23.8.17

Distante, o olhar

Katia Chausheva 

Distante, o olhar procura
as linhas entrelaçadas
no tempo dos tempos,
no esquecimento dos dias,
na raiz de um som primordial,
no rasto de vidas que se cruzaram.
Com a boca cheia de silêncios
clamo o vazio absoluto em minha voz
tão inacabada, tão sequiosa,
tão presa à garganta.

Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015

45 comentários:

  1. Excelente poema! Obrigada pela partilha

    Beijinhos e um dia feliz

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  2. Graça Pires
    Distante o olhar, talvez impirico, porque a mente está bem presente e o poema ficou magnifico,
    sentido por admirador.
    Beijos

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  3. Boa tarde Graça,
    Um poema muito belo e introspectivo. Recordações que se cruzam com silêncios que se fazem sentir numa necessidade de os eternizar.
    Um beijinho minha Amiga.
    Continuação de boa semana,
    Ailime

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  4. Boa tarde!
    Procurando por blogs interessantes para seguir, encontrei o seu. Adoro poesias!

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  5. O Olhar mesmo distante não se distancia da alma. Obrigada pelas visitas e comentários! Aquele AbraçO!...

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  6. Olá Graça
    Belo poema, bjs querida.

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  7. ~~~
    O olhar distante, vislumbra melhor.

    Uma composição poética admirável e original...

    Beijos, estimada amiga.
    ~~~~~~~~~~

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  8. E na procura do porquê das coisas até onde irá o nosso olhar?
    Onde pára aquele instante, o momento preciso em que, dotados
    de entendimento, começámos a perceber que talvez a realidade
    seja apenas uma projecção de sombras, tal como no mito da
    caverna?
    O som primordial ainda está para vir, será aquele em que
    descobrirmos que afinal somos seres inacabados e imperfeitos.
    Há que percorrer um longo caminho para que consigamos soltar
    o grito que nos libertará das nossas misérias.

    Adorei o seu poema, querida Graça, prenhe de um mundo de
    interpretações e de causalidades.

    Bj

    Olinda

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  9. Um poema que nos faz pensar! Muito, muito bonito.
    Beijinhos

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  10. As imagens que acompanham os poemas, parecem dar-lhes uma outra roupagem, apercebo-me agora. Isso é interessante. Nada se perde do escrito e, dado a cuidado que a Graça coloca nessas escolhas, alguma coisa mais há a "ler" nesse diálogo texto/imagem.

    Beijo

    Lídia

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  11. Silêncios são descuidos da alma. São armas letais nos olhos de alguém...
    Proíba-se o silêncio e o mundo brilhara´mais...

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  12. Mergulhar é preciso nos dias que os olhares se dispersam e cruzam com os sentimentos que nas entrelinhas entrelaçam velhos romances ainda não esquecidos.
    Beleza de construção de sentimentos Graça.
    Bjs de paz.

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  13. Ah, maravilha de versos!
    Sempre é um prazer ler-te, Graça!

    Esse olhar que é cego... Essa voz que emudece... Sintamos!

    Beijos! =)

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  14. Um poema sensível e denso, busca no tempo, inconformismo nessa sondagem, que castiga.
    Mais um de teus belíssimos poemas, querida amiga Graça, .
    Um beijo.
    Pedro

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  15. Muito belo, reflexivo, aliás esse é o seu estilo, poemas com conteúdos que causam, as vezes, um impacto. O olhar parou onde a mente não quis chegar!
    Gostei muito, querida Graça.
    Um beijo, feliz dias, sempre.

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  16. Graça tem a magia de conservar nas mãos a pureza inicial. As "coisas" intocáveis são a (sua) poesia.

    Num tempo tão longe
    e tão perto de nós
    - em nós -,
    o silêncio que anuncia o sopro
    do fonema que se faz voz.

    Bj.

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  17. Procura uma resposta....Apesar do silêncio....
    Lindo...
    Obrigada pela visita....
    Beijos e abraços
    Marta

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  18. Olá, o lindo poema, o mesmo embeleza o triste olhar.
    Continuação de boa semana,
    AG

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  19. Muito belo poema, inscrito de um olhar em voz
    caminhante e reflexiva neste caminho-vida!...
    Acompanha a imagem excelente neste aprofundar
    e ilustrar o poema.

    Grata pela maravilhosa partilha de (sua) arte, Graça.
    Um beijo.

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  20. Mais um excelente poema.
    Nunca o faz por menos, de resto...
    Bom fim de semana, amiga Graça.
    Beijo.

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  21. Entrelaçadas e bem as palavras do poema como entrelaçadas estão as linhas que ele, com leveza, refere...

    Sempre muito belo e muito emocionante. Obrigada

    Beijinho.

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  22. Olá, estimada Graça!

    Ah, esse "seu" olhar repleto de recordações, enleadas e abraçadas no tempo, que parece já não voltar e não volta, seguramente, pke o tempo não volta atrás, diz quem ama. Deixe lá, minha querida! Que na sua essência fique o odor e o sabor dos momentos sem nome. Sabe quais foram e são, certamente.
    Entre silêncios e vazios, há a voz da memória, que não está confusa, nem presa ao cérebro.

    A imagem está perfeita para aquilo, que a Graça, tão bem, escreveu! A mulher olha o tempo, o escuro, numa atitude de inconformismo, mas quem sabe lá o que poderá suceder no tempo vindouro. Afinal, o tempo ainda não terminou.

    Estamos com deficit de comentários, este mês, ao contrário da nossa economia, que já vai em 2,9% de crescimento, obviamente. A da Alemanha, o,6%, segundo li. Ele há coisas!

    Beijos e dias felizes.

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  23. Intenso poema que reproduz o conter de nossa voz que se cala para não se magoar ainda mais...
    Abraço.

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  24. Também eu fico maravilhado com as tuas palavras e com a boca cheia de silêncios. :)

    Abraço Graça

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  25. A poesia muitas vezes esmaga-me, silencia-me... este é um caso!
    Beijo, com humildade e admiração

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  26. Bem delineado o pensamento de quem quer perscrutar silêncios infinitos.

    Beijinho, amiga.

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  27. Que lindo Graça...

    Amei o poema.

    Beijos
    Ani

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  28. Querida Graça, situações adiversas levam o ser humano buscar suas lembranças como linhas perdidas no tempo e no espaço. Resgatar as memórias perdidas. Parabéns pela poesia cuidadosamente escrita. Amiga, fica na paz, tenha um final de semana feliz sempre iluminado com a luz Divina. Abraços da amiga Lourdes Duarte

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  29. O olhar distante de que fala o poema pode ser a nossa demanda sem fim de sentido, de propósito, de luz e calor, em que o outro se revela e nos revela, sempre que "no rasto de vidas que se cruzaram [fica a voz]tão sequiosa, tão presa à garganta".
    Dor, anseio, inquietação que se acalmam, se convertem em voz que se solta alegre e jubilosa, ao lermos os poemas que a Graça, sempre generosa, partilha connosco.
    Beijo.

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  30. Tão lindo, Graça!
    beijinhos

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  31. O olhar busca o que a voz não consegue mais expressar.
    Belíssimo poema. De uma intensidade incrível.

    Um ótimo fim de semana.
    Beijinhos.

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  32. Mestra das letras, Graça Pires !
    No olhar distante, a ansiedade da voz
    a clamar pela liberdade de poder falar.
    Que belo poema, como sempre !
    Um carinhoso abraço, Amiga, aqui do
    Brasil !
    Sinval.

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  33. Graça

    tão belo o poema!
    onde o silêncio se faz voz,
    embora inacabada, embora presa na garganta.

    bom fim de semana.
    beijinhos
    :)

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  34. Um olhar distante sobre vivências perdidas no tempo no "rasto das vidas que se cruzam", nos silêncios doridos a clamar "o vazio absoluta da voz, tão sequiosa e tão presa à garganta" Magnífico!
    A imagem é bela e muito adequada ao tema.
    Beijo.

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  35. Graça

    tão boa a sua presença nos meus blogues
    Muito grata fico.
    Não pode imaginar o BEM que me faz!
    beijinhos

    Distante, o meu olhar nada procura
    pensando bem
    nem em outros tempos,
    fui alguma vez feliz
    Fui deixando o tempo andar
    foi passando
    e eu inerte, nem reagia
    no esquecimento dos dias,
    caminhando de casa para o trabalho
    Com a alma cheia de silêncios
    a solidão me invade
    e, a depressão não me larga!

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  36. Um belo poema! Com a voz silenciosa melhor ouvimos o que está para além de nós

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  37. Beleza e nostalgia, num poema sentido e profundo...
    Adorei este olhar distante... em mais um trabalho de excepção, Graça!
    Beijinho! Boa semana!
    Ana

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  38. Belo poema que o silêncio nos traz.
    Boa semana.

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  39. Olá Graça,
    Você é demais!! 👏🏻👏🏻👏🏻

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  40. Atrofiamos as palavras quando o olhar lembra o passado.

    Um abraço.

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  41. O poema, ao expor a representação espontânea de algo verdadeiro, ou que o poeta reconhece como tal, soa, por isso mesmo, tão particular quanto universal, pois o que se expõe não separa o geral da manifestação particular “clamo o vazio absoluto em minha voz/ tão inacabada, tão sequiosa / tão presa à garganta, que finaliza o poema.
    Beijo,

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  42. Se, porventura, tivesse a arte de exprimir o momento em que o olhar se absorta para , em escassos segundos, revisitar o essencial da vida, seria dentro desta linha poética. Não a tenho, mas tenho o privilégio de te ler, Graça!
    Bjinho

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  43. É inegável o teu dom de tocar o âmago da poesia.
    Grata.

    Beijo.

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  44. Gostei desse poema, "Com a boca cheia de silêncios/ clamo o vazio absoluto em minha voz
    tão inacabada, tão sequiosa,/ tão presa à garganta."

    Lembro um meu, no livro Das estações:
    "Em silêncio, recolhi minha âncora,
    mesmo quando me doía partir.
    Estou lúcida, sei rir e chorar.
    Agora simplesmente chove
    e eu tenho o mar inteiro só para mim."

    Beijos

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