Espreito pelos dedos a memória
mais longínqua da infância.
Procuro-a intensamente.
Nas árvores, nas latadas,
nos vãos de escadas,
nos telhados, nos rochedos.
E retalho a pele dos seios.
Rapo o cabelo.
Envolvo-me de fumo.
Soletro as palavras maternas.
Mas um sopro invisível
dispersou o berço e os brinquedos
como um eco sem volta.
Coloco na ara sacrificial
a candura recortada
de um cenário imaginado,
para que me seja paisagem na
lembrança.
Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015
Que linda poesia e foto! Lembrabças.... Aproveito pra desejar lindo Dia das Mães pra todas mamães de Portugal! bjs,chica
ResponderEliminarAdorei o texto e tocou-me no coração. Palavras fortes, de saudades...
ResponderEliminarUm bom fim de semana, beijinhos
Oi querida,gostei dessa fotografia a preto e branco que deixaste nesta tua postagem!! O poema desta tua postagem também é imensamente lindo e fantástico!!
ResponderEliminarOi novamente,venho agradecer-te o comentário que me fizeste nesta minha postagem: http://sandrasofiagoncalvesafonso.blogs.sapo.pt/desafio-dos-trinta-dias-dia-3-2113,respondendo ao teu comentário,eu adoro participar em desafios,mas com toda a certeza que o blogue não é só de desafios,quanto à divulgação,eu já comentei em muitos,mas muitos deles não me retribuem as visitas,mas já conto com algumas visitas e,também,alguns comentários,desde que comecei o blogue!! Espero que continues a passar no meu cantinho!! Muitos beijinhos e excelente fim-de-semana!! Eu voltarei mais vezes,com toda a certeza!!
ResponderEliminarUm poema tão belo, como bela é a memória. Deixar o tempo escorrer
ResponderEliminarna viagem duma vida, é voltarmos
a nascer.
Gostei muito, minha amiga e obrigado
por partilhar páginas dum livro tão
especial.
Um bj.
Rendo-me à tua sensibilidade. Rendo-me á tua escrita, "à memória dos teus dedos", como se escrevêssemos com as mãos, com os dedos". Rendo-me à tua memória e à tua imaginação.
ResponderEliminarBeijo, Graça
~~~
ResponderEliminarSabemos que foi um tempo de sublime amor...
Muito belo, querida Graça.
Beijinhos.
~~~~~
a privação primeira
ResponderEliminarque seja a voz materna, ainda, a juntar todas as paisagens
um abraço, Graça
A saudade... As memórias de infância sempre presentes...Os retratos a sépia...
ResponderEliminarObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
P.S.: Em resposta ao comentário no "Minha Página", o livro é sobre a última mulher de Henrique VIII. A Ana Bolena já morreu, mas fala-se da Princesa Elizabeth e da educação que está a receber. O desafio é ler um determinado nº de livros, manter as pessoas informadas sobre o que estou a ler e escrever um pequeno comentário. Adoro ler, tenho sempre um livro comigo e achei o desafio interessante. Obrigada pelo interesse.
Excelente! Foto e poema! Adorei de verdade.
ResponderEliminarBeijinhos
Bom fim de semana
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Tudo passa. E o que passa não volta. Porque aquilo que nos parece que volta não é o mesmo que passou, é outro tempo, é outra paisagem, são outras palavras, é outro vento…
ResponderEliminarPor isso é tão importante conservar as memórias, quanto mais longínquas melhor.
Excelente! Obrigada pela partilha.
Um muito feliz DIA DA MÃE.
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
tão belo, Graça.
ResponderEliminarÉ bom quando lemos quem escreve do que sabe.
um beijo
A poesia só é poesia quando toca direto na morada dos sentimentos, ou seja, o coração. E a tua poesia, pelo pouco que eu li, parece fazer isso de forma tão consistente e bonita. Não há memória mais singela do que a lembrança da nossa infância. Lindo poema. Beijinhos.
ResponderEliminarO título é uma metáfora encantadora sobre o amor materno tão
ResponderEliminarsimbiótico e infinito...
Como compreendo este sentir:
"Para que me seja paisagem na lembrança."
Emocionada e tão tocada com este teu magnífico poema,
inscrito de afeto e da poesia maior, querida Poeta Amiga!
Beijo.
Graça,
ResponderEliminarUm poema sensível, nessa busca que fazemos todos, de nossa infância. E você tenta ainda construir, de suas lembranças, uma paisagem da infância. Parabéns.
Um bom final de semana.
Abraços.
Como é doce recordar. Muitas vezes mais doce que a própria recordação. E você escreve, descreve estes prazeres como poucos, Graça. Como é doce ler-te. Sempre!
ResponderEliminare nessa(s) paisagem(s) transfigurada(s) nos celebramos!
ResponderEliminartambém me acometem essas "recaídas", Graça.
mas não sei dizer assim belo, como tu dizes...
Beijo, minha Amiga
Que bonito! Suave sentimento tão bem (d)escrito!
ResponderEliminarBeijinho.
O tempo passa rápido, ficam as memórias para aliviar as saudades de tempos passados.
ResponderEliminarNostalgico e belo poema.
Beijinhos
Maria
Centrar a memória no tempo e em espaços da infância é sempre um exercício de reflexão, ainda que o não pareça. Muito do que somos vem desses lugares mágicos. Estar dentro de momentos da infância, como se fora um presente histórico e reescrevê-la, é POESIA!
ResponderEliminarFantástico, sobretudo a partir de "E retalho a pele dos seios".
Bjo, Graça :)
Muito bonito!
ResponderEliminarTenha um ótimo domingo!
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Excelente Texto e Linda Foto !
ResponderEliminarBom Domingo
De onde saíram três meninas tão bonitas?
ResponderEliminarFrescura, encanto, maravilha. Memória, tempo reencontrado da infância, mítico paraíso perdido, «candura recortada de um cenário imaginado».
Neste primeiro domingo de maio, a poeta soletra as palavras maternas e comove-nos. Tanta beleza.
Beijo, Graça, e bem-haja por partilhares connosco o teu talento.
Lida e vista à transparência
ResponderEliminara candura de ti
nesta luminosa poesia
é dádiva de ternura
de comoção em mim
Bj
Bom dia,Graça. Lindo poema,forte como sempre.
ResponderEliminarAs lembranças maternas ficam em nosso peito para a eternidade.
Que apaguemos o que foi ruim e deixemos o bom florescer.
Minha mãe está no céu, triste viver sem ela.
Tudo de bom.
Beijos na alma.
Seus versos são lindos
ResponderEliminara procura da infância a invade
A vida tem sido complexa
E a única fuga
é o passado
em que a infância foi mesmo infância
E ainda bem que tem a que se agarrar no declinio
...a uma infância que nunca se perdeu...
Eu neste instante
deixei de ter infância
deixei de ter passado
Me perdi...
Maria Luísa
Lembrar a infância...saudade de tanta inocência.
ResponderEliminarAbraços
poema excelente a lembrar a infância e a lembrar a mãe.
ResponderEliminarfeliz dia da mãe!
um beijo
:)
As memórias da infância trazem emoções fortes, onde a Mãe é uma presença constante.
ResponderEliminarA foto das três meninas, no longínquo tempo da inocência, é uma saudade imensa.
Lindo poema para assinalar o dia da Mãe.
Beijo.
Minha querida, feliz Dia da Mãe!
ResponderEliminarAbraço grande a desejar bom Maio.
"Mas um sopro invisível
ResponderEliminardispersou o berço e os brinquedos
como um eco sem volta".
Tão bem descrita essa sensação que a infância não vai voltar.
Imenso abraço!
E muito obrigada por ter assistido meu canal!
Uma bela e sentida homenagem à mãe. Nos recônditos meandros da memória jazem plasmadas as lembranças do que fomos delas, com elas e por elas.
ResponderEliminarUm beijo.
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarNão tenho palavras para comentar este sublime poema que me tocou e de que maneira.
«Envolvo-me de fumo. Soletro as palavras maternas. Mas um sopro invisível dispersou o berço e os brinquedos como um eco sem volta». Leio e releio e só posso dizer-lhe como a admiro tanto e respeito, minha amiga.
Um momento de poesia de excelência.
Muito obrigada.
Beijinhos,
Ailime
As memórias perpetuadas em pura poesia.
ResponderEliminarUm beijinho emocionado amiga Graça
Fê
Olá,minha querida Graça,venho-te desejar uma excelente primeira semana do mês de Maio,espero que esteja tudo bem contigo,muitos beijinhos!!
ResponderEliminarLindíssimo poema, Graça!
ResponderEliminarRecordar esperançosamente é sublime e vital...
Abraços
Uma lembrança que nos ensina no presente. Belo!
ResponderEliminarMuito significativo. Gostei.
ResponderEliminarBjs.
Irene Alves
Paisagem que permanecerá para sempre!
ResponderEliminarLindo demais!
Beijos,
Mariangela
Não é fácil voltar a momentos específicos. A memória só os apresenta após exaustivos exercícios, ou acordada por imagens que já estavam nela gravadas. Preciosos versos, Graça!
ResponderEliminarEstá tudo guardado em saudosas lembranças. Bjs.
Olá.
ResponderEliminarobras brilhantes.
Obrigado por sua visita sempre.
Desejo a todos o melhor.
Saudações e abraço.
Do Japão, ruma ❃
Boa tarde, amiga Graça!Belíssimo poema, construindo e trazendo à memória todas as lembranças da infância, quanta saudade de coisas que ficaram escondidas , porém se há saudade é porque muitos fatos devem ser trazidos para o presente. Pura emoção! Beijos!
ResponderEliminarA realidade longínqua vai sendo reconstruída até à desconstrução total...
ResponderEliminarUm poema excelente, com a tua marca de qualidade poética habitual.
Bom fim de semana, querida amiga Graça.
Beijo.
As memórias... e a possibilidade de nos resgatarmos um pouco ao tempo, através das mesmas...
ResponderEliminarUm poema muito belo... que nos remete para a infância... e para o Dia da Mãe... que espero que a Graça o tenha passado da melhor forma...
Um beijinho grande! Bom fim de semana, pedindo desculpa, no atraso da minha passagem por aqui... mas tenho andado numa fase mais ocupada, que ainda se prolongará um pouquinho mais...
Tudo de bom!
Ana
Amiga, Graça Pires !
ResponderEliminarEssas " viagens", aos tempos de criança,
são necessárias para abastecer a alma,
que se nega, no amor, ficar adulta...
Parabéns, querida, pelo destilar das
mais profundas emoções.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
Olá, Graça.
ResponderEliminarTão sentido, tão emocionante que, imagino!, há-de ter sido o parto deste poema, minha cara.
Porque ir buscar às memórias esses retalhos vividos e torná-los palavras e, usar dessas palavras para transmitir a emoção é tarefa árdua à criatura que é poeta.
Lindo. Ela gostaria, decerto ;)
um bj amg
Só mesmo uma poetisa de talento poderia ir tão fundo para escavar a duras penas estas memórias...Emoção pura!!!
ResponderEliminarBjus e feliz dia das mães!!!
ResponderEliminarOlá, Graça Pires.
Que tenhas um fim de semana bom.
E um dia das Mães, maravilhoso. Confesso, que não tenho mais a minha, ao meu lado aqui na terra. Mas, tenho a esperança de reencontrá-la um dia, em algum lugar de tempo e espaço, por que creio na ressurreição, em nome de Jesus Cristo.
Um abraço, para você.
Que lindo, Graça!
ResponderEliminarComo sou sensível a este tema tão bem soletrado!
Parabéns!
Beijinho
Boa noite querida Graça.
ResponderEliminarUm belo poema, um feliz dias das mães. Enorme abraço.
Estou passando para deixar
ResponderEliminarum carinho e matar as saudades.
Desejar um feliz dia das mães,
Um Domingo abençoado.
Se for do seu gosto deixei mimos
na postagem.
Beijos.
Evanir..
Graça
ResponderEliminarMajestoso poema a homenagear uma mãe, decerto a tua. Boa homenagem poética no dias das mães do Brasil.
Beijos
A Graça tem um pacto com as palavras, só pode.
ResponderEliminarMuito bom, o poema!
Um beijinho :)
A mais linda paisagem que nossa memória já pôde registrar. Eu ainda me agarro À barra da saia de minha mãe que graças ao Bom Deus ainda tenho ao meu lado. Graça, me emocionaram as tuas palavras. Um grande abraço.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPassando pela net encontrei o seu blog, estive a folhear achei-o muito bom, feito com muito bom gosto.
ResponderEliminarTenho um blog que gostava que conhecesse. O Peregrino E Servo.
PS. Se desejar fazer parte dos meus amigos virtuais faça-o de forma a que eu possa encontrar o seu blog para o seguir também.
Que haja paz e saúde no seu lar.
Com votos de saúde e de grandes vitórias.
Sou António Batalha.
http://peregrinoeservoantoniobatalha.blogspot.pt/
É realmente um prazer poder estar aqui, vasculhando tua obra. Prazer estar com vc, Beijo
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