Escrevemos
mar
como se fosse a palavra
única
que nos circunda a fala.
Quando
éramos crianças tínhamos os barcos de papel.
E
havia traineiras em que os pescadores manchados
de
sal e sangue enfrentavam a tormenta de cada dia.
Agora, de quilha inquieta, os navios ferem
as entranhas da água e cingem-nos no olhar
o negro das marés e dos limos
que morrem na praia, onda após onda,
num extenuado
adeus ao apelo dos corais.
Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2019, p. 45
Bom dia
ResponderEliminarQue maravilha visitar este cantinho poético. Entra-se curioso, sai-se fascinado
Poema ilustre, foto brilhante
.
Feliz inicio de semana.
ResponderEliminarBelíssimo! Junto a minha voz ao "apelo dos corais".
Um beijo meu,
Lídia
Infelizmente estes desastres ecológicos estão a tornar-se muito frequentes.
ResponderEliminarGostei do poema minha amiga.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Lindo grito em favor do mar.
ResponderEliminarUma pena os que estão fazendo com nossos mares...Triste! Linda semana! bjs, chica
E o mar fica pobre, solitário....pelo egoísmo dos homens...
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Bom día de paz, querida amiga Graca!
ResponderEliminarEscrevo sentada num banco a beira mar.
Ja estava esperando a chegada do oleo aqui no Sudeste, mas ele saltou minha area... Foi pro norte do RJ...
Uma tristeza imensa o perverso percurso que denegriu nosso litoral tao belo e precioso.
Tomara isso tenha um fim e va para o fundo di mar nao danificando a vida marinha nem nossa costa tao grande e bela!
Amo o mar, minha amiga, como sabe bem.
Vi que Voce tambem pelo bonito poema alerta postado aqui.
Barquinhos de papel ate hoje os faco para enviar bilhetinhos de Amor.
😍💌
Muito obrigada por nos ser solidaria, minha amiga.
Tenha uma nova semana abencoada e feliz!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Adoro o mar e por isso, gostei muito do poema
ResponderEliminarBeijinho no coração e uma boa semana
Blog | danielasilva-oficial.blogspot.com
Loja | www.facebook.com/danielasilvaqb
linda poesia!
ResponderEliminarHá muito mar para poucos barcos.
E somos ilhas.
Olá amiga!
ResponderEliminarAtualizando minhas visitas, já com saudade e apreciando sua bela postagem. É uma pena que a poluição causada pelos homens está matando os mares lindos! Parece pouco, mas se não cuidarmos mais, tudo acaba. Parabéns pela saiba poesia. Grata pela visita amiga!
Deixo aqui um pensamento da Cecilia Sfalsin,
repleto de desejos bons para nós.
“Que o nosso dia seja como Deus quiser!
Que a vontade dEle prevaleça sempre,
que os propósitos dEle se
cumpram em nossa vida,
que o amor dEle nos renove, e que Ele
responda com milagres cada pedido
nosso feito a Ele em oração”.
Amém!
Abraços da amiga Lourdes Duarte.
O mar fascina-me, tal como este poema me fascinou! Parabéns. :)
ResponderEliminar-
A densidade do tempo entristece meu olhar
Beijo e uma excelente Semana.
É, o mar está sofrendo de verdade,
ResponderEliminarme dói tanta ver isso, dói na alma!...
Beijinhos com carinho!!!
O que fazemos para o mar, o que fazemos para nós mesmos, para o futuro, para nossos filhos ... Não podemos vê-lo? Levante sua voz, poeta, para que possamos entender ...
ResponderEliminarAbraço muito grande amiga Graça !!
Gosto da medida de "clareza" que percorre este poema. Como se imbricam o presente "Escrevemos mar..." , o passado )"Quando éramos crianças..." "E havia traineiras..." e novamente o presente "Agora, de quilha inquieta", enfatizando a sua relação com o objecto por meio daquilo que lhe falta ou que lhe constitui o ponto negativo "num extenuado adeus ao apelo dos corais". E como os corais "sabem" o que representam "o negro das maré e dos limos"...
ResponderEliminarExponencial poema. Parece feito para consolar os brasileiros do meu Nordeste.
Um beijo, minha Graça!
O mar precisa de ti e dos corais
ResponderEliminarBjs
é pena que o homem esta so a dar cabo dele mas o poema é esta mt bem escrito parabens bjs
ResponderEliminarEscrevemos mar e viramos-lhe as costas...
ResponderEliminarabraço Graça
É por isso que eu sou amigo
ResponderEliminarda poeta. Por isso.
Beijos, Graça. Beijos.
Uma fotografia pungente que macula a pureza poética do teu mar...
ResponderEliminarBeijo
Los poemas son lo mejor de la literatura
ResponderEliminar"Escrevemos mar como se fosse a palavra
ResponderEliminarúnica que nos circunda a fala."
E quase não era preciso mais nada. Tão real e intensa é a imagem!
Beijos, querida amiga Graça.
Ferem o mar por ideologia e ganância... Os corais pedem socorro!
ResponderEliminarUma boa semana pra ti. Bjs.
Um poema de desalento. Lembra os corais como se já nem existam. E o mar, sem eles, o que será.
ResponderEliminarBom dia Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo, um alerta para a destruição do mar, que nas suas belezas e mistérios tanto inspira os Poetas.
Gostei muito, minha Amiga e Enorme Poeta.
Desejo - lhe continuação de boa semana.
Beijinhos,
Ailime
Bonito e realista poema. Lamentavelmente as manchas no mar, que triste...
ResponderEliminarBjs... Muita paz, Graça...
Muito bonito, querida Graça, o dano foi enorme, as praias mais lindas estão lá no nordeste, e já está alcançando o Rio de Janeiro.
ResponderEliminarObrigada pela solidariedade com o Brasil.
Beijo, boa semana.
Coisas que não deviam acontecer.
ResponderEliminarBoa semana
Beijo
Brilhante poema... Adorei :))
ResponderEliminarHoje :
Queria viver no teu silêncio
Bjos
Votos de uma óptima Noite.
Mar será siempre amplía palabra para hacer poesía, como la tuya tan bella y triste.
ResponderEliminarAbrazo
how sublimely done dear Grace !!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarnature meet us differently when her shades of mood are affected by her ruthless passion , with all the advancement we can hope that science can find solution of such disasters someday
best wishes for people who are in the way !
ResponderEliminarNunca é por demais vincar os atropelos ambientais que agridem o planeta e nos retiram qualidade de vida.
A premência do problema valoriza a oportunidade da sua intervenção poética.
Saudações bárdicas
Juvenal Nunes
PS - Caso esteja interessada pode sempre visitar o meu Blog Palavras Aladas 1952.Blogspot.com
Uma pena que a palavra tenha mais força que os cuidados com as águas dos mares.
ResponderEliminarUm abraço
As catástrofes ambientais são intensamente confrangedoras...
ResponderEliminarAgradeço ter abordado o problema e a revolta...
Abraço, Poeta Amiga
~~~~
“Escrevemos mar como se fosse a palavra
ResponderEliminarúnica que nos circunda a fala.”
Gostei muito deste seu poema, belo poema no seu todo,
como nesses dois primeiros versos transcritos.
Parabéns, querida amiga Graça!
Um beijo.
Pedro
Um poema actualíssimo.
ResponderEliminarDeduzo da sua leitura caminhos sem retorno. Incompreensivelmente, será o pecado original que nenhuma água lava, nem a benta, a ganância, o interesse do Senhor, que em cada lugar, em cada tempo, vai mudando de nome para ludibriar melhor os olhos que para cima olham.
Abastardaram a palavra genuína na peça representada. Para isso, em primeiro lugar destruíram a inocência, a pureza da flor na infância; depois, exploraram e esploram o homem feito até à raia da escravidão; e, por fim, envenenam corpos e lar - a Natureza - de que o Homem é usufrutuário privilegiado.
(Enquanto isso, no teleponto põem a correr a "fábula" marciana.
Peço desculpa por este relambório.
Um beijo grato, Graça Pires.
Mais um excelente poema.
ResponderEliminarParabéns pelo talento.
Graça, um bom resto de semana.
Beijo.
Um perturbante e forte alerta para as agressões ao mar e a todo o planeta. É uma triste realidade que aflige todos os homens conscientes dos tremendos estragos que põem em causa o equilíbrio ecológico.
ResponderEliminar"o negro das marés e dos limos, que morrem na praia, onda após onda, num extenuado adeus ao apelo dos corais."
Magnífico poema, bem como a foto que retrata os tristes e recentes acontecimentos no Brasil.
Beijo.
ResponderEliminarQuerida Graça
Boa noite
Escrevemos Mar! E é mister que o escrevamos vezes sem conta
e que as letras que o compõem ecoem nos confins do mundo.
Aqui no seu poema, minha amiga, sentimos esse pulsar e a urgência
de um alerta pelos vários crimes cometidos e que se comentem
no nosso dia-a-dia contra o Mar.
Beijinhos
Olinda
Tudo passa com o tempo , até o das manhãs claras , agora carregadas de nevoeiro sombrio !
ResponderEliminarE se os limos e as algas e as conchas viessem com a dança das marés , tudo seria tão natural ...
Mas as quilhas de hoje trazem as manchas da saudade na brandura das águas !
Tão belo o teu poema , minha querida amiga Graça! Como sempre , enorme poeta !
Beijo grande!
Nestes tempos difíceis também nós andamos de quilha inquieta ferindo as entranhas da água. Mas enquanto houver poetas como a Graça, a esperança e a vontade de mudar o rumo das coisas renascem a cada dia, a cada hora.
ResponderEliminarBeijo.
o mar já estava aqui antes de mim, de nós. sagrado é poder abrir os olhos - vejo apenas existência, transitoriedade, exuberância inata, intrínseca em mudanças incessantes. pertenço ao universo - capaz de bastar a si mesmo (quem diz crer em deus, mas não o vê no mar, não o verá em nenhum livro).
ResponderEliminare valiosa é a intenção das tuas palavras. beijo.
Um belíssimo momento poético, que nos remete para a inquietação, de mais um acto de poluição, insano e inconsciente... a que o mundo assistiu... mas infelizmente já consumado, em estragos irreparáveis...
ResponderEliminarDe uma imensa sensibilidade, e profundidade, como sempre, Graça!... Parabéns!
Um beijinho grande! Feliz fim de semana!
Ana
Está a ser rápida e sem controlo a destruição sistemática do nosso habitat.
ResponderEliminarDo paraíso restara’ morte e destruição.
O planeta sobreviverá a essa hecatombe. O ser humano - e a vida, tal como a conhecemos -,
e’ que sucumbirá. Tempos difíceis esses que se advinham na mutação.
Um belo poema, minha Amiga, para o despertar de consciências.
Uma boa semana, Graça.
Um beijo.
escreves "mar" como quem diz Terra e, dentro dela, o milagre.
ResponderEliminare a urgência da Vida!
néscios os que escrevem "mar"
como se fossem a quilha dos barcos...
belíssimo, Graça.
beijo, querida amiga
Muito lindo e significativo. Ainda mais pra nós aqui.
ResponderEliminarNão bastassem as tragédias da Vale, agora essa. Três meses depois, ninguém foi indiciado. No Brasil, todo corrupto se safa facilmente.
Um beijo amiga. E ótima semana.
Hello Graça.
ResponderEliminarWonderful words about this terrible events at sea.
This destroys a lot. Good to call attention to that.
Big kiss, Marco
Mestra das Letras, Poetisa Graça Pires !
ResponderEliminarPronunciamos "MAR", quem sabe, com tanto
amor quanto pronunciamos uma palavra sagrada.
A ilustração, verdadeira, do texto, tinge
de luto a alma brasileira...
Parabéns, Amiga, e um fraternal abraço, aqui
do Brasil.
Sinval.
Graça,
ResponderEliminarMaravilhosos versos
sobre verdades não tão
belas.
Gosto de como poetas ter
essa possibilidade de transformar
acontecimentos em poesias.
Bjins
CatiahoAlc.
Barcos de quilhas grandes, barcos de grande porte, barcos que largam um mar negro atrás de si enquanto antes eram barcos de papel, mas também as traineiras lavavam-se enchendo os cais de um negro sujo. E o mar vai cuspindo os seu pulmões emporcalhados
ResponderEliminarTriste mar, tão mal tratado...
ResponderEliminarHaja quem escute o «apelo dos corais».
Belo poema minha querida amiga!
Beijo.
Gosto deste escrever teu, no que não falta uma metáfora amiga quando a praia já está pintada de algas. Bom, também fazem parte do mar.
ResponderEliminarGostei muito.
Beijinhos
Belo e triste... o que será do mar?
ResponderEliminarUm abraço.
A tristeza também se pode descrever com belas palavras. E, as tuas, são carícia subtil enquanto se alojam, suavemente, na alma.
ResponderEliminarUm beijinho :)
Um mar cansado, saudoso de corais.
ResponderEliminarum beijo Graça
Belo. A beleza da poesia também se carrega na tristeza.
ResponderEliminarQuando o mar é dor
e noite
maré escura
que pinta a praia
É o acordar da inocência dos barcos
de papel
Boa semana, amiga!
Beijinhos.
Seu poema é um clamor. Belo e ao mesmo tempo triste. A consciência de alguns seres humanos é apenas um veio de água suja diante da imensidão dos mares. Quão superior é a natureza.
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