Tão íntimo das nascentes, o verde das veredas
desfaz-se em cinza quando as serranias
ondulam o lume sobre o chão.
Na estiagem há-de ouvir-se o murmúrio
agonizante dos rios já perdidos do mar.
E quando o inverno chegar, os caudais galgarão
as margens se o excesso de cimento consentir às águas
que firam as casas e a estreiteza dos caminhos.
Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2018, p. 39
Mover-se ...
ResponderEliminarA foto é do Google Earth? Cadê?
Será que o verde voltará?
ResponderEliminarE tudo renasça???
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
os erros humanos cometidos contra a floresta e o cimento a fazer crescer, tantas vezes desmedidamente, metrópoles impermeáveis
ResponderEliminaro estio é sempre uma esperança no nosso olhar
beijinhos, Graç
Sempre tão assustador. Mais um poema magnífico
ResponderEliminarUm poema sublime... Parabéns!
ResponderEliminarHoje:- Faço do champanhe o sorriso, a felicidade [Poetizando e Encantando].
Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira.
Tão bonito este Poema !...
ResponderEliminarUm beijo amigo do semi-ausente.
Poesia do natural. Seja qual for a natureza se abre paso, encontra sempre seu canal, ela nunca se deixa limitar, é como a sua poesia, Graça, que sempre encontra uma maneira de se expressar.
ResponderEliminarAbrazo grande.
Poema tão adequado ao que tanto lamento e nos acontece de novo. Como uma praga, os incêndios.
ResponderEliminarBoa tarde de paz, querida amiga Graca!
ResponderEliminarQue triste realidade a enfrentada por Portugal!
Seu poema transforma em poesia as cinzas do que resta.
Tenha dias abencoados e esperancosos!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Belo poema sobre a triste realidade que teimosamente gente sem escrúpulos faz o país viver ....
ResponderEliminarGrande abraço , linda, boa semana
Prazer! Vim conhecer seu cantinho e eu amei muito o nome do seu blog.
ResponderEliminarBeijo, beijo!
She
http://escritorasheilamendonca.blogspot.com/
reconheço, neste tão belo como emotivo Poema,
ResponderEliminarcomo a tua Obra e’ tão vasta, como global.
esta e’ uma oportuna e alarmante partilha, numa semana em
que o fogo, no País “desfaz-se em cinza|o verde das veredas”,
as vidas e os seus bens.
bem disseste que “já’ falaste de tudo”. e que bem, o tens feito!
uma semana do melhor que possas esperar,
minha Amiga Graça. um beijo e boas férias.
Tu amas a la naturaleza
ResponderEliminarA natureza agradece o seu poema. Boa noite. Bjs.
ResponderEliminarBoa noite querida Graça.
ResponderEliminarUm poema sentido da destruição da natureza. Uma linda semana amiga. Apertado abraço.
Mais um belo (e triste ) poema!
ResponderEliminarBeijos . Boa noite
Aqui na serra mar nós não temos, mas
ResponderEliminara seca faz o que pode metendo fogo
no mato e secando a garganta da gente.
Belo texto Graça querida. Belo texto.
.
Querida amiga, sempre tão pungente.
ResponderEliminar"Na estiagem há-de ouvir-se o murmúrio
agonizante dos rios já perdidos do mar."
Sem palavras. Ótima semana.
"Tão íntimo das nascentes, o verde das veredas
ResponderEliminardesfaz-se em cinza quando as serranias"
que bela construção. Sempre me surpreendo com teus poemas. Preciso voltar mais.
Hello Graça,
ResponderEliminarSpecial to read your words.
Very nice.
Big hug, Marco
ResponderEliminarÉ isso, querida Graça.
É o lume voraz a varrer tudo em labaredas. É o chão e o cume das árvores a transformarem-se em cinza, cinzas que depois envenenarão as nossas águas e toda a nossa vida.
Muito emocionada com este seu poema, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Querida Mestra, Graça Pires !
ResponderEliminarNeste belo texto, observo o lamento das águas,
sufocado pelas atitudes descontroladas do
homem, na destruição da natureza.
Um grito sereno e poético, a pedir socorro...
Parabéns, Amiga.
Receba meu abraço, aqui do Brasil, e os votos
de uma ótima semana !
Sinval.
Boa tarde minha Amiga Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo focando a triste realidade que de novo assola o nosso País!
Nas minhas raízes (Mação), um caudal de lume envolveu de novo aquelas terras que praticamente estão varridas de seiva.
Um beijinho e continuação de uma ótima semana.
Ailime
Uma reflexão que traz "gritos" poéticos...
ResponderEliminarVersos densos e intensos...
O meu abraço
Gracias por tu visita y aportacion me alegra que recreses por el blog
ResponderEliminarBesos
Belo e triste poema, quando não são as estiagens a massacrar o lindo planeta, a mão do homem dá a sua ajuda sem pensar, visando apenas lucro. O futuro...não sei.
ResponderEliminarUm beijo, querida Graça! Uma ótima semana pra você.
Boa noite, querida Graça,
ResponderEliminartão lindos versos, mas que trazem a triste realidade da morte da vegetação, do verde, da seca, enfim, tudo vira tristeza, mas fica a esperança de tudo renascer.
A imagem é belíssima dentro do contexto. Grande abraço!
Escolha perfeita! A imagem que trai a beleza do poema, pela sua realidade crua.
ResponderEliminarBeijinho
A poesia na expressão inconfundível de Graça Pires. Muito boa, Amiga.
ResponderEliminarA "estreiteza dos caminhos" que não há meio de se alargarem nos pináculos dos interesses.
E a esperança, e o verde, e as águas, e o fogo, e a cinza, e o homem, e os lamentos, e a esperança, e... Um cíclo infernal, um destino: Sísifo.
Beijo.
Uma imagem fiel... também numa forma mais poética... desta dura realidade, que é ver a natureza ferida pela inconsciência humana!...
ResponderEliminarUma inspiração bem a propósito, nestes dias, em que todos vivemos, de novo, com um nó na garganta, o poder destrutivo do fogo (posto)... um flagelo, que não se consegue travar... basta um dia mais quente... e nenhuma zona verde, se pode dizer que esteja a salvo...
Profundas e sentidas palavras, Graça, que muito apreciei!
Beijinho! Votos de continuação de uma óptima semana!
Ana
O contraste bonito da imagem com a dor do poema... Triste realidade....
ResponderEliminarBoa semana
Toda a beleza de verde frescura telúrica ameaçada
ResponderEliminarpela ambição desmedida em obstáculos aos cursos
naturais, ou à aniquilação por mãos de alienados.
Um poema belo e marcante.
Beijinhos, Poeta Amiga.
~~~~
Sempre conciso e belo! E com as palavras certas.
ResponderEliminarGosto (sempre) muito!
Beijinho.
o ciclo das estações e das maduras águas...
ResponderEliminargostei muito do poema, Graça
beijo
"o verde das veredas desfaz-se em cinza... os rios já perdidos do mar". Belo e doloroso poema. Beijo.
ResponderEliminarEste tocou-me pessoalmente, em Cardigos o fogo andou mesmo junto a minha casa de férias e ainda destruiu parte do jardim,queimou vários olivais, uma tristeza.
ResponderEliminarO fogo, por onde passa, destrói toda e qualquer beleza.
ResponderEliminarExcelente poema, como sempre.
Graça, continuação de boa semana.
Beijo.
Uma trste realidade descrita neste poema sublime.
ResponderEliminar"O verde das veredas desfaz-se em cinzas...o murmúrio agonizante dos rios já perdidos do mar..."
As imagens que a toda a hora chegam até nós e a aflição e dor das pesoas que vivem estas estratégias são chocantes demais.
A foto é perfeita para ilustrar o poema.
Beijo.
teresa p.
A imagem ilustra perfeitamente o poema.
ResponderEliminarPor mãos ou desastres da natureza o fogo destrói e muitas
das vezes não tem como recomeçar.
Muito triste.
Obrigada pela sua presença lá na casa.
Uma dor de alma.
ResponderEliminarPalavras que espelham a dor que vai dentro, pelo que fere cá fora.
Beijinho.
OI GRAÇA!
ResponderEliminarACHO QUE A NATUREZA JÁ ESTÁ A COBRAR-NOS POR TANTOS DESMANDOS.
BELÍSSIMO AMIGA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
De novo senti uma tristeza sem fim ao ver o verde do meu país consumido pelo fogo.
ResponderEliminarSe as "feridas" na floresta provocadas pelas alterações climáticas custam a aceitar, as provocadas por mão humana envergonham e exigem forte punição.
Querida Graça, comoveu-me a dor e angústia do teu poema... lamentavelmente actualíssimo!
Beijo, minha amiga.
Es triste cuando hay cosas que no podemos dominar.
ResponderEliminarAbrazo
Como foi escrito lá em cima, aqui mesmo nos comentários, "a natureza agradece", ainda que as palavras de um/uma poeta infelizmente não são suficientes para reverter o percurso dos erros da humanidade, mas podemos trazer consciência para quem necessita, não é mesmo? Como fizeste aí com o teu belo poema, Graça, um beijo.
ResponderEliminarGraça,
ResponderEliminarIndependente das verdades contidas
no texto;
é lindo,
porque poesia é sempre parte
de
tudo.
Bjins
CatiahoAlc.
Palavras sentidas num poema sublime.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Muito triste ver o 'verde desfazer-se em cinzas',
ResponderEliminarPoema que remete a essa realidade de descaso, tão presente nos nossos dias.
um abraço e bom domingo Graça
Livro maravilhoso e sua escolha aqui na partilha é uma prova desta obra de arte.
ResponderEliminarLindo demais querida graça.
Beijo e bom domingo amiga para uma semana maravilhosa.
ResponderEliminarnascentes, veredas,
serranias
rios, mar
tudo pertencente à Natureza
raramente, páro e busco inspiração para a poesia,
mas...se o quiser fazer, sei que consigo
Amiga Graça, neste momento
Estou em busca da minha inspiração para um concurso
de onde irá surgir um Livro onde poderei ter 5 poesias minhas publicadas
Veremos o que vai sair desta cabeça
um pouco cansada e também pouco motivada.
Quando quiser,
tenho um post acabadinho de fazer,
aqui:
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
Sábado - 13 de Julho foi um dia inteiro em aviões e aeroportos!
Beijinho da Tulipa
Nascido do chão é este teu poema que arde e se reinventa no porvir, já que a estiagem é um tempo de difícil sossego.
ResponderEliminarBeijos, minha querida poetisa.
Um poema que nos causa uma dor imensa, o fogo devora tudo e até o verde se fica em cinas e mais nada.
ResponderEliminarQuerida amiga Graça continuação de boa semana.
Beijo.
:)
As labaredas continuam ontem como hoje a alimentar-se do verde, a matar a sede nos ribeiros que já foram rios.
ResponderEliminarNas tuas palavras tudo fica ainda mais trágico porque constatado.
Beijo meu, querida amiga!
Se o verde faz parte da nossa bandeira não pode deixar de existir, mas sem o vermelho humano, que então foi muito mais habitual mas que hoje não, que só seja pelas nossas veias.
ResponderEliminarBello poema, tão actual, até quando esta tragédia?
Abraços de vida, querida amiga, e que este canto teu chegue à alma de alguém. se existe.
Um belo poema, Graça; rico de significações polissémicas que apontam para a "Estranha (des)Ordem das Coisas" - antonimizando aqui o título da última obra de António Damásio, onde o autor nos explica os meandros da "maquinaria" dos sentimentos, aliados ou não à razão. Todos os nossos actos têm consequências: "as casas feridas e a estreiteza dos caminhos" constituem uma imagem de flagrante actualidade, a lembrar as tragédias que se repetem - não anualmente, convenhamos - sempre que o tempo se torna mais seco, independentemente da temperatura do ambiente... Nestes últimos versos, também, multiplicam-se os sentidos: as casas feridas podem ser as famílias destroçadas e, a estreiteza dos caminhos, no âmbito do inferno revisitado, configura a irracionalidade que sempre redunda no autofágico resultado esperado de quem "pensa", tão-só, no lucro imediato e esquece o prejuízo causado à nossa única casa planetária.
ResponderEliminarEstranha homeostasia esta, recordando uma vez mais Damásio.
Muito oportuno e actual, este seu poema.
Um óptimo fim-de-semana.