Amedeo Modigliani
Oculto no olhar um débil tumulto.
As veredas da infância golpeiam-me
nas pálpebras a tua morte, pai.
Como aves em queda no ensaio do voo.
Como passos sublevados correndo pela noite.
Como os dias em que enrolo
no pescoço o meu cachecol mais negro,
a exprimir a dor vertida sobre o rosto.
O laço branco que uso no cabelo é um aceno
em minhas mãos tão desamparadas das tuas.
Graça Pires
De Fui quase todas as Mulheres de Modigliani, 2017, p. 39
Que bela Marie...
ResponderEliminarabraço Graça
Há dias em que não podemos esconder a dor...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Bom dia. Um deleite de poema e imagem. Simplesmente uma conjugação maravilhosa
ResponderEliminar.
Votos de uma semana feliz
Sempre um encanto,Graça!Adorei mais essa! Linda seja tua semana! bjs,chica
ResponderEliminar"O laço branco que uso no cabelo é um aceno
ResponderEliminarem minhas mãos tão desamparadas das tuas."
Graça, a dor que sentiste na escrita deste poema senti-a eu ao lê-lo, sem laço branco no cabelo mas com mãos desamparadas.
Magnífico, minha querida amiga.
Beijo, boa semana.
Captura incrível da emoção em seu rosto.
ResponderEliminarmarie um bonito nome frances adorei o teu poema mt bonito bjs
ResponderEliminarA beleza pura, derramada em dor.
ResponderEliminarGraça, Graça! Rendamos graças... Este teu poema é um acinte até a Camões! Maravilhoso, minha querida amiga! Parabéns! Pega na veia! Pelo menos na minha, pegou em cheio! Mas não creio que haja tantas almas diferentes da minha. Estou exultante e orgulhoso por ti, prezada Graça! Deus seja louvado! Laerte.
ResponderEliminarOBS: Ponha teus livros na plataforma digital Amazon. Poderão ser comprados e traduzidos em qualquer lugar do mundo.
Perfeito, este poema!! Amei!
ResponderEliminarBeijos e uma excelente tarde!
Você delineou com extrema e natural sensibilidade a bagagem e a essência de Marie, sua memória e esperança, sua dor e ilusão... Até Modigliani ficaria encantado com a sua versão, Graça.
ResponderEliminarMuito obrigado por esta leitura e um grande abraço, amiga.
Um poema de saudade e tão belo! Peço desculpa a minha ausência, nada tem sido fácil
ResponderEliminarTão belo! Tão sentido! Graça, obrigada por nos oferecer tão maravilhosa poesia.
ResponderEliminarBeijo
Carmo Baião
Tão bonito imaginar assim a tristeza num quadro, dizê-la em nós através dele. E talvez haja laços brancos que se não vêem em tanta gente que não teve um pai ou tendo-o nunca teve o prazer da mão na mão. Talvez haja gente de laço triste e duplo e triplo, em florida tristeza, imaginários laços tristes que no mais dos dias se sacodem e caem ao de leve no chão, um montinho de brancura no pardo da terra. E alguém o vê e apanha, olha é um laço de garota, por certo o perdeu em corrida feliz. E não.
ResponderEliminarBoa semana, Graça.
Excelente e belo poema minha amiga, gostei e aproveito para desejar uma boa semana.
ResponderEliminarAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Que lindo e comovente.
ResponderEliminarObrigada pela partilha.
Como gosta de poesia convido a ler https://primeirolimao.blogspot.com/2019/10/10-ideias-para-quem-gosta-de-poesia.html
Bjs,
Vanessa Casais
...quando as palavras desenham a dor que sentimos
ResponderEliminarBj
Boa noite Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo, que me comoveu, em que a dor e a saudade se misturam em sentimentos que perdurarão no tempo.
Gestos e afetos ausentes que só as lembranças gravadas no coração ajudarão a mitigar.
(Como a compreendo, minha Amiga e enorme Poeta).
Um beijinho e continuação de uma boa semana.
Ailime
Los poemas y tu amor a la literatura,junto a las artes,te hacen mejor persona
ResponderEliminarDepois de uma breve ausência (doente), estou de volta. O Gil com muito trabalho, incumbiu-me de vos visitar... Hoje numa passagem rápida. Espero que entendam...
ResponderEliminarHoje, do Gil António :-O amor e a sua ausência
Bjos
Votos de uma óptima Noite.
Em cada mulher "escrita" num texto icónico, neste caso a pintura de A.M., tu a vestes com o cetim das tuas palavras , a sabedoria do teu olhar. E nascem outros traços em nova vida. Outro retrato.
ResponderEliminarMas tal só pode acontecer com quem tem a Arte na ponta dos dedos. E tu tens, Graça! E quanto!
Dir-te-ei sempre , parabéns, querida amiga pelo tanto que és!
Abração!
Olá Graça
ResponderEliminarBonito poema, desejo uma bela noite. Bjs
A dor da perda fica estampada no rosto, quando recente, depois ela fica no coração.
ResponderEliminarBoa noite Graça Pires.
Subleva-me a leitura deste tocante e belo poema
ResponderEliminar"como débil tumulto*
e tão eloquente o aceno do laço!
Quanta arte na tela e na palavra!
Beijos, querida amiga Graça.
Que lindo, mas que triste, Graça! Lendo e lembrando de meus pais, triste é a saudade!
ResponderEliminarOs mais belos poemas são esses, que vão fundo na alma, e lá encontramos novamente tudo aquilo que perdemos...e que sabemos que nunca mais!
Beijinho, querida, uma ótima semana.
Sentimentos que povoam e perduram.
ResponderEliminarEmoções em cada suspiro que se eleva.
Lindo sempre amiga numa bela arte neste belo livro.
Boa semana maravilhosa.
Beijo de paz.
Bom dia de paz outonal, querida amiga Graça!
ResponderEliminar"O laço branco que uso no cabelo é um aceno
em minhas mãos tão desamparadas das tuas."
Que encanto!
Assim ficamos corpo todo ao desamparo na ausencia do amado do nosso 💓.
Muito lindo seu poema!
Tenha nova semana abencoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
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ResponderEliminarQue beleza de poesia. Aprecio muito a história de Modigliani. Um idealista que não vendia seus quadros, um gênio preso pelos valores, entre ecos da loucura! beijos
ResponderEliminarBonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Porque o foi é
ResponderEliminarna nossa eternidade mortal
o regresso do tumulto é
mais do que um regresso
Nunca nos abandona
Um belo poema ali à mão
não pelo receio de esquecimento
Há coisas que se conservam
enquanto for o tempo
Beijo, Amiga Graça Pires.
Que belíssimo poema, minha amiga Graça. Que articulação primorosa você conseguiu ao longo do poema, sobretudo nos três versos iniciais. Não haveria palavra mais adequada para traduzir o conflito vivido pelo eu poético em momento tão crucial. Há três expressões muito fortes no poema que servem para indicar a inadequação para o instante, "débil tumulto", "veredas da infância" "nas pálpebras a tua morte". E as imagens se sucedem com uma justeza; "como aves em queda no ensaio do voo" "passos sublevados correndo pela noite"; "a dor vertida no meu rosto". Que bela captura. Não há como não imaginar este rosto, essa dor. E o desenlace do verso final: "... em minhas mãos tão desamparadas das tuas". Excelente poema!
ResponderEliminarUm beijo, minha amiga Graça!
Simplesmente lindo!
ResponderEliminarMe encanta, este poema Saludos
ResponderEliminartão poético que dá tanto sentido, até essas lágrimas quase fluem quando você a lê devagarBaim
ResponderEliminar
ResponderEliminarOlá, Graça!
Um lindo poema, querida amiga. Um triste poema! A dor da filha pela perda do pai. Dor que com o tempo faz-se lembrança. Parabéns, poeta!
Uma excelente semana Graça.
Um beijo.
Pedro
Senti este poema!
ResponderEliminarLindas palavras, delicadas expressões!
a morte é certa, mas, a morte do meu pai é uma sensação que me acompanha desde os meus vinte anos.
ResponderEliminaré dura, é amarga, é definitiva.
este poema doeu-me.
afinal a morte existe, embora eu me custe muito.
beijo
:)
Bom dia Graça
ResponderEliminarEstá lindo teu blog.
hoje vim para te desejar tudo do melhor para ti, uma santa semana para ti. abraço amigo
Maria Alice
Graça Pires, sou já fã do teu modo de tratar as palavras, transformado-as em belos poemas, como o presente.
ResponderEliminarBjs
Toca fundo este poema.
ResponderEliminarUm beijo amigo.
Querida Mestra, Graça Pires !
ResponderEliminarQue bela e sutil descrição de uma dor,
simbolizada por dois detalhes tão bem
figurados.
Parabéns !
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil !
Sinval.
Graça, minha amiga, que sublime esse verso, como só você sabe escrever:
ResponderEliminar"O laço branco que uso no cabelo é um aceno..."
Um beijo
Que sublimação , que clarividência as tuas palavras me transmitem.
ResponderEliminaro indumentária vestida no teu ser é o reflexo acabado de uma saudade tão expressiva e sentida que se cola ao que sentimos.
bj.
Procuro sem jeito palavras para exprimir as emoções que este poema da Graça provocou em mim. Como escreve a poeta:"a dor vertida sobre o rosto... minhas mãos tão desamparada das tuas". Beijo.
ResponderEliminarMais um poema brilhante.
ResponderEliminarOs meus aplausos para a excelência das palavras que aqui vão surgindo.
Graça, bom feriado e bom fim de semana.
Beijo.
Um emocionante poema que trás à memória a morte do pai. Ele partiu tão cedo que não deu para tomar consciência do seu amor. Ficou um enorme vazio e "a dor vertida sobre o rosto... "as minhas mãos tão desamparadas das tuas."
ResponderEliminarGostei muito desta homenagem ao pai.
Beijo
OI GRAÇA!
ResponderEliminarUM POEMA EMOCIONANTE E BELO NOS BRINDAS AMIGA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Tocante, expressivo e muito belo.
ResponderEliminarBeijinhos
~~~~
Tenho que confessar que repassei para curtir teu belíssimo poema! Bom fim de semana, amiga Graça! Abraço cordial! Laerte.
ResponderEliminarHoje, um dia especial para todos os que já perderam alguém muito querido, há muitas pessoas sentindo-se uma " Marie" e eu, sou uma delas. Hoje, mais que nos outrs dias, recordo o meu pai que encarava a morte com tanta naturalidade que, era eu ainda criança, já conhecia a " casinha " por ele adquirida para nos acolher nessa altura certa para todos. A dada altura a vida nos empurrou para o Brasil e, chegando lá, logo ele preparou a ultima morada para todos nós; escolheu a vida que a morte o levasse há quase dois anos, na sua segunda pátria e assim fosse o primeiro a ocupar essa casinha. Há quem me pergunte o motivo dele ter ficado lá e eu respondo: Portugal viu-o nascer, viu-o crescer, fazer a sua própria vida e viu também nascerem e crescerem os seus filhos; o Brasil, completou-lhe a existência, dando-lhe uma vida mais confortável e dando-lhe também os netos e bisnetos; deram-lhe muito os dois países e se a vida escolheu que o seu caminho terminasse lá, lá tinham que ficar o seu corpo. Graça, amiga, sei que tudo isto nada interesa para o teu cantinho, mas a tua Marie me levou até ao meu querido pai, fazendo-me recordar com muito reconhecimento, o tanto que se esforçou para criar os dois filhos, sempre com muito carinho e, principalmente com valores que me têm servido de orientação na minha vida e na dos meus filhos. Desculpa, mas, tenho a certeza que entendes. A distância não permitiu que, hoje, o homenageasse com um ramo de flores, mas sei que para ele isso pouco importa; sempre dizia que queria carinho em vida, porque depois não precisava dele. Creio que o teve . Um beijinho, querida Graça
ResponderEliminarEmilia.
Mais um belíssimo poema-retrato de vida!
ResponderEliminarBom fim-de-semana, amiga Graça!
Beijos.
A ausência causa dor e nem todos os recursos possíveis são afagos que conseguem mitigar o seu fim.
ResponderEliminarNem a firmeza do verbo, nem a riqueza da palavra, mas sim a beleza dos teus versos que expressam amor.
Abraços de vida, querida amiga.
Gostei muito do teu blog, a tua poesia concentra o sentir em muitas nuances pra que todos entendam. Eu, ainda que de pouco conhecimento sobre arte na pintura,admiro Van Gogh.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana.
Triste, tão triste quanto belo
ResponderEliminaro seu poema, minha doce Graça.
O dia é de lembranças, mas de
saudosas lembranças.
Beijos, amiga. Beijos.
ResponderEliminarcomo pode em teu "oculto olhar"
a transparência da dor
ser tão intensa, que transborda em
sublime poesia?
toda a morte é sofrimento.
toda vida não chega a uma lágrima sentida.
e, em cada verso, o amor patente
no interior do nosso universo.
laço as minhas mãos a
‘as tuas...
um bom domingo, minha querida amiga Graça
um beijo.
a finíssima dor da ausência
ResponderEliminarnum poema muito belo.
gostei muito, querida Poeta.
beijo
Olá! Matando saudade do seu cantinho lindo!
ResponderEliminarPoesia perfeita! parabéns querida!
A amizade se enriquece com sentimentos bons quando o coração descobre a grandeza fraternal da vida. Hoje domingo, dia de descanso, mas também de visitar amigas e amigos queridos.
Que seu dia de hoje seja marcado por coisas felizes e que em seus lábios esteja o sorriso da felicidade! Um ótimo Domingo.
Abraços
Boa noite querida amiga Graça.
ResponderEliminarMas um poema perfeita que temos prazer ao ler. Uma abençoada semana amiga. Grande abraço.
Es una retazo de nostalgias, donde puede emerger la memoria del padre o el más nimio objeto, pero bello: el cordón blanco del pelo. Un abrazo. carlos
ResponderEliminar
ResponderEliminartouching and deeply sensitive dear Grace !
memories related to such most strong relationships are blend of salty ocean and stromy gusts of pain
blessings!
ResponderEliminarMinha querida Graça
Quanta saudade e mágoa neste seu poema,
sentimentos aos quais vou buscar a
minha parte, irmanada consigo na perda de
entes queridos. Do aceno do laço branco,
também uma lágrima, as recordações e
momentos de doce encanto, inesquecíveis.
Beijinhos
Olinda
Tão intensamente magoado e saudoso que as palavras, elas próprias se vestem de luto, até o branco do lenço num acenar tão teu!
ResponderEliminarRetiro-me sempre a olhar para trás ainda
abraço, querida amiga!
Graça querida,
ResponderEliminarEu gosto de ler e
ver a imagem, me
trás uma paz ler poesia.
Bjins
CatiahoAlc.
Um poema que me tocou particularmente, Graça!... Especialmente por ter perdido o meu pai tão cedo também!...
ResponderEliminarAdorei cada palavra! Beijinho
Ana