Andrey Vahrushew
“Menina de nove anos agredida pela mãe”.
Sabia que era dela que falavam
e escreveu no seu diário:
mãe, o que é que aconteceu?
O sorriso que começava inteiro nos teus olhos
tornou-se estrangeiro em tua boca.
Lembro-me do instante
em que começaste a fitar-me obliquamente,
como se um cerco te amordaçasse o olhar.
Depois, sem suspeitares,
tinhas as mãos vulneráveis à violência.
O que é que nos aconteceu, mãe?
Como dizer o teu andar inquieto, ou calar
o teu rosto cavado por uma qualquer angústia?
O que é que te aconteceu, mãe?
De hoje em diante usarei no tornozelo
uma pulseira negra, em sinal de protesto,
por me teres privado tão cedo da tua alegria.
Graça Pires
De A solidão é como o vento, 2020, p. 46
Dramático.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Triste, intenso e pena,tantas vezes real...Linda semana! beijos, chica
ResponderEliminarPoderia ser eu, essa menina, se acaso alguma vez tivesse sido agredida pela minha mãe, pelo meu pai ou por quem quer que fosse...
ResponderEliminarUm beijo, Graça.
O que aconteceu de facto para que as sombras invadam o coração e destruam a alegria?
ResponderEliminarBrilhante...
Beijos e abraços
Marta
Quem deveria proteger desprotege, que triste. Boa semana e que Deus cuide da humanidade.Bjs.
ResponderEliminarLi em silêncio. Um lenço de papel secou as minhas lágrimas que teimaram em "rebentar" de dentro dos meus olhos.
ResponderEliminar.
Cumprimentos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Triste! 🌹
ResponderEliminar-
Coisas de uma Vida.
-
Uma excelente semana...
Beijo
ResponderEliminarO teu poema "bateu-me" com força.
Nada pode justificar os maus-tratos exercidos sobre uma criança.
Beijinhos!
Lídia
ps: Ontem, gostei de te ouvir na apresentação da Antologia da "Poética" em homenagem à Amizade. Cheguei tarde ao encontro, mas tive a oportunidade de assistir depois.
Um maravilhoso poema que tocou a minha sensibilidade e folheou o meu diário remoto nunca escrito.
ResponderEliminarUm abraço
A delicadeza do poema me comoveu, me sensibilizou, quase me sufocou, Graça.
ResponderEliminarNão obstante, é uma obra para ser admirada pela justeza das imagens e pelo modo singular como você tratou a violência doméstica.
Cuide-se, minha amiga!
Uma boa semana para ti.
beijo,
Esta é talvez a solidão mais indesejável e danosa porque resulta da falta de amor e contraria a humana natureza, "embora seja ladrão/aquele que tem a mãe/ lá tem no meio da luta/ ternos afagos de alguém". É a mostra de como a natureza degenera e se muda em aleijão.
ResponderEliminarBoa semana, Graça.
Triste e lamentável caso. Que nunca devia acontecer. Mas infelizmente, continuam a acontecer...
ResponderEliminarBeijinhos, e ótima semana, amiga Graça.
historias tristes y dramaticas de violencia
ResponderEliminarque se repiten de generacion en generacion. Generalmente padres que han sido golpeados en su niñez, golpean luego ya sea a sus esposas o a sus hijos, por eso es tan importante la proteccion de la infancia y las denuncias.
un poema crudo y real.
abrazo grande Grace y muy buena semana!
Minha linda amiga, Graça!
ResponderEliminarA lágrima caiu, molhando meu rosto, ao ler este poema.
E o resto guardo cá dentro!
Um abracinho bem apertadinho!
Megy Maia❤💋❤
So real.
ResponderEliminarFabulous blog
ResponderEliminarOlá Graça
ResponderEliminarInfelizmente a violência tem crescido nas famílias, lugar onde deveria reinar o amor. Bjs querida.
Um poema duro e sensível.
ResponderEliminarQue nunca devia acontecer, mas é uma realidade.
Fico comovida e muito triste.
E tantos segredos que esconde o agressor e a vítima, só eles sabem.
Boa semana amiga Graça com tranquilidade e saúde.
Beijo
:(
Os poemas deste livro são sempre muito doloridos. Tocam muito profundamente os sentimentos e a alma de quem lê. Um belo trabalho, amiga.
ResponderEliminarÓtima semana.
Argumentos de mãe que nem sempre encaixam por não saber colocar-se naquilo que o momento exige.
ResponderEliminarPassamos da sapatilha voadora ás ordens rigidas. Isso provoca, obviamente, desgaste e reações adversas, com enfrentamentos.
Belo este dizer teu em verso.
Abraços de vida, querida amiga
Dramática e forte. Boa semana minha querida amiga Graça.
ResponderEliminar
ResponderEliminarEste seu poema sempre me emocionou, amiga Graça,
por tudo o que diz e por tudo o que deixa
adivinhar:
Um mundo de mordaças, violência e abandono
na mais vil tristeza. E pensar que as
crianças são seres frágeis e que devem ser
protegidas...
Beijinhos
Olinda
Poema triste, amargo, mas... brilhante, excelente, magnífico, belíssimo.
ResponderEliminarQuerida amiga, estes versos tocam-nos a alma.
Beijo, boa semana, saúde.
amiga quase me li nao foi da mesma maneira mas quase é triste sim é mas a vida por vezes nos da a volta e foi isso mesmo que aconteceu bem desejo tudo de bom com muita saude bjs
ResponderEliminarMuito triste, mas infelizmente é real!
ResponderEliminarBjxxx
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Poesia m9lto intensa, forte e diretta.
ResponderEliminarComplimenti. Ciao amica Poetessa,
Um beijo
Dura triste história de tantas crianças para sempre privadas de memórias felizes, isto é, do futuro. Poema conmovente, Poeta.
ResponderEliminarAbrazo Grande. Cuídese muito por favor.
Graça querida,
ResponderEliminarHoje estou passando
para desejar uma
boa nova semana
e um novo mes
de Esperança.
Voltarei para
comentar o texto.
Bjins
CatiahoAlc.
Boa noite Graça,
ResponderEliminarUm poema muito emocionante e triste que aborda de uma forma pungente o tema violência nas crianças.
Lancinante o grito da criança quando escreve «O que é que nos aconteceu, mãe? »!
Poema escrito com o seu habitual talento poético!
Um beijinho, minha Amiga e Enorme Poeta.
Tenha uma boa semana, com saúde.
Ailime
La cultura es una asignatura que tu admira
ResponderEliminarOlá, querida amiga Graça!
ResponderEliminarSó quem viveu violência pode saber a dor que é. Aqui, na infância, mas nao tem idade, a agressão de todo tipo marca demasiadamente um ser humano.
Muito emocionante seu poema.
Da para sentir a dor da menina
Temos visto casos de violência infantil em doses diárias e cruéis.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Tão bonito o tom da mágoa confessada.
ResponderEliminar(Mutuamente dito)
Só os espíritos superiores sentem esta sensibilidade
que as palavras respiram.
Há "leituras" que nos entortam os passos
e nunca mais se consegue recuperar
a harmonia do acerto
entre duas almas cúmplices:
a fatalidade do desencanto
Saúde, querida Amiga Graça Pires.
Ninguém fica insensível a este poema!
ResponderEliminarHá muito que o mundo entristeceu. Vivemos num mundo violento, onde muitas vezes se perverte a natureza humana e sentimental.
O seu poema me fez estremecer, não apenas pela violência das imagens, pela falta de amor mas, sobretudo pelo que deixa adivinhar. Triste história de tantas crianças.
Uma feliz semana com muita saúde, Graça.
Um beijo.
Toda violência é triste, em se tratando de criança a dor é imensurável.
ResponderEliminarSeu poema diz bem o que temos lido nos jornais quase todo dia_ impossível conceber tamanha covardia e crueldade .Estamos vivendo dias sombrios, Graça
Nenhuma a família merece sofrer violência, de qualquer espécie.
Obrigada pelo poema e foto .
meu abraço
Boa noite amiga 💕
ResponderEliminarBoa noite Graça
ResponderEliminarQuê triste realidade de tantas crianças. Emocionante. Feliz mês de junho para todos vocês Abraços
Mestra / Poetisa, Graça Pires !
ResponderEliminarImagino a tristeza e decepção dessa filha,
ainda que a situação seja suavizada
poelalinguage.
Parabéns, Amiga!
Uma feliz semana,com SAÚDE E ALEGRIA!
Um Fraternal Abraço,aqui do Brasil.
Sinval.
ResponderEliminarQue tristes recuerdos
para un nino en su niñez,
pero es cierto hoy en día
los ninos sufren mucho.
Besitos dulces
Siby
Há, na imagem, um olhar de interrogativa angústia. Nas palavras do texto, apesar da diferença de idades das personagens envolvidas, continua a existir uma interrogativa angústia, estranhamente vestida duma maturidade vinda de quem menos seria expectável.
ResponderEliminarUm poema que toca e preocupa.
Abraço poético.
Juvenal Nunes
No Dia da Criança, um poema a lembrar o sofrimento de tantas...
ResponderEliminarTe abraço, minha amiga
Uma leitura inquietante, esta.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Que arrepio!
ResponderEliminarA humanidade deveria usar uma pulseira negra enquanto a violência existir. É ela o corolário de muita adversidade e indiferença.
Um beijo, querida amiga Graça.
Como siempre es un placer pasar por su blog Saludos
ResponderEliminarPalavras sofridas, dramáticas e profundas que retratam infelizmente, uma realidade escondida atrás de muitas portas.
ResponderEliminarBeijinhos
Perguntas tantas vezes sem resposta, respostas que inquietariam ainda mais a pureza desse olhar .
ResponderEliminarTudo tão leve , tão intenso, tão teu!
Um grande beijo, querida Graça
Olá, minha amiga Graça, um poema que faz a denúncia da violência doméstica quando deveria existir uma relação de amizade e de amor. Importante mesmo é denunciar essas deformações que a sociedade não deve aceitar.
ResponderEliminarParabéns!
Uma boa semana, cuidando-se amiga Graça.
Um beijo.
Um poema intenso, verdadeiro e triste, que me emocionou, amiga Graça.
ResponderEliminarO que aconteceu àquela mãe, para que tirasse, ao seu filho, o sorriso no olhar.
O que vai acontecer aquele filho, quando for pai também.
Um beijinho!
Nossa! Que coisa mais triste isso, minha amiga!
ResponderEliminarEssa cicatriz fica na alma para sempre, pois essa fase é muito marcante na vida das pessoas.
Uma feliz semana, querida Graça,
beijinho.
Um drama que nos arrepia a alma!!! 👏😍
ResponderEliminarUma triste história que nunca devia acontecer.
ResponderEliminarMas infelizmente acontece.
Na tristeza da realidade, um belo poema.
Beijinhos, e feliz quinta feira!
Um poema que retrata com mestria uma das maiores brutalidades familiares, a violência doméstica que algumas vezes se abate sobre as crianças.
ResponderEliminarExcelente, os meus aplausos pelo talento.
Continuação de boa semana, amiga Graça.
Beijo.
Este poema emociona, interpela, revolve-nos.
ResponderEliminarNa voz da criança agredida há uma perplexidade que exprime um amor que recusa render-se.
A arte poética da Graça transmite-me essas emoções e sentimentos numa sequência musical de versos que aparentemente se repetem:
mãe, o que é que aconteceu?
[…]
O que é que nos aconteceu, mãe?
[…]
O que é que te aconteceu, mãe?
Poema chocante e comovente. A menina agredida pela mãe recusa acreditar que esta esteja bem. "O que é que te aconteceu, mãe? escreveu no seu diário. "De hoje em diante usarei no tornozelo
ResponderEliminaruma pulseira negra, em sinal de protesto, por me teres privado tão cedo da tua alegria."
Triste mas muito belo. A foto é perfeita para o poema.
Beijo.
Criança alguma devia sofrer violência.
ResponderEliminarÉ de uma tristeza enorme imaginar que alguém possa levantar a mão para ferir aquele que deveria proteger.
Um abraço
i hope the news belong to days of ignorance dear Grace
ResponderEliminarthis is heart breaking for a child to receive torture and horror from one who meant to be his guardian and protector !
you painted the sad horrified soul so perfectly my friend!
health ,peace and happiness to you and yours!
chocante, forte, profundo e principalmente NECESSÁRIO!
ResponderEliminarMuito forte, amiga Graça. Belo no seu sofrimento.
ResponderEliminarNão sei como pode haver pais, e principalmente na versão feminina (mães), tão cruéis e malvados!...
Bom fim-de-semana!
Beijos.
Que negras nuvens serão essas, que raios irrompem perante elas, para conseguir neutralizar a relação mais profunda da vida? Ah, este mundo está mesmo a precisar duma vassourada!
ResponderEliminarUm beijinho, Graça :)
Meu Deus, que linda criança
ResponderEliminarNesta imagem refletindo
O quanto o silêncio é lindo,
Da voz que não nos alcança
O som, mas a imagem mansa
Do silêncio ruge em gritos
Aos ouvidos mais contritos
Aos erros da humanidade
Embrutecida, que invade
Nossos valores e mitos.
Abraço fraterno. Laerte.
Não chame qualquer genitora de mãe,
ResponderEliminarpor favor!
Não essa, pelo menos!
(Muito bem escrito. Graça, um beijo)
Passando para desejar um bom fim de semana!
ResponderEliminarBjxxx
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Quando, pela primeira vez, li este teu poema, o que mais "mexeu" comigo foi:
ResponderEliminar"...O que é que te aconteceu, mãe?...".
Nesta nova leitura, "vejo" as marcas
que ficaram. Todo o poema é uma revelação; uma "marca" para toda a vida, inscrita na memória duma adolescente. Porém, não posso deixar de tentar compreender a mudança comportamental daquela mãe. As razões só a vida as poderá revelar...
Um Poema antológico, querida amiga Graça.
Um beijo e cuida-te muito.
são tantas as violências pelas quais tantas pessoas passam ao longo da vida, não apenas violência física, mas muitas vezes essas que marcam mais o lado de dentro, esse que só a gente mesmo vê. a imagem é linda. um beijo, Graça.
ResponderEliminarFlores,y cultura son tus lemas.
ResponderEliminarBelo, mas tão triste e tão verdadeiro. E tão comovente! (desculpe a ausência,problemas que felizmente estão a passar)
ResponderEliminarAos Poetas
ResponderEliminarSomos nós
As humanas cigarras.
Nós,
Desde o tempo de Esopo conhecidos...
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.
Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos,
A passar...
Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras.
Asas que em certas horas
Palpitam.
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura.
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.
Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz.
Vinho que não é meu,
Mas sim do mosto que a beleza traz.
E vos digo e conjuro que canteis.
Que sejais menestréis
Duma gesta de amor universal.
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural.
Homens de toda a terra sem fronteiras.
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele.
Crias de Adão e Eva verdadeiras.
Homens da torre de Babel.
Homens do dia-a-dia
Que levantem paredes de ilusão.
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão.
Miguel Torga, in 'Odes'
E notícias assim, de violência... acontecem todos os dias... nos meios de comunicação, banalizando-se a excepção... e sem a devida atenção das entidades devidas, na grande maioria das vezes... permitindo que as mesmas se repitam... tantas vezes com desfechos dramáticos!
ResponderEliminarUma excepcional inspiração, que nos remete para um despertar de consciências... e sobretudo, para ficarmos atentos... e talvez mais interventivos, denunciando situações que se afastem da normalidade...
Não posso deixar de pensar, que esta pandemia, potenciou tantos convívios, forçados, entre agressores e agredidos...
Excelente momento, poético, Graça! Um beijinho!
Ana
Um poema que sensibiliza para uma realidade triste que há poucos anos atrás era normal e que para muita gente ainda é! É preciso que haja consciência para saber diferenciar o que é educar, o que é mal tratar e humilhar e o que é descarregar as frustações nas crianças!
ResponderEliminarMais amor é preciso!