamos possuídos pela musicalidade e emoção das suas palavras, sempre únicas, fortes, primordiais.
Excelente a escolha da ilustração.
Boa tarde, Graça, que poema lindo e de conteúdo repleto de figuras de linguagem que faz parte do linguajar dos poetas.
ResponderEliminarVocê descreveu com muita maestria o bailarino, a bailarina, pois quando dançam se integram ao ambiente onde estão, e tudo se transforma com eles...
e quando se desligam do palco, penso que se religam aos céus.Belíssimo ! Parabéns!
Grande abraço!
Não preciso estar lá para acreditar.
ResponderEliminarA ortografia da poeta traz-me o som fidelíssimo das palavras. O feitiço da dança vê-se na translação do fogo dos corpos possuídos. O movimento que me fascina os olhos: os bailarinos “fincam as unhas na madeira” e superam a lei da gravidade: pairam magistralmente no espaço.
Quando os corpos encontram o fluxo da arte, não existe separação : música e dança, palavra e poesia, somos apenas Um. Beijos.
ResponderEliminarBoa tarde, lindo poema que atrai junto com melodia bela e leve.
ResponderEliminarAG
A leveza da dança, mesclada da entrega dos corpos, transparece de cada sílaba...
ResponderEliminarUm beijinho :)
Dissestes tão magistralmente bem e lindo, como quem fora antes uma bailarina.
ResponderEliminarTão profundo e docemente elaborado, o poema trouxe toda a magia da musicalidade e da dança. Parabéns Graça.
Um abraço.
Que bela coreografia poética construíste numa dança de palavras bailarinas!
ResponderEliminarPerfeito!
Bjo, Graça :)
o seu corpo é a música
ResponderEliminarDeliciosa e ternamente erótico. Como só você, Graça, poderia criar. Parabéns!
ResponderEliminarTer nos pés a leveza, a força interior de uma amazona, em luta com o ar que a prende, com a terra que a atrai...
ResponderEliminarEntrei no poema e vi. Talvez porque a dança e a música me são muito próximas... Grato por este momento.
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