Katia Chausheva
Antes da queda, o
pássaro ferido deteve-se
na árvore mais frondosa
para cingir a haste
quebrada em suas
pupilas ausentes do brilho.
Tinha voado para além
das nuvens
quando os braços do
vento tornaram interdita
a distância azul que
perseguia.
Ao cair da noite
demandou o abismo
para ajustar o voo à
viagem já vencida.
E com asas de orvalho
urdiu
as primeiras chuvas de
setembro.
Graça Pires
In: Soltícios e Equinócios: antologia. Coordenação de Emanuel Lomelino. Lisboa: Edições Vieira da Silva, 2016, p. 63
Olá:- Pura fascinação poética. Gostei da imagem.
ResponderEliminar.
POEMA ** O mar e o destino **
.
Feliz início de semana
Buon inizio settimana
ResponderEliminarE entramos em Primavera pelo sul e os pássaros cantam felizes,
ResponderEliminare que as flores os afaguem, antes que um vento o cesse de voar.
Um poema bonito em poesia e emocionante nas asas feridas.
Uma semana linda para você Graça.
Flores de nossa Primavera para você.
Beijo amiga.
Um belo poema minha amiga, gostei e aproveito para desejar uma boa semana.
ResponderEliminarAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Intenso e lindo teu poema... As chuvas alcançam mesmo nos voos... Gostei muito! Feliz OUTONO! bjs, chica
ResponderEliminarTão bonito de sentimento !! :)
ResponderEliminar-
Melancolia das manhãs ...
Beijos e uma excelente semana!
E entra também a tristeza e as cores de Outono....
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Querida Graça, vocês aí entrando no outono vento, chuva, trocando de estação; nós aqui entrando hoje na primavera depois de um inverno meio longo pro meu gosto, pois gosto de alegria e sol. Mas essa troca de estação mostra e destaca a beleza de cada estação, principalmente primavera e verão. E o outono, é renovação!
ResponderEliminarBeijo, amiga, uma ótima semana!
Que lindo poema! (ando um pouco distante, a cabeça baralhada, a paz mal conseguida)
ResponderEliminarBom dia de Outono, cheio de reflexões, querida amiga Graça!
ResponderEliminarO pássaro vai voar mais sereno se ocultando dos perigos em árvores frondosas nessa belíssimas Estação aí.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Este poema certamente ficará como parte da sua antologia, Graça. Sua perfeição o torna um dos meus favoritos entre as maravilhas que eu já li de você.
ResponderEliminarAbraços, poeta.
Graça,
ResponderEliminarTem uma frase minha que diz: "Não sou daqui, não sou dali e não sou de lá... De certa forma, somos todos aves migratórias!"
Muito bom o teu poema!
Que seja-bem vinda a primavera!
Beijos!!!
Eu diria que a Graça fez o poema inspirada na foto, mas sei que não.
ResponderEliminarEste poema é intenso e comove, pela sua perfeição e remete-nos para uma intensa reflexão sobre este voo inusitado do pássaro, no seu ousado voo.
Também nós por vezes temos esta ousadia, mas vamos sobrevivendo, apenas com as feridas, mas não temos o condão de urdir as chuvas de Setembro.
Gostei, reli e fiquei a pensar!
Um grande momento de poesia!
Boa semana amiga Graça e que essa inspiração nunca lhe falte!
Beijinhos
:)
Ah... um pássaro ferido,
ResponderEliminarNada seria e é tudo
À Primavera, pois mudo
Não há canto a um canto tido
À fauna que dá sentido
À flora e sobretudo
Às flores. Se não me iludo,
O encanto indefinido
Vem do canto encantador
De um pássaro ao seu amor
Que procria à Primavera.
E assim restará a dor
Da fêmea que em clamor
Pia do ninho à espera!...
Grande abraço! Laerte.
Tão bonito, Graça...
ResponderEliminare como não desejar "asas de orvalho", quando, ferido o pássaro,
a distância do azul se alonga, contra o vento?!...
gostei muito
beijo, minha Amiga
Magnífico poema
ResponderEliminarAs primeiras chuvas de Setembro são as melhores chuvas. Porque alimentam e dessedentam a terra; purificam o ar e tornam-no mais transparente, matam insectos indesejáveis, regam-nos as plantas e lavam o mundo por igual.
ResponderEliminarE há o cheiro a terra molhada, esse cheiro bom da natureza.
É um poema bonito
Gosto de pássaros e de setembro mês que nasci e as flores acordam.
ResponderEliminarBoa semana.Bjs.
this is intense and touching dear Grace !
ResponderEliminarRemarkably done!
i saw the wounded bird ,stuck in storm ,with faith and hope as wings :)
they will bring him land and serenity for sure
blessings!
Parabéns, querida amiga Graça, pelo comovente/belíssimo poema e escolha da imagem do pássaro ferido.
ResponderEliminarGostei muito desta tua postagem com as cores do Outono.
Beijo, boa semana.
Hello Graça,
ResponderEliminarYour words about the end of the birds life are wonderful.
Big kiss, Marco
Lindo demais o seu poema, Graça! Uma expressão marcou a minha leitura: "Ajustar o voo"!
ResponderEliminarBoa terça-feira e o meu abraço...
e’, realmente, um grande momento de poesia,
ResponderEliminarcomo acima escreveu a Piedade, Graça!
ir além do sonho e o preço pago, no
último voo, trágico, com o destino traçado.
transmutar a perfeição, neste poema que, de fim
tão triste, emociona pela beleza “de orvalho” urdida.
um beijo, minha querida amiga.
Achei muito interessante atualemnte esta sua postagens. Parabéns!
ResponderEliminarNúmero dos famosos
pois nos por aqui ja cheira a outono mas o teu poema ele é lindo e deixa a pensar bjs
ResponderEliminarO pássaro que voou mais alto que as nuvens,
ResponderEliminarque regressou ferido a uma árvore frondosa onde se abrigou, trazendo chuva benfazeja...
Gosto das primeiras chuvas de Setembro e da amenidade do início do Outono.
Um Outono muito agradável, Graça.
Beijinhos, minha Amiga.
~~~~~
Eu, no momento, tenho um pouco
ResponderEliminardo passarinho, da nuvem que o vi
e da árvore que o acolheu.
Beijos, poeta. Muitos.
"Antes da queda, o pássaro ferido deteve-se
ResponderEliminarna árvore mais frondosa para cingir a haste
quebrada em suas pupilas ausentes do brilho [...]".
Gostei muito, querida amiga Graça, do teu "As primeiras chuvas de setembro", poema de grande beleza. Parabéns!
Uma ótima semana Graça.
Um beijo.
Pedro
Aunque con alas rotas llegó a la sima, bello poema. Interesante
ResponderEliminarAbrazo
Um voo de uma vida... intenso, belo e tão profundo quanto a vida...
ResponderEliminarGostei da escolha da imagem, beijinhos
Mas é a vida... mesmo a morte é.
ResponderEliminarNa vida costumamos agir como os pássaros e alçar altos voos para depois quedar-nos cabisbaixos quando os sonhos não se realizam
ResponderEliminarA beleza poética do seus versos, encanta-me, Graça
Grande beijo e terno abraço
Ah, as primeiras chuvas da estação. E como são mais dolorosas vistas pelos olhos de um poeta.
ResponderEliminarBelo poema, como sempre são os seus poemas.
Um beijo amiga.
Um lindo poema.
ResponderEliminarNem sempre conseguimos alcançar o azul, a chuva nos pega desprevenidos pelo caminho.
Um abraço
Sônia
O ciclo de vida que aparentemente termina no início de cada Outono (Fall), como faz notar a autora - Graça - com a genial imagem do pássaro que cai; mas, "(...)com asas de orvalho urdiu as primeiras chuvas de Setembro." Aqui, a água, elemento fertilizador por excelência, começará a tecer, também, um novo ciclo multiplicador da própria vida.
ResponderEliminarMais um excelente poema, minha amiga.
Bom resto de semana.
Querida Escritora/Poetisa, Graça Pires !
ResponderEliminarJá presenciei, muitas vezes, esta triste
cena de morte...
A chuva cai, tenho certeza, por solidariedade
à dor, que já não pode ser remendada.
Tristeza à parte, lindo e realista o texto.
Parabéns !
UIm fraternal abraço, aqui do Brasil, e um
feliz final de semana !
Sinval.
Que doce e linda imagem de primavera!
ResponderEliminarQue as chuvas reguem tudo de mais bonito.
Abraços!
Com as primeiras chuvas de Setembro, a fruta madura cai, as folhas soltam-se ao vento e, nós? por um momento pensamos no ciclo da vida.
ResponderEliminarO seu poema é isso e muito mais. bj.
ResponderEliminarAqui somos confrontados com a própria vida!
A chuva que nos traz a água que,
juntamente com o Sol, nos alimenta e dá
forças; O pássaro que se eleva e acaba caído
ferido de morte.
São ciclos que se completam e sobre os
quais deveríamos reflectir e tirar conclusões
sobre a nossa acção e responsabilidades.
Adorei. Admiro bastante a sua escrita, minha
amiga.
Beijos
Olinda
Antes da queda tinha voado para além das nuvens.
ResponderEliminarQuando chegou o interdito demandou o abismo.
As chuvas de setembro anunciam a mudança de estação, mas já nada podia impedir a viagem já vencida.
Magnífico o poema, uma sonata construída com palavras.
Beijo.
Um poema de excelência.
ResponderEliminarComo é habitual por aqui, de resto.
Graça, um bom fim de semana.
Beijo.
as primeiras chuvas de Setembro são bem-vindos . A natureza suplica de água
ResponderEliminarabraços
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo urdido com a sua estética poética que tanto admiro.
Um grande beijinho, minha Amiga e enorme Poeta.
Tenha também uma boa semana.
Ailime
Ah, Graça, que belo!
ResponderEliminarBeijo meu
"E com asas de orvalho urdiu
ResponderEliminaras primeiras chuvas de setembro."
Em poesia tudo é possível. E é na queda que a tornas redentora. Sobes tão alto, Graça!
Abraço festivo.
Com esse belo poema chegamos na primavera por aqui.
ResponderEliminarTenhas uma boa entrada de mês de outubro.
Me gusta el espíritu mítico de este poema pluvial. Un abrazo. carlos
ResponderEliminarUm poema dolorosamente outonal, tão límpido, de uma clareza crua e bela, num modo que só a querida Poeta sabe transmitir.
ResponderEliminarParabéns, Amiga Graça Pires.
O pássaro sou eu?
de garras e asas tolhidas
e a impiedosa força que chama
ao chão da terra?
Como há-de manter-se o voo
o quilíbrio no galho incerto
se o vento o frio a chuva crescem
se a escuridão encurta a luz dos dias
que aí estão?
Beijo.
E quantas vezes voamos para além do que nos é permitido, só para alcançar um pouco mais de azul, um pouco mais de luz numa constante inquietação de ir um pouco mais além! Resta-nos recolher ao abrigo mais próximo, ainda na expectativa de um voo solar. Mas abate-nos a noite da vida, num qualquer outono.
ResponderEliminarQue imenso prazer é saborear a tua poética!
Um abração, querida amiga!
O pássaro "tinha voado para além das nuvens" em busca do azul. Um sonho que excedeu os seus limites e o fez cair e ferir as asas. "E com asas de orvalho urdiu as primeiras chuvas de Setembro".
ResponderEliminarUm poema cheio de imagens profundas e de grande sensibilidade. Uma maravilha, bem como a foto que o ilustra.
Beijo.
teresa p.
Quando as asas voam para além do limite e as forças se quebram
ResponderEliminarpode ser que a chuva seja um abraço.
Gostei muito. Palavras conjugadas que dão muito gosto ler.
Boa semana!
Beijinhos.
o pássaro
ResponderEliminartecido em linguagem
antes rijo de sangue
débil
resvala, desliza
no escuro caminho
mensageiro de nosso último apelo,
"urdindo" a chuva em suas asas.
Um beijo, minha amiga Graça!