20.5.19

Das mais antigas dores

Josef koudelka

Do lado distante das noites, a lua acesa
sobre os muros ilumina o rosto daqueles
que sempre entenderam o trajecto
escolhido pelos pássaros e pelos rios
e pelos amigos que nunca voltaram.
Os dias foram cerzindo em seu olhar
o caminho esquecido das mais antigas dores,
onde guardam agora o destino de suas mãos
declinadas sobre as estacas.

Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2018, p. 30

50 comentários:

  1. A dor de não conseguir "mudar o destino"...

    abraço Graça

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  2. Bom dia, o trajecto da liberdade é o mesmo dos rios e a dos pássaros, nem sempre foi conseguida por aqueles que ficaram presos em estacas, adorei o poema.
    AG

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  3. Tela que condiz exatamente com os versos profundos, intensos! Linda semana! beijos, ótima semana,chica

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  4. MAGNÍFICO poema, querida Graça!
    E mais não digo amiga, porque não sei que outras palavras usar para qualificar tamanha sabedoria poética.
    Imagem perfeita!
    Beijo, boa semana.

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  5. A saudade... sempre presente no olhar....
    Lindo...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  6. Que poema lindo. Adorei. Obrigada pela partilha:))

    Hoje :- Abri a janela e deixei os sonhos entrar.

    Bjos
    Votos de uma óptimo Segunda - Feira.

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  7. Excelente poema muito bem ilustrado por uma magnifica fotografia.
    Um abraço e boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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  8. Respeitável Escritora/Poetisa, Graça Pires !
    Mais um belíssimo trecho de um texto que, completo, deve ser fascinante...
    Parabéns, Amiga !
    Uma ótima semana e um fraternal abraço, aqui
    do Brasil.
    Sinval.

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  9. bonito mas ao mesmo tempo triste ao ver a foto gostei mt bjs

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  10. Josef koudelka é um fotógrafo fantástico e esta imagem B&W – como não poderia deixar de ser - da Irlanda, retrata uma época de fome e emigração.
    O poema parece extraído daí - e não o contrário -, e está na exacta medida do drama ali patente.
    Belíssimo poema, minha Amiga Graça.
    Os caminhos da liberdade são sinuosos.
    Uma boa semana, com um beijo.

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  11. Impecáveis descritivos versos, nítidos sensibles traços de uma imagem

    "daqueles que sempre entenderam o trajecto
    escolhido pelos pássaros e pelos rios
    e pelos amigos que nunca voltaram..."

    Qué sonora beleza melancólica atinge a sua poesia, Graça.

    Abraço mais uma vez admirado, Poeta!

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  12. Belissimo poema, Amiga, belissimo mesmo e com perfeita combinação de foto.

    Forte abraço, feliz semana

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  13. Um poema duro, que lembram as dores que ficam.
    E duram.
    Uma foto a condizer.
    beijinhos minha amiga Graça
    :)

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  14. Olá Graça
    Lindo poema, bjs querida e uma ótima tarde.

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  15. A dor que nos projecta para todos os amanhãs

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  16. Un poema doloroso, pero necesario.
    Abrazo

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  17. Não sei, julgo que existe em alguns homens certo entendimento natural do mundo. Este seu poema lembrou-me em simultâneo dois poemas conhecidos de Eugénio de Andrade, aquele em que diz à mãe que vai com os pássaros porque já não é a criança da moldura e também ele, sem que o diga, entende o caminho dos pássaros; e o outro sobre os amigos e aquele seu desprendimento, "os amigos amei despido de ternura fatigada/ uns iam, outros vinham/ a nenhum perguntava porque partia porque ficava". Esses homens de que a graça fala têm o mesmo timbre do que sentia Eugénio.
    Parece-me. É sempre um prazer lê-la.

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  18. Como belíssimas imagens revelam a perplexidade do poeta diante das dores do homem. Por mais paradoxal que seja, é a beleza do poema ao expressar uma "dura realidade". E as duras realidades também têm sua beleza, esta é a função do poeta apreendê-las. Belíssimo poema!
    Um beijo, Graça! E uma produtiva semana!

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  19. La mente humana es capaz de dar por verdadero aquello que solo es imaginación

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  20. Bom dia Graça,
    Um poema belíssimo, em que as emoções à flor da pele se projetam pelo tempo, ainda que entremeadas pela espera no cannsaco das mãos que sucumbem ao peso das dores.
    Um beijinho, minha amiga e enorme Poeta. Boa semana.
    Ailime

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  21. Hello Graça,
    Impressive words. So pretty to do.
    A nice image which past perfect.

    Big kiss, Marco

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  22. Perpassa a dor em tocantes trilhos de pássaros, rios e … amigos que nunca voltaram.
    As imagens traduzem-te a palavra.

    Tão belo e intenso, amiga Graça!

    Beijos.

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  23. homens vergados na dor. e sem voz, ou voz embargada
    que teu belo e sensivel poema se faz eco...

    ... e remissão!

    também nessa dor funda a Poesia se cumpre!

    beijo, Poeta e minha amiga Graça

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  24. Belo poema, querida amiga!
    É doloroso ver essa foto e milhões mais! Dá trabalho viver...as dores para muitos são incontáveis.
    Beijo, uma boa semana!

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  25. Querida Graça

    Palavras profundas que nos trazem ecos de dores que fizeram
    o seu caminho no coração dos homens. E ponho-me a pensar
    nesses trajectos percorridos e no muito que foi necessário
    sublimar para que nascessem e nasçam novas flores nos nossos
    jardins.

    Bjs

    Olinda

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  26. Forte, reflexivo e bonito!!!
    Foto e versos que exprimem muitas sensações...
    Boa terça-feira, querida Graça...
    Abç

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  27. Boa noite de paz serena, querida amiga Graça!
    De repente, bati os olhos na imagem e li seu poema e me veio retratada a dor do imigrantes e as mortes inúmeras que têm havido nos mares da vida. Imgino a dor dos familiares que ficam do lado de lá...
    Assim o vi, foi um prisma que me tocou.
    Tenha dias felizes e abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  28. Poema e imagem... num todo perfeito, e impressionante, Graça!
    A vida... por vezes, tem este modo de ser... extremamente dura para alguns...
    Maravilhosa inspiração, que foi ao cerne da questão... verbalizando um estado de alma... que tantos trazem consigo... bem vincado na alma... e nas suas faces...
    Dores... que também este novo fenómeno das migrações, vieram fazer eclodir... um pouco por todo o lado!
    Belo e tocante, como sempre, Graça!
    Beijinho! Votos de continuação de uma óptima semana!
    Ana

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  29. Das estacas se destaca a sua mobilidade inerte, já que respondem pelo destino que as elegeu como suporte daqueles que, tal como os pássaros e o rios, seguiram o seu caminho, mas são abençoados pela palidez do luar, essa luz última na noite dos seus dias.
    Não sei se cheguei lá, amiga Graça. Gostei muito do poema.
    Um abraço.

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  30. Também para o Parlamento europeu
    há quem percorra o caminho das pedras

    Excelente poema como sempre
    Bj

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  31. Palavras sentidas num poema sublime.
    Beijinhos
    Maria
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  32. Das vidas duras, um passado português que ainda se vê quando se sai das grandes cidades. Estive uns dias fora e lá estavam eles, ainda, nas serras, em casas que ainda são casebres. Mas ainda há, quando passamos, um gesto, um bom dia, um bem-haja. Faz sentirmo-nos humanos.

    Um lindo poema!

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  33. Comovente poema, amiga! A maldade humana é uma excrescência do animal, mas nem os irracionais são capazes de chegar à irracionalidade humana - Deus tenha misericórdia, porque não sabem o que fazem, mesmo! Grande abraço! Laerte.
    E.T. O que diz a sociedade portuguesa e o que acha você, em particular, sobre o Prêmio Camões ser guindado a um compositor de música popular brasileira com três livros escritos? Gratidão! Laerte.

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  34. Magnífico poema, como sempre.
    Com uma foto muito bem escolhida.
    Graça, um bom resto de semana.
    Beijo.

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  35. Graça,
    Nem consigo analisar a
    dor dos seres, mas
    acho lindo a poesia
    amenizando e harmonizando.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  36. A imagem é forte e o poema abre margens, ao menos para mim abriu, para muitas possibilidades de interpretações, labiríntico, quase. Um abraço, Graça, espero que tu estejas bem.

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  37. Lindo poema como tudo o que escreve Graça. Muito obrigada pelas visitas ao meu café.Vou partilhar o poema e a fotografia no meu Facebook.

    Um beijo

    Maria Isabel Quental

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  38. Entendemos, e deslumbra-nos, o trajecto escolhido pelos pássaros, pelos rios, pelos amigos que nunca voltaram.
    Fica no entanto a dor de não ser pássaro, de não ser rio, de não voltar a abraçar um amigo que partiu.

    Este belo e comovente poema da Graça está magnificamente ilustrado pela fotografia que acompanha as palavras da poeta.
    Beijo.

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  39. A vida trágica de tantos seres humanos obrigados a deixar o país onde viviam para fugir da guerra e da fome. Tanta crueldade em nome do poder e da ganância de alguns.
    São os que não têm voz e seguem "o trajecto escolhido pelos pássaros e pelos rios e pelos amigos que nunca voltam".
    Um poema muito emocionante e forte, tal como a fotografia que o ilustra.
    Beijo.
    teresa p.

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  40. Boa tarde querida amiga
    Um poema magnífico onde descreve a dura realidade e da incerteza da vida. Feliz final de semana. Abraços.

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  41. Poema maravilhoso como sempre, bem no fio da navalha. Beijinhos

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  42. Oi, amiga!
    Tão dolorido esse poema hoje, e essa fotografia... sonhei com meu pai.
    Tudo o que você escreve me toca. Obrigada.
    Beijo

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  43. Em nosso mundo cheio do problemas uma pessoa pensa e pensa e pensa muito, muito, muito e muito! Por que nosso povo e atolado na merda agora? Por que pessoas dignas nao ajuda a nosso povo?

    É curioso como um ingrediente tem muito, muito sabor com no rosto de meu pai desempregado agora em portugal. Sim, muitos, muitos desempregados agora, muitas sopas dos pobres tambem. Muita trsiteza em nosso povo tugalandia agora. Que pensam nossas pessoas agora?

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  44. Eu me pergunto, quanto custa esta liberdade,
    esta felicidade, que não vem ondas mansas Graça?
    Uma imagem que choca e nos leva à reflexão
    Seu poema diz tudo amiga.
    Beijo

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  45. As dores das partidas, das ausências, das saudades, que nos ficam nas mãos fatigadas das perdas.

    Beijinho.

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  46. Momentos de oração no alto da montanha...
    Há sempre na memória gente querida que partiu.
    Gostei, estimada Amiga.
    Beijos.
    ~~~

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  47. Julgo ter comentado este magnífico poema, Graça Pires. Voltei, hoje, e discorro ao sabor do momento.

    Onde estão as minhas mãos cortadas
    nos gélidos ventos dos dorsos alcantilados da vida?
    Esvairam-se das noites mal dormidas?

    Afaguei as linhas postas em paralelo
    nas horas e dias sem descanso
    mas de tão leve que fiz nem sei
    o gelo não se impressionou

    Agora encosto-me à vara
    que me vai medir

    Um beijo, grato, Amiga Graça.

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  48. Olá amiga!
    Passando para apreciar sua maravilhosa postagem e desejar-lhe um final de semana com muita saúde, paz, amor e felicidade.Belíssima poesia! Parabéns! Abraços da família RH.

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