Seleccionar o ângulo de um rosto, sem lhe macular a luz, como se, a meia voz, pudéssemos reter os múltiplos reflexos do júbilo e das mágoas.
5.12.16
Em seara alheia
Um rio, um nome
Na terra de meu pai corria um rio
e não era ainda o do tempo
nem eu nadara no múltiplo leito de Heraclito,
era um rio de claros seixos,
onde a sombra e o riso
acolhiam o nosso corpo
ainda intacto
no incêndio da manhã.
Na terra do meu pai havia laranjas
e chão, havia sol e murmúrios
e nós ouvíamos a respiração da noite
por dentro das raízes das árvores
e o rio falava com as pedras
e com a luz
e nó corríamos
ou éramos levados pelo vento
que acendia a folhagem.
Na terra do meu pai não havia medo
só um rio e as águas limpas
onde as mulheres lavavam a roupa
e cantavam ao som da terra.
Na terra do meu pai corria um rio
e os homens tinham lugar
era um rio por coração
era um nome
para um homem.
Maria João Cantinho
In: Do ínfimo. Lisboa: Coisas de Ler, 2016, p. 32
Excelente escolha, graça
ResponderEliminarAb
Regina Gouveia
que bom saber que (ainda) há quem ame o chão que pisa.
ResponderEliminartelúrica energia (poética)
sempre atenta e sensível que tu és, Graça!
beijo, beijo minha Amiga
Na terra do meu pai não havia medo
ResponderEliminarsó um rio e as águas limpas
onde as mulheres lavavam a roupa
e cantavam ao som da terra.
A terra de meu pai é um tempo por demais estranho...tão perto, ainda, mas tão longe da minha memória.Vivendo os dias de hoje, parece que a terra de meu pai nunca existiu.
Beijo, querida Graça, bela tua escolha.
Obrigada pela partilha. Adorei
ResponderEliminarBeijo e uma excelente semana.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Poema maravilhoso, obrigado pela visita, tenha uma semana abençoada.
ResponderEliminarBlog: https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM
Gosto muito destas escolhas noutras searas :)
ResponderEliminarboa semana, Graça, beijinho
Querida Gracitamiga
ResponderEliminarApenas li o poema - e porque goto muito da Maria João - fui logo comprar a Sonata Demasiado Perfeita que ainda não tinha. Fui num pé e voltei no outro, a tempo de aqui postar este comentário. Ela é uma admirável poetisa - e por isso dou seu admirador - mas tenho de confessar que continuo a preferir-te minha querida.
Portanto dois muito obrigado: para ti pela publicação; para a Maria João pelo poema.
Qjs para ambas do Henrique o Leãozão
PS (sou, mas aqui é Post Scriptum...) Peço-te um favor, que aliás são dois...
Sugere à Mara João que visite a NOSSA TRAVESSA e comente. Ficarei muito honrado e satisfeito e
Se te for possível envia-me o blogue da Maria João. Tanque iu...
E havia tempo.... para esculpir as memórias...
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
ResponderEliminarReconfortante passar por dentro de certos poemas, como este que a Graça, amavelmente, nos traz.
Um beijo
Lídia
Lindíssimo, Graça, este poema de outra excelente poetisa.
ResponderEliminarÀ minha leitura não bastam as metáforas, preciso de ler o sentimento e este poema tem!
beijinhos
em cada um de nós há um rio...
ResponderEliminardum chão com nome semeado.
um belíssimo poema.
(à distância da infância).
gostei muito, minha Amiga (com áfrica no pensamento).
um beijo, Graça, e uma semana feliz.
Lindo! Como são doces as recordações da infância.
ResponderEliminarBjk, querida, e uma abençoada semana.
Olá Graça.
ResponderEliminarEste poema, “um rio, um nome”, diz bem do talento de Maria João Cantinho. Um poema muito bom, que nos pede mais de uma leitura. O nome da poeta vou deixar na minha agenda, pois pretende buscar outros poemas, que integram esse livro (“Do ínfimo”).
Um beijo. Pedro.
Que maravilhosa partilha!... Que me trouxe gratas recordações de infância, passadas nas férias de Verão, nas margens do Mondego...
ResponderEliminarAdorei cada palavra!
Beijinho, Graça!
Feliz semana!
Ana
Continua a apreciar a tua sensibilidade e a tua generosidade!
ResponderEliminarBem hajas, amiga !!
Querida Graça,
ResponderEliminarenvergonhada, depois de ler o belo poema de uma amiga tua, bem belo,
passo a deixar um abracinho.
Passo pouco nas "casinhas virtuais" dos amigos e não amigos.
Algumas férias longas , e a bela rotina de neto estão de novo instaladas.
Depois, pasei a estar menos tempo no computador, para ler. Os livros sofreram com a net.
Vou quinta até à nossa terra por 4 dias.
Beijo e tudo de bom
Ana
Boa tarde querida Graça.
ResponderEliminarUma exelente escolha, poema demostrando um lindo sentimento. Como sabe eu amo seus poemas, mas gosto de ler também as quais conpartilha conosco, sempre muito bem escolhidas. Uma linda semana Forte abraço.
Oi, querida Amiga, Graça Pires!
ResponderEliminarParabéns por selecionar tão belo texto.
Muito grato por partilhar.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
A idade da inocência...
ResponderEliminarMuito bonito, Graça. :)
Boa semana. Beijinhos
Oi Graça querida mais uma bela colheita na horta do vizinho.
ResponderEliminarPude sentir o correr do rio, seu roçar nas pedras e descendo com sede de mar.
Lindo demais este olhar sentimental para um interior tão próprio e cheio de vida, onde moram as lembranças do escritor.
Aplausos pela sensibilidade.
Uma semana maravilhosa amiga.
Bjs de paz.
A sensibilidade e o acerto da Graça se manifestam na escolha de um poema estruturado nas raízes fundamentais da vida. Se Assim fosse: cada homem alicerçado nos valores da ancestralidade vital.
ResponderEliminarUm beijo minha amiga.
Olá, Graça!
ResponderEliminarViajei no tempo ao ler aqui. Minha mente voou à infância, onde feliz e livre, corria nas terras de meu pai.
Abraço e desejo de um lindo mês.
Sônia
Que lindo poema para nos mostrar!
ResponderEliminarA simplicidade da vida, a beleza e amor nesse lugar que mais parece um sonho nos dias atuais.
Abraços e feliz semana.
Soou-me tão familiar este sentir!
ResponderEliminarEmbora diferente, ainda vivo na terra do meu pai...
Tocou-me! Bela partilha!
BJ💓
Gostei e viajei em cada linha.
ResponderEliminarbjokas =)
Olá
ResponderEliminarA infancia nos deixa marcas e saudades de um tempo
que não volta, mas tira lágrimas quando lembramos.
Bjs
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Habitamos memórias
ResponderEliminarcrescemos desnascemos pela vida inteira
NO ritmo da poesia um rio de lirismo.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Filosófico! Fenomenal! abraços
ResponderEliminarVoltando agora de férias e lendo o poema, vieram lembranças maravilhosas...
ResponderEliminarO rio sempre me expressa quietudes e serenidades...
Beijinho
Boa tarde, sua sensibilidade revelada em cada palavra e o seu dom poético estão em perfeita sintonia, formam a magia.
ResponderEliminarContinuação de boa semana,
AG
Olá Graça
ResponderEliminarLinda mensagem. Bjs querida.
Muito terna a terra desse pai.
ResponderEliminarGostei do texto poético - expressivo e ritmado - da MJC.
Não conheço a autora.
Beijinhos, Amiga.
~~~~~~~~~~~~
Um poema tão puro e sentido. Um linda e comovente viagem ao passado.
ResponderEliminarExcelente esta tua partilha minha amiga.
beijinho
Um rio de sensibilidade e beleza num poema excelente. Parabéns à autora e obrigada à Graça por o partilhar.
ResponderEliminarBeijo.
Bom dia Graça,
ResponderEliminarsua sintonia com as palavras nos deixam sensíveis a busca.
Bjs
Tânia Camargo
Tâo rio, tão terra, tão gente!
ResponderEliminarAdorei.
Beijo.
Maravilhosas recordações num poema belo e sentido
ResponderEliminarExcelente escolha
Beijinhos
Maria
Lindo, lindo... Saudades da terra do meu pai ;-)
ResponderEliminarBoa noite Graça,
ResponderEliminarQue poema tão belo!
Rios que nos correm nas veias as memórias e a saudade.
Rios que se nos colam à garganta através do tempo e que jamais nos deixarão órfãos.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Boa noite querida Graça.
ResponderEliminarPassando para ver se tinha nova poesias. É aproveitando para lhe desejar um lindo final de semana. Abraços.
Tesouros guardados na memória, sempre a querer saltitar cá para fora...
ResponderEliminarMuito belo!
Um beijinho, Graça :)
Excelente escolha poética.
ResponderEliminarJá tinha lido alguns poemas da autora, mas este não.
Bom domingo e boa semana, querida amiga Graça.
Um beijo.
Abençoado domingo!!!!!!!!!!! Beijos
ResponderEliminarLindíssimo!
ResponderEliminar(Embora o meu seja já o rio do tempo.)
Beijinho
Que delícia de poesia!
ResponderEliminarMe acendeu as
lembranças.
Bjins
Catiaho Alc.
Boa noite, Graça, muitas lembranças na memória, parece que a criança voltou com tão acertada escolha de um poema tão rico, poema do qual podemos fazer diversas leituras.Maria João Cantinho, fabulosa em sua escrita repleta de simbologias.
ResponderEliminar" um rio, um nome"........
podemos ver e ler em tantos rios, em outros rios, porque aquele já não existe mais. Grande abraço!
uma partilha muito bem escolhida, pois o poema é sentido e belíssimo.
ResponderEliminarboa semana.
beijo
:)