de uma gaiola de refugiados.
O novo século anunciava filigrana,
gargantas sem alçapão,
altruísmo de medula intacta.
Recitava-se a amnésia das fronteiras,
a livre circulação de candelabros na utopia
e mentes capazes de respirar esculturas de Rodin.
Atravesso a Europa vestida de arame farpado.
Passo os meses à espera
que o estio me dê um autógrafo.
Vivemos tempos de Goya na boca,
não pelo tráfego do deslumbramento,
mas pela imagem sombria pendurada no palato.
O terror sempre deu braçadas largas.
Somos o lapso que nunca atinge o degelo.
Alberto Pereira
In: Neve interior. Vila Nova de Famalicão: Húmus, 2021, p. 36
O caminho que a humanidade está a trilhar não conduzirá a nada de bom.
ResponderEliminarBom Dia, um abraço.
Versos fortes, poesia linda escolhida pra hoje! Linda semana pra ti! beijos, chica
ResponderEliminarVivemos tempos difíceis e de incerteza.
ResponderEliminarGostei deste poema.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Fantástico. O retrato cru dos dias que correm.
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana,
Vanessa Casais
https://primeirolimao.blogspot.com/
Infelizmente ganância do homem vai acabar por destruir a humanidade.
ResponderEliminarBelo tema.
Cumprimentos poéticos
Que fabuloso poema, Graça!
ResponderEliminarA rota seguida pela nossa humana barca poderia ser a mais bela das rotas, não fosse ela ser capitaneada pelos eternos acumuladores de obscenas fortunas.
Um beijo!
Medo no caminho que percorremos...
ResponderEliminarInteressante o poema....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Olá, amiga Graça!
ResponderEliminarMuito interessante este poema. Confesso, que não conheço o autor. Mas, pela inspiração deste poema, será por certo excelente.
Grato, pela partilha.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Belíssima escolha para nos mostrar!
ResponderEliminar"O terror sempre deu braçadas largas.
Somos o lapso que nunca atinge o degelo."
Vivemos tempos em que arame farpado nos espreita a cada canto.
Beijinhos e boa semana!
Bom dia de paz, querida amiga Graça!
ResponderEliminarEstamos mesmo sufocados, com um aperto na goela...
O cerco do farpado está armado...
Um poema bem escolhido para estar aqui a nos revelar nossa cruel realidade atual do mundo, além da Europa.
Estamos refugiados à mercê de quem nos governa, atualmente, mesmo vacinados, pelo vírus que dizem veio para ficar.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho de gratidão e estima
paarece-me um porta que merece ser lido
ResponderEliminargrsto por dares a conhever
beijo, POeta
Tanto desespero, nesta sábias, realistas e dolorosas palavras.
ResponderEliminarUm frio percorreu-me a alma, ao lê-lo .
Obrigada pela partilha.
Um beijinho, feliz semana, amiga Graça.
Olá, amiga Graça!
ResponderEliminarSempre que tenho a oportunidade de falar sobre literatura, não deixo de dar realce à poesia, quer nos livros, quer na Internet, e, não raro, tenho recomendado este seu espaço poético, que edita principalmente os poemas de sua lavra, como este belo poema de seu convidado.
Parabéns, Graça.
Uma ótima semana.
Beijo.
Estamos diante de uma tela inquietante, tão bem plasmada. "O terror sempre deu braçadas largas./ Somos o lapso que nunca atinge o degelo." Aliás, a partilha nos faz acreditar que a poética de Alberto Pereira é toda inquietante, o que nos leva a dialogar com a sua poética.
ResponderEliminarUm beijo, minha amiga Graça!
Parabéns ao Poeta. Adorei o poema!:))
ResponderEliminar-
Mãos que acolhem no regaço
-
Votos de uma excelente semana. Beijos
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema belíssimo que nos fala dos tempos de clausura e terror que atravessamos.
O tempo de "filigrana" que não chegámos a conhecer...
Gostei imenso deste poema e de conhecer o autor, que é excelente.
Obrigada pela partilha.
Beijinhos, minha Amiga e Enorme Poeta.
Boa semana.
Ailime
Poema dramático, retrato de uma realidade que a todos nós envergonha.
ResponderEliminarGraça, excelente partilha.
Beijo amiga, uma serena semana.
Olá, querida Graça, gostei muito, minha amiga, é isso que estamos vivendo, na verdade, não sei onde vamos parar, somos um só bloco que sofre os mesmos danos, uns com mais intensidade, outros com menos; uns com mais sorte, outros com menos.
ResponderEliminarGostei de conhecer esse poeta!
Obrigada pela partilha, Graça!
Cuide-se, uma feliz semana, na medida do possível!
beijinho.
Uma realidade tão penosa como belamente descrita e escrita. Parabéns ao autor.
ResponderEliminarUma excelente escolha para partilhar :)
ResponderEliminarNão conhecia o poema, mas gostei bastante.
ResponderEliminarObrigado pela partilha!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Não conhecia o Poeta, Graça. Uma voz de grande força e sonoridade. Muito obrigado por revelar para mim.
ResponderEliminarGrande abraço, amiga. Cuide bem de você também.
Mi amo por las fotografias me ayudan a soportar el paso de loa años
ResponderEliminarPara reflectir sem dúvida!!!
ResponderEliminarBoa semana!
Tenho o meu próximo 'post' preparado sobre este tema.
ResponderEliminarO Alberto Pereira faz uma análise poética brilhante,
sem eufemismos, num realismo um tanto hiperbolizado
em defesa da sua opinião.
Gostei muito, Graça. Grata por divulgar.
Uma boa semana. Beijinhos.
~~~~
Não conhecia o poeta, mas gosto muito deste poema.
ResponderEliminarAbraço, saúde e uma boa semana
Bello y profundo poema . Tienes toda la razón vivimos en un mundo que glorifica la violencia y el odio.Te mando un beso
ResponderEliminar" O terror sempre deu braçadas largas.
ResponderEliminarSomos o lapso que nunca atinge o degelo."
Triste caminho da realidade, tempos tão estranhos.
Boa noite.Bjs.
Ótima escolha, amiga.
ResponderEliminarO terror está no mundo inteiro, não somente na Europa...
Um beijinho e ótima semana
A passar por cá para conhecer mais um bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
É um evento muito difícil.
ResponderEliminarObrigado pela sua visita sempre.
Desejo a todos o melhor.
Saudação e abraço.
Do Japão, ruma ❃
Palabras que definen bien la triste realidad.
ResponderEliminarBuen martes Graça.
Un abrazo.
Special words.
ResponderEliminarLove each other without misery in the world.
Greetings and kiss, Marco
A escolha de um poema denso e forte.
ResponderEliminarBem escolhido, para o tempo que estamos.
Beijinhos
:)
Gostei imenso de conhecer!
ResponderEliminarBeijinho, amiga, tudo de bom
Il disgelo arriverà solo se sapremo scaldarci l'un l'altro.
ResponderEliminarCiao amica mia Poetisa, ci proponi sempre belle poesie.
Un abbraccio e um beijo
Graça,
ResponderEliminarÉ sempre uma maravilha
ler aqui.
Bela escolha de texto.
Brigadin por ler nos
Blogs que escrevo.
CatiahoAlc./Reflexod'Alma
dos Blogs(atualizados):
https://reflexodalma.blogspot.com/
https://frasesemreflexos.blogspot.com/
As rosas são belas em qualquer jardim, mesmo que à sua volta cresçam ervas daninhas; são resistente, mas, como todos nós, com o tempo, vão definhando e as pétalas caindo uma a uma; resta o caule que ficará com a recordação da última rosa, até que uma outra, se possivel, ainda mais bela brote e assim o jardim volte à sua beleza. Assim é também em Famalicão, cidade onde vivo, linda, bem cuidada, com problemas vários e gentes aflitas sonhando com uma vida melhor. Nesta tua seara a que chamas " alheia" dás-me a conhecer um poeta que desconheço ( embora viva na minha cidade..) e que traz, em lindos versos, um tema desumano que não deve ser " alheio " a nenhum de nós; mas, querida Amiga, na seara dos que nos regem , não conseguimos descobrir a sensibilidade e solidariedade bastantes para se fazer uma colheita que mitigue a fome, a sede e as necessidades minimas de tantos que fogem de uma vida indigna, somente esperando um " colo" que os acolha com carinho. Pede muito pouco, essa gente, mas poucos se preocupam , a não ser aqueles heróis anónimos que fazem o impossivel para arrancar um possivel sorriso no rosto dessas pessoas. Muitos já desaprenderam a sorrir. Beijinhos, querida Amiga e saúde para todos aí em casa. Obrigada por me dares a conhecer um poeta de V. N. de Famalicão.
ResponderEliminarEmilia
Oi Graça. Infelizmente vemos velhos e antigos caminhos no Afeganistão.
ResponderEliminarPalavras profundas e sentidas num belíssimo poema.
ResponderEliminarExcelente escolha
Beijinhos
Olá, Graça!
ResponderEliminarPartilha aqui um belo poema, forte e triste.
Algumas travessias são demasiadamente dolorosas.
Um abraço
Poema forte, potente e real. Não conhecia o poeta. Obrigada , bjinhos
ResponderEliminarOlá Graça
ResponderEliminarEstamos vivendo tempos trabalhosos, só a misericórdia de Deus, bjs querida.
É preciso mudar o caminho que a humanidade está a seguir.
ResponderEliminarAdorei a escolha do poema.
Continuação de boa semana.
bjs
Mestra,Peetisa, Graça Pires !
ResponderEliminarEis o lado amargo das lembranças,
adoçado por um estilo poético,
tornando-o sobejamente suportável.
Cumprimentos ao Autor, e a ti,pela
feliz escolha !
Uma ótima semana e um fraternal
abraço, aqui do Brasil !
Sinval.
Num balancear de metáforas o Poeta sublima o jogo das gaiolas
ResponderEliminar- castelo ou prisão. E chama à poesia as causas, os sentimentos
dos confrontos do momento. Este é um tempo de fronteira.
Goya ou Rodin? Talvez.
Vivamos a noite de portas abertas para que o descanso nos proteja.
Saúde, Amiga Graça Pires.
Querida Graça,
ResponderEliminarPoema profundo que toca nas feridas da sociedade, na frase "O terror sempre deu braçadas largas" é um retrato do que vivemos hoje no Brasil. Adorei o poema e obrigado por compartilhar.
Um beijo!
Grande poema este do Alberto, onde com o estilo que o caracteriza, o seu grito soa a um alarme que faz eco no vazio.Mas ninguém ouve.
ResponderEliminarGrande escolha, querida Graça
Um grande beijinho
Um bom poema.
ResponderEliminarGostei de ler, não conhecia este poema. Obrigado pela partilha.
Continuação de boa semana, querida amiga Graça.
Beijo.
Um olhar ácido, amargurado, próprio de quem não se revê nas incongruências dum mundo apressado, formatado para não olhar para as lições do passado.
ResponderEliminarExcelente poema.
Um beijinho, Graça :)
Olá Graça não conhecia a obra desse poeta e fui ler um pouco mais
ResponderEliminarsempre muito "ácido" como efeito !
mas ele "grita" contra as injustiças e o sofrimento que
continua a existir no mundo..
Olá, amiga Graça.
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema, que muito apreciei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Muchas gracias por este poema tan potente y real ^^
ResponderEliminarOlá, Graça,
ResponderEliminarPara os migrantes
todos os caminhos são feitos de espinhos
ou águas a afundarem-lhes os sonhos, na fuga de pesadelos.
Gostei deste poema e da divulgação do autor.
Um bom fim-de-semana, Amiga.
Cuida-te muito e um beijo.
Um retrato do mundo pelo olhar do poeta!
ResponderEliminarOs fungos estendem o seu manto, emergem silenciosos entre a vida e a morte.
Já não há alquimia, nem saber, nem amor, apenas um patíbulo!
Somente uma sombra negra se passeia...
Bom fim de semana, com muita saúde, amiga Graça. Cuide-se bem.
Um beijo!
Não é por não haver fronteiras que o mundo esteja mais ao nosso alcance.
ResponderEliminarO desrespeito pelos direitos humanos é uma intransponível fronteira que urge, tenazmente, combater.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Uma realidade dura e brutal num belo poema. Ótima escolha.
ResponderEliminarBjs e boa continuação de sábado, Graça...
Thanks for sharing
ResponderEliminarvisit our website
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A passar por cá para desejar bom domingo!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Nadar contra a atonia.
ResponderEliminarMergulho profundo.
Obrigado pela partilha.
Mergulho profundo.
ResponderEliminarNadar contra as águas do ódio.
ResponderEliminarUma forma excelente, poética, de criticar e
apontar os desmandos que atravessamos.
Gostei muito deste poeta e deste poema que
nos oferece através da sua "Seara alheia".
Muito obrigada.
Bom domingo.
Beijinhos
Olinda
Um mergulho profundo nas sombras pintadas pelas " gentes " de um agora!
ResponderEliminarContinuação de uma noite iluminada!
Beijinhos recheados de esperança!
Megy Maia🍁😊🍂
Muito obrigado a todos pelos generosos comentários.
ResponderEliminarAlberto Pereira
Na minha opinião, Alberto Pereira é hoje em dia o poeta contemporâneo que mais se aproxima do sublime dos grandes Poetas. O seu fôlego metafórico apresenta uma robustez que não é hermética, mas que permite filosofar sobre as grandes inquietações humanas.
ResponderEliminarMagnífico!
Aconselho vivamente toda a sua obra.
Uma poderosa descrição destes tempos de agora... bem longínquos das promessas de outrora... quando se iniciou uma desigual união neste bloco de gelo europeu...
ResponderEliminarFabulosa partilha poética, Graça! Para ler, e reler...
Beijinho
Ana
an impressive and deep expression to reveal ugly reality of this world and specially the part controlled by politics and capitalist sadly .
ResponderEliminari enjoyed and liked the poet and very much .
thank you for sharing from unknown parts of world dear Grace ,it is always pleasure to learn that we all think similarly most ofthe time .
hugs!
this is the article i was looking for! thank you for creating this blog
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