Amedeo Modigliani
Sou
uma mulher
que
ninguém chama pelo nome.
Hão-de
nomear-me filha
do
vento e dos caminhos.
Hão-de
ver asas em meus dedos
quando
danço.
Mas
a nenhum lugar pertenço
e
intrusa me sinto do futuro
adivinhado
em minhas mãos.
Quando
embalo o meu filho
antevejo
um estranhamento
gravado
em sua sina
e
um brasido de fogueira em suas veias.
Acoitarei
na água da retina
a
linha inacabada dos seus passos.
Graça Pires
De Fui quase todas as mulheres de Modigliani, 2017, p. 25
Pobre mulher quase invisível aos outros... Linda poesia ! beijos, ótima semana,chica
ResponderEliminarNão sei quantos ciganos chegarão a ler este poema tão bonito; é uma raça envolvida em anátemas, sulcada por altos muros de preconceito; que exige e atira como emblema a sua diferença. Julgo que tanto eles como nós devíamos ser educados para a adaptação comunitária, uns para entenderem a diferença, outros a esbatendo-a um pouco.
ResponderEliminarAdoro as tuas mulheres e de Modigliani.
ResponderEliminarAbraço Graça
Há pessoas que a Vida esconde... e no entanto, há promessas, sonhos e risos que se devem escutar....
ResponderEliminarLindo....
Beijos e abraços
Marta
ResponderEliminarQuerida Graça
Na linha da vida tantas situações incómodas
e discriminatórias se perfilam.
O nome, importante na individualização
de cada um de nós, dito e bem pronunciado,
mostra o nosso lugar na sociedade. Lugar
exigido pela emergência que a igualdade
requer.
Gostei muito, minha amiga. Grande admiradora
da sua escrita.
Boa semana.
Beijinhos
Olinda
Excelente poema muito bem ilustrado pelo belo quadro de Modigliani.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Um texto que é possivel nos vermos atraves de cada palavra.
ResponderEliminarQuerida Graça, teu belo poema retrata toda a verdade que existe, um preconceito que quase não se fala por aqui, mas como existe!
ResponderEliminarBeijo, uma ótima semana.
Por não ser chamada pelo nome torna-se invisível aos olhos de muitos mas o carisma e a força que dela emana a torna imbatível
ResponderEliminarPoema lindíssimo minha amiga
Beijinhos
Poema e livro a reler
ResponderEliminarBj
Parabéns pelo excelente poema que partilha connosco!:)
ResponderEliminar-
Quando a saudade aumenta...
-
Beijos. Bom Carnaval, e uma excelente semana!
bellissima poesia, complimenti
ResponderEliminarpoi io adoro Modigliani
buona settimana anche a te
un abbraccio
Boa tarde de alegria interior, querida amiga Graça!
ResponderEliminarO nome é nossa marca e, sem ele, ficamos desprovidos de toda identidade.
Belíssima representação do povo que sofre tanto preconceito.
Tenha dias muito felizes e abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
cigana ou nao é uma mulher e mae como todas as outras gostei mt adoro os teus poemas sempre mt bem escritos bjs
ResponderEliminarHello Graça,
ResponderEliminarWonderful to read these poetic words. So very nice.
Best regards,
Marco
El futuro de las mujeres esta en sus manos.
ResponderEliminarRegresso, com prazer, às tuas mulheres de Modigliani, onde te entregas inteira.
ResponderEliminarEsta cigana é fascinante com tudo o que mostra de rejeição, estigma e, ao mesmo tempo, a dança na ponta dos dedos...
Beijos, minha amiga Graça.
O trabalho do gênio de Modigliani aprimorado por seus íntimos sensíveis versos, Graça. Essa mulher passa a ter uma existência concreta.
ResponderEliminarGrande abraço, Poeta.
Graça você vai fundo com os seus
ResponderEliminarversos, hein, minha amiga. Que
beleza de poesia.
Um beijo, perdoa se cuspo confete,
e um bom dia de terça-feira.
Excelente poema, a testemunhar a mulher cigana enquanto elo indestrutível da cadeia da vida...
ResponderEliminarUm bom resto de semana.
Perpétua a "linha inacabada" da cigana. Perpétua. Nomear, para ela, para ele, é verbo conjugado em minúsculas ressonâncias de medo, de repulsa. Assim, não ousam cruzar a fronteira do preconceito.
ResponderEliminarExcelente "Foi". Perpétua: foi, é, será.
Beijo, Graça Pires.
OLÁ GRAÇA
ResponderEliminarum post feito ontem e hoje já tem 22 comentários, quem me dera!
Venho agradecer-lhe a sua visita a vários blogues meus e as palavras de carinho que deixa
muito obrigada
Sobre o seu post, lindo como sempre
Parabéns!
Eu tentei dizer algo sobre mim:
Sou uma mulher
que poucos se lembram que existo
ninguém me telefona
ninguém me procura
ninguém me convida para sair
Beijinho da Tulipa
Sorprendente, me ha encantado este poema Saludos
ResponderEliminarAcho que esse poema sería uma das peferencias desse grande pintor.
ResponderEliminarAdorei!
Obrigada pela sua presença lá na casa e uma boa continuação de semana.
Traduzida e eternizada cigana em belíssimo poema.
ResponderEliminarUm voo dentro de um mergulho na existência, que
fascina ao ler e entrar na pele da cigana.
Beijo amiga
É isso mesmo: para lá das raças, para lá das etnias, o amor de mãe sobrepõe-se sobre tudo quanto possa obstaculizar os passos do filho das suas entranhas.
ResponderEliminarSaudações poéticas,
Juvenal Nunes
Um hino à mulher "que ninguém chama pelo nome".
ResponderEliminarQuerida amiga Graça, a tristeza no olhar da Cigana de Modiglini foi, penso eu, a inspiração para este belíssimo poema. Parabéns!
Beijo.
Comovente este grito de uma mulher que ninguém chama pelo seu nome, que a nenhum lugar pertence, e que sente que esse anátema perseguirá o filho que embala nos braços.
ResponderEliminarUm poema que nos inquieta e desassossega.
Quando deixará o homem de ser o lobo do homem?
Beijo.
Uma verdadeira homenagem a todas as mulheres... mães...
ResponderEliminarExcepcional... e universal... este notável poema, Graça!
Um beijinho grande! Votos de continuação de uma feliz e inspirada semana!
Ana
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo, que me comoveu pela intensidade poética com que aborda um tema infelizmente ainda tão presente sobre a descriminação dos filhos sem terra nem chão que vagueiam pelo mundo a esconder-se no vento.
Adorei este poema.
Um beijinho minha Amiga e Enorme Poeta.
Continuação de uma boa semana,
Ailime
Boa noite Graça, relendo algums dos seus belos poemas encontrei neste meu comentário um erro que não posso deixar de retificar. "Discriminação" e não como distraidamente escrevi. Desculpe. Bjs
EliminarFicou bem sublinhado que acima de tudo, prezam
ResponderEliminara liberdade, a natureza e o ar puro...
Mais uma legenda poética encantadora.
Dias confortáveis a seu gosto.
Beijinhos
~~~~
Infelizmente , acompanha- os o anátema de indesejados . Peregrinos da vida , fazem do vento a sua cama e do acaso a sua mesa .
ResponderEliminarComo todos , um poema enorme , belo, que deixa um amargo de boca
Um grande abraço minha tão querida amiga Graça!
"hao-de ver asas nos meus dedos" nunca me tinha lembrado disso quando vejo as bailaoras a dançar e os dedos parece que voam.
ResponderEliminarGostei muito do poema e da pintura de Modigliani.
Beijinho.
Maria Isabel Quental
Levei este lindo poema para o meu blogue https://poemasehaikusdeflorblogspotcom.blogspot.com/2020/02/cigana-e-crianca.html
ResponderEliminarEspero que não se importe 💓
Se há pessoas com sina são os ciganos.
ResponderEliminarApesar de todos dizerem que não, continuam a ser marginalizados.
Excelente poema, parabéns pelo talento.
Graça, continuação de boa semana.
Beijo.
E o teu nome é poesia, é linguagem. Um retrato indesejado e tão bem esculpido que o desejo é vê-lo exposto para que todos o vejam e tomem consciência dessa dura realidade. E tão poética sob as tuas mãos.
ResponderEliminarUm beijo, minha amiga Graça!
que lindo
ResponderEliminarUma descrição muito bela!
ResponderEliminarUm poema impressionante de grande beleza! A mulher cigana a que ninguém chama pelo nome, filha do vento e dos caminhos e que tem asas nos dedos quando dança, embala com amor o seu bebé, sabendo que a mesma sina lhe caberá na vida.
ResponderEliminarÉ injusto o preconceito contra a raça cigana, injustos todos os preconceitos que criam desigualdade e separam os seres humanos.
Poema que comove e inquieta. Sublime!
Beijo.
Ser cigana..., um poema profundo e tocante ao coração. Todos precisamos de "nome e de dignidade"...
ResponderEliminarMuita paz e o meu abraço, Graça...
Um poema que nos dá uma visão diferente, romântica e poética. Gostei.
ResponderEliminarSaudações amigas.
Achei muito interessante atualmente esta sua postagens. Parabéns!
ResponderEliminarVida cap
Um poema forte e com muitas ilações.
ResponderEliminarCom sina.
A imagem muito bem escolhida.
beijinhos
:)
perfeito, teu canto!
ResponderEliminarcomo negro o enguiço da Mulher que "ninguém chama pelo seu nome"
Poema cintilante, como o mais puro cristal
amo todas as tuas "mulheres de Modigliani" - insuperáveis, Graça!
beijo, Poeta
Não só as ciganas são invisíveis a quem não quer ver.
ResponderEliminarParabéns está muito bom..
Bom fim de semana
Os ventos que se avizinham parecem tudo querer arrasar, e deles não constam filhos à ilharga. Tempos danados.
ResponderEliminarUm beijinho, Graça :)
Que lindo Graça.
ResponderEliminarSó hoje me apercebi que ainda não seguia este cantinho que tanto estimo.
Beijinhos,
Vanessa Casais
https://primeirolimao.blogspot.com/
Oi Graça!
ResponderEliminarPara mim foi como se lesses a alma de uma criatura sem pertencimento a lugar algum, a cigana.
Parabéns, adorei.
Abrçs
ResponderEliminarEstigma, como se ser diferente
fosse sina ou nómada de futuro incerto.
Este e' um grito interior, apesar da resignação.
Gostei muito desta "Cigana com criança",
poema soberbo, que nos remete para o racismo, patente
neste mundo que nos rodeia.
E seria tão fácil saber o seu nome...
Um beijo, minha Amiga Graça.
Cuánto dice de sentimientos, desde el verso, sobre el coleto sentimental de la mujer gitana, bailadora y quiromántica. UN abrazo. Carlos
ResponderEliminarQue poema tão lindo e com uma mensagem tão importante!
ResponderEliminarNão conheço o nome de nenhuma cigana ou cigano.
Também não sei de onde vêm, qual o seu país de origem.
Um beijinho e boa semana!
Hermosa poesía sobre la mujer.
ResponderEliminarMuchos besos.
Querida Mestra, Graça Pires !
ResponderEliminarPerfeito retrato falado, e escrito, da alma cigana.
Uma verdadeira oração...
Tenho uma amiga cigana. É assim mesmo, como a
descreves nestes teus lindos versos !
Parabéns e um carinhoso abraço, aqui do Brasil !
Sinval.
Ah, essas mulheres de Modigliani... acho que sou um pouco como essa, não sinto pertencer a nenhum lugar.
ResponderEliminarBeijo querida.
Um poema, que de certa forma, tem um pouco de todas nós...
ResponderEliminarBelo demais!
Estou adorando visitar e ler seus conteúdos, são sempre os melhores!
ResponderEliminarMeu Blog: Samara Silva