XV
Este silêncio que à noite se infiltra como presença
há muito esperada. Este silêncio que a brisa
aconchega e pelos claustros sobrevoa o negrume
da vida. É um bater de asas nas copas das árvores,
uma doçura a escorrer pelas cornijas
tão pelo tempo esbeiçadas
e é também o reflexo da minha sede.
tão pelo tempo esbeiçadas
e é também o reflexo da minha sede.
Uma sede sem limites nem fim e onde uma ânsia
de Amor me antecipa visões e êxtases.
Este é o silêncio que sempre quis,
aquele que à noite atravessa
corredores e celas desenhando nas lajes
aquele que à noite atravessa
corredores e celas desenhando nas lajes
as minhas Moradas - caminhos que nunca cedo,
como se num antiquíssimo sonho uma nítida mão
a mim me salvasse.
“O silêncio dentro de mim” (p. 23) podia ser o mote de Negro Marfim de Victor Oliveira Mateus. É ele, a sua inquietação e o seu fundo sem fundo, que fazem ressaltar a visão “negra” mas brilhante, resplandecente, do texto do autor, um texto impiedoso e desumano, próprio de uma época que substitui o silêncio e o desassossego da existência pelo ruído superficial e pela claridade estonteante do dia-a-dia. […] Palavras de Miguel Real no prefácio do livro.
ResponderEliminarParabéns Victor!
Bom dia Graça.
ResponderEliminarUm lindo texto amiga, o silencio é algo que nós traz muita paz. Uma feliz semana.
Beijos.
Texto maravilhoso!!!
ResponderEliminarBeijo, bom domingo
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Amo o silêncio,
ResponderEliminarcúmplice de nossos pensamentos
e sincero ao sussurrar em nossa alma...
Lindo!
Beijos!
Querida amiga, Graça Pires !
ResponderEliminarQue bela busca fizeste, dando-me a conhecer
as entranhas de um primoroso texto de intensa
paixão. Muito agradecido.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
Muito obrigada pela visita, sera smp bem vinda beijinho
ResponderEliminarGraça Pires, dá vontade de dizer: quando for grande, quero escrever bem, como Victor Oliveira Mateus. No trecho que serves, o escritor mostra uma apreciável mística estética.
ResponderEliminarReportando-me, o restaurante Maré Alta, sem ser restaurante do alto, tem bom ambiente e o binómio, qualidade - preço, é bem convidativo.
Beijos
Tantos são os silêncios
ResponderEliminara escrita bela e inconfundível de Victor Oliveira Mateus.
ResponderEliminaruma boa escolha!
bom domingo
beijo
:)
Um silêncio que fala...Mesmo que seja só em nós....
ResponderEliminarUma boa escolha.... Obrigada pela partilha...
Beijos e abraços
Marta
A Graça vem servir-nos ao domingo, o primeiro dos dias, o evangelho perfeito.
ResponderEliminarO silêncio saturado de sons
vem desinquietar-nos a noite:
um espanejar de penas
rumoreja as horas
impiedosamente
nas ramadas da memória
Bj
Silêncio que faz falta no tumulto constante da vida...
ResponderEliminarBeijo.
Um poema intenso que nos transporta para um mundo ímpar.
ResponderEliminarDesconhecia este Poeta e já fui pesquisar o seu blogue e as suas poesias.
Um beijinho e boa semana amiga Graça
Fê
Um poema que inquieta e nos faz pensar. Conhecemos o silêncio. Não temos medo dele.
Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que muitas palavras.
Bem haja por me ter dado a conhecer este poeta, fico-lhe grata.
Beijinho, amiga Graça
Não se trata de um silêncio qualquer, daqueles que por vezes habitamos. O silêncio do autor tem raízes específicas e foi brilhantemente descrito. Bjs.
ResponderEliminarBonito poema.
ResponderEliminarTenha uma ótima semana!
Isabel Sá
https://brilhos-da-moda.blogspot.pt
É um grandioso voo poético! Lindo! abração
ResponderEliminarObrigado, Graça. Sempre solidária! Achei interessantes alguns dos comentários: Daniel Costa fala de mística estética, Agostinho fala de Evangelho perfeito, etc. Boa intuição poética! Quase adivinharam, porque este texto foi escrito para uma obra que saiu em Espanha, para comemorar os 500 anos de Teresa de Ávila. Nesse país acabou por ser traduzido pelo Prof. Alfredo Perez Alencart da Univ. de Salamanca e por lá saiu em Castelhano, só depois é que achei por bem integrá-lo neste meu livro. Portanto, minha amiga, tens aqui bons leitores de poesia no teu blogue. Parabéns! Agradeço-te também a inclusão deste poema neste teu espaço de tão grande qualidade literária. Um abraço grande e amigo, Victor Oliveira Mateus.
ResponderEliminarO Amor é isto que escreve e descreve. Muito bom ler. Bj.
ResponderEliminarOi Graça querida
ResponderEliminarLindo poema...
Como sempre você agracia com coisas lindas.
Beijos
Ani
Escrevo estas palavras depois de ter lido o comentário do autor.
ResponderEliminarProcurei fugir da angústia da influência partilhando a minha sedução pela escrita do Victor, onde se infiltra uma procura do absoluto pelos caminhos do silêncio, da sede, do sonho.
Sede de Absoluto que é ânsia de Amor.
"Este silêncio...reflexo da minha sede. Uma sede sem limites..."
ResponderEliminarLindíssimo este texto, sobre um slêncio desejado, místico e profundo.
Gostei muito. Parabéns ao Victor pelo seu novo livro.
Beijo
Belo!!
ResponderEliminarSilenciar muitas vezes diz mais que milhões de palavras. Eu prefiro sempre o silêncio que me inspira.
Um grande abraço.
Silêncios infiltrados por poesias grávidas de palavras por nascer.
ResponderEliminarBeijinhos
motivo de alegria - a descoberta de mais um poeta
ResponderEliminargrato
beijo
Boa noite Graça, belíssimo poema.
ResponderEliminarOs silêncios que vão tomando conta de nós
neste mundo conturbado.
Um beijinho.
Ailime
Mais uma vez parabéns pela tua generosidade.
ResponderEliminar>Beijinhos amigos, linda
Excelente escolha, lindo poema.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Aí está mais um poeta que não conhecia.
ResponderEliminarPortugal é mesmo, um país de poetas!
Beijinho para si!
Por este silêncio escorrem as palavras do Poeta como se fossem água. Um silêncio como se fosse ao mesmo tempo prece e grito, dádiva e entrega.
ResponderEliminarParabéns ao Victor Oliveira Mateus.
Beijos.
O silencio que se procura e deseja é srmpre uma nascente de boa Poesia.
ResponderEliminarBoa tarde, excelente poema e divulgação de mais um poeta.
ResponderEliminarAG
Não pude deixar de ler os comentários e quase é superfluo o que vou escrever. Em todo o caso, antes de os ler, senti a beleza do conteúdo perpassando-me que o silêncio é um leitmotiv na poética de quem escreve, sendo ora o momento do recolhimento e da interioridade, ora o grito da angústia existencial, podendo ambos coexistir e serem libertados no verso.
ResponderEliminarGosto do silêncio e dos silêncios que crio para escrever...
Obg por poder ler. Parabéns ao autor.
Bjo, amiga :)