Em seara alheia
Evita sonhar, procura não saber
Dos sorrisos que se acendem
Ao longo da rua. Remete-te
À desordem moderada do teu
Coração silencioso, à ausência
De expressão, mesmo nos momentos
De sobressalto. Fecha, devagar
Muito devagar, as mãos e chora
De modo a que ninguém veja.
Há alegria a mais no mundo, há
Demasiado tempo perdido a roubar
A propriedade dos tristes.
Rui Almeida
In: A solidão como um sentido seguido de Desespero. Póvoa de Santa Iria: Lua de Marfim, 2016, p. 22
“A solidão como um sentido,/ Regra sabida antes/ De qualquer possibilidade/ De memória […]” Assim começa este livro de Rui Almeida. É um livro a roçar uma certa angústia. Ao lê-lo lembrei-me de Miguel Torga quando diz: “Uma obra literária é uma experiência muito dolorosa e muito profunda tornada expressão”.
ResponderEliminarO Rui tem uma escrita muito própria que nos conduz através de um itinerário que enfrenta a realidade e que nos instiga a procurar respostas e caminhos.
É muito belo, o livro. Parabéns Rui!
Poema maravilhoso, em que em identifico! Parabéns, amei.
ResponderEliminarBeijinhos e um dia feliz
Coisas de Uma Vida 172
Olá, Graça.
ResponderEliminarA Graça diz da obra que roça uma certa angústia e, no poema, o autor fala-nos que
"Há alegria a mais no mundo" - por antagónico que pareça, a mim, falar de alegria desperta uma angústia estranha, numa fase em que parece ser moda dar provas de viver em alegria permanente, com "selfies", a quererem, a todo custo,fazerem saltar à nossa vista uma alegria espampanante.
bj amg
Ótima semana!!!!!!!!!!! beijos
ResponderEliminarGostei!!
ResponderEliminarUma linda semana pra você.
bjokas =)
Boa tarde Graça
ResponderEliminarLer os poemas teus poemas e as tuas opções é garantia certa e viver bons momentos de poesia.
Reportando-me - fui mesmo vinhateiro, do campo até vinte anos fiz de tudo. Na minha contagem, terei "explorado" cerca de duzentos patrões. Aos dezassete anos, era difícil ser batido a trabalhar no campo, no sitio do meu nascimento: o Oeste - Peniche.
Abraço
Olá Graça
ResponderEliminarLindo poema, desejo uma bela tarde. Bjs
Um poema muito duro, intenso, belo, corajoso. Muito grato pela poesia do Rui <3
ResponderEliminarE muito grato também a ti, Graça, por a partilhares.
Muitos beijos
Jorge
Ás vezes, assim é... Há momentos em que temos que chorar, esvaziar o peito dessa angústia que nos impede de abrir as asas e voar....
ResponderEliminarObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Achei o poema do Rui Almeida muito nostálgico onde nos fala da tristeza dos outros e da alegria(?) a mais no mundo, que é uma maneira subtil de outras interpretações.
ResponderEliminarE é nisso que embora na sua angústia o poema se torna belíssimo.
muito bom!
uma boa escolha sem dúvida.
uma boa semana.
um beijo
:)
É um poema de uma sensibilidade invulgar!
ResponderEliminarAdorei o ritmo também.
Beijo meu, Graça e parabéns ao autor.
Muito bonito!
ResponderEliminarPara além do Miguel Torga, eu tinha um sábio professor que dizia "a felicidade não importa à Literatura".
Concordo com ele. De facto, são os poemas mais tristes aqueles de que mais gosto, Graça!
Beijinho e parabéns ao seu amigo!
O poeta manifesta a angústia que mina as nossas vidas numa liguagem poética acutilante.
ResponderEliminar"Há alegria a mais no mundo"!
Dito assim, sem filtros nem photoshop, vemos a mentira estilhaçada no poema: a alegria postiça que marca este tempo de simulação.
Boa semana, Graça.
OI GRAÇA!
ResponderEliminarMUITO LINDO VALEU PODER LÊ-LO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Angustiante, porém emocionante...
ResponderEliminarUm beijo
Poema que nos leva a pensar e questionar... Bonito e realista!
ResponderEliminarBoa tarde de 3a feira, Graça...
Boas inspirações p vc e um abraço.
Olá, Graça Pires.
ResponderEliminarUm poema triste. Mas, muito bom
Abraços.
Nossa, não havia lido, antes, um canto à solidão sem tristeza. Pode-se dar outra conotação às suas palavras, mas prefiro abraçar o que me chegou à primeira leitura. Esse riso exagerado que pode estar lá fora, nem sempre é fundamentado dignamente. E estar só constitui prazer opcional.
ResponderEliminarUma bela escolha, Graça! Bjs.
Evita sonhar ............
ResponderEliminarClaro que devemos sonhar ! São os sonhos que nos impulsam na caminhada da vida.
Felicidades
MANUEL
Que belíssima realidade contida neste soberbo poema. Amei a partilha!
ResponderEliminarBeijos Graça, uma ótima semana!
Mariangela
bem aventurados os que se confessam tristes, perante as alegrias do Mundo
ResponderEliminarpois são eles os que merecem ser escutados.
Poesia que não transige com "rodriguinhos"...
gostei muito, Graça
beijo
Particularmente prefiro os poemas tristes e os de cunho social. Encontro neles beleza e emoção. Encontro muita realidade.
ResponderEliminarGostei desse, e muito.
bjus, Graça!
Estar triste tem tanto sentido como estar alegre.
ResponderEliminarA solidão, por vezes, é opção e necessária. Eu preciso dela, no sentido do encontro com o meu mundo.
Gostei imenso do poema (conteúdo e estrutura). Parabéns ao autor.
Obg pela partilha, Graça. :)
Ah, Graça Pires, querida Amiga !
ResponderEliminarMuito agradecido por compartilhar
tão lindos versos.
Uma Boa noite e um fraterno abraço,
aqui do Brasil.
Sinval.
Um poema triste que fala de angustia e desesperança. Não deixa, contudo, de ser muito belo! Parabéns ao autor e à Graça por o dar a conhecer.
ResponderEliminarBeijo.
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarMuito belo este poema em que o poeta consegue transmitir pela sua sensibilidade a realidade angustiante dos nossos dias.
A solidão, o silêncio, o choro são infelizmente o refúgio de tantos.
Muito obrigada por dar a conhecer este jovem e promissor Poeta.
Beijinhos,
Ailime
Boa tarde, a solidão por opção não significa tristeza, é uma necessidade que serve principalmente para um encontro com próprio interior, o poema é perfeito.
ResponderEliminarAG
Que belíssima partilha, Graça!
ResponderEliminarE o mundo e a vida... por vezes, bem nos remetem para essa tristeza... quase nos fazendo sentir que a felicidade, não é opção...
Sejamos então felizes... e sem noção... do peso do mundo e da vida... antes que a vida passe... e não tenhamos tido a oportunidade de o ser... de a sentir... mesmo que apenas ao de leve...
Beijinhos! Continuação de uma boa semana, Graça!
Ana
O poema já nos seduz na primeira leitura, no contato "físico". Depois descobrimos a chama mais pura em cada palavra.
ResponderEliminarAbraços, Graça!
Os tristes têm direito à sua tristeza.
ResponderEliminarGostei amiga.
Desejo que se encontre bem
Bj.
Irene Alves
~~~
ResponderEliminarIntensa tristeza,
desesperadamente sentida e tangível!
Canto emocionante
a reivindicar o direito a estar triste...
Um poema belo na sua singularidade.
~~ Grata pela oportuna divulgação.
~~~~~ Beijinho amigo Graça.~~~~~
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Lindo poema Graça.
ResponderEliminarBeijos
Ani
Boa noite Graça.
ResponderEliminarAchei o poema do Rui Almeida muito belo. Um feliz fds amiga. Enorme abraço.
Um poema profundo que espelha
ResponderEliminaruma racionalidade numa bela poesia concreta.
Grata pela partilha!
Beijo.
Controverso o poema...
ResponderEliminar"...
Há alegria a mais no mundo, há
Demasiado tempo perdido a roubar
A propriedade dos tristes."
Grata pela partilha. Um livro a ler oportunamente.
Um grande abraço de carinho.
Graça, sábios conselhos do Rui Almeida. Prazer enorme em estar aqui outra vez. Parabéns pela escolha.
ResponderEliminarAlegria nunca é demais, porém temos todo o direito de chorar...O sofrimento faz parte de nossa jornada e é preciso saber viver cada fase com dignidade.
ResponderEliminarUm lindo fim de semana!
A tristeza parece ser mais inspiradora, quem a tem se oculta no próprio silêncio, daí podem surgir obras nas mais variadas expressões da arte, muito embora no plano exterior e material possam demonstrar uma falsa alegria. E essa é bem conhecida dos tempos atuais.
ResponderEliminarInsurgir à própria dor, por si- já é uma grande obra.
Muito bonito o poema que nos trouxe. Abraço.
Talvez a falsa alegria esteja demasiada no mundo, este, carece sim, de uma alegria sincera e cristalina.
ResponderEliminarAbraços
Olá Graça, lindo poema. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarUm beijo e feliz semana
Muitos parabéns por trazer esta pérola, Graça!
ResponderEliminarParabéns, Rui Almeida!
Um poema pode ser uma arma, e este amiga Graça é exactamente isso.
ResponderEliminarObrigada por mais esta preciosa partilha.
Um beijinho
Fê
Não conhecia este poema do Rui Almeida, e adorei, simplesmente.
ResponderEliminarA solidão! Como a entendo! E como a procuro, tantas vezes, porque, em determinados dias (hoje, por exemplo - 46ºmês) só nela encontro consolo.
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Só agora vi estes comentários todos. Muito obrigado.
ResponderEliminarPoema maravilhoso!
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