Aos migrantes na fronteira de nenhum futuro
Nada de novo a espantar o mundo.
Sem surpresa constatei os mesmos mapas
a mesma angústia, o frio da ignorância
o idioma da fome como destino sem fronteira.
De que espessura é feito o desamor?
Que trompa enlouquece a humanidade?
Poupem-me aos discursos eloquentes
senhores da terra e da miséria.
Ouvi o noticiário
e a música
e as piadas do locutor.
- Há que falar do tempo que arrefece
das luzes que acendem à dobra da noite
o parto das ilusões.
Afinal nada de novo a espantar o mundo.
E eis a minha crença: os homens morrem a sós com os seus infernos
sem o sobrevoo de uma luz que os elucide.
Luísa Henriques
20 de novembro de 2021
Um poema-retrato do absurdo em que se tornou o mundo atual.
ResponderEliminarGrata pela partilha, não conhecia esta poeta e gostei muito.
Amiga, não se esqueça, por favor que desejo o seu novo livro "Antígona passou por aqui"
Abraço, saúde e uma boa semana
Linda poesia e tema que choca..Idioma da fome... Terrível ver e ouvir falar, não? Triste! Linda semana, beijos, chica
ResponderEliminarpalavras que tocam o coração
ResponderEliminarabraço
Poderosa voz poética presenta para nós, Graça. Poderia alguem interpretá-la como cética, mais eu sinto inspiradora e sensivelmente corajosa. Muito obrigado mais uma vez.
ResponderEliminarAbrazo grande, Poeta. Cuídese também muito por favor.
Texto intenso, profundo, poético, que muito gostei de ler.
ResponderEliminarUm tocante poema de Luísa Henriques, este abraço Aos Migrantes de Nenhum Futuro.
ResponderEliminarObrigada, Graça. Perdoe-me por não ter podido honrar o lançamento do seu Antígona Passou por Aqui, mas a minha saúde ocular - e não só - tem estado em crescente derrocada.
Um beijo
Olá, amiga Graça.
ResponderEliminarUma realidade cada vez mais inquietante, a destas pessoas que fogem da guerra, e não conseguem que ter a justiça e a dignidade que merecem.
Enfim...esperemos que as instâncias internacionais cheguem a uma solução digna.
Votos de uma excelente semana!
Beijinhos.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
pois é amiga o mundo ou melhore as pessoas estam cada vez mais egoistas mas isso todos sabemos e nao fazemos nada o que é muito triste mas é a realidade bjs desejo te tudo de bom saude
ResponderEliminarQuerida Graça.
ResponderEliminarEstamos nos transformando em “figurinhas repetidas”, em “pães embolorados”, em “resenhas repetidas”... “Afinal nada de novo a espantar o mundo”.
Espero que tenha gostado da frase publicada no ®DOUG BLOG, onde homenageio a amiga.
https://blog-dougblog.blogspot.com/2021/10/amigos-doug-blog.html
Beijos e cuide-se bem!!!
O Mundo é um absurdo...sem solução à vista...
ResponderEliminarUm poema muito actual...
Obrigada pela partilha e pela visita
Beijos e abraços
Marta
Palabras de una realidad cada día más triste. A ver si de una vez los gobernantes hacen algo positivo para que esto deje de pasar.
ResponderEliminarBuena semana Graça.
Un abrazo.
Hoy nos has compartido este poema lleno de realidad
ResponderEliminarLa que aqueja al mundo actual
una gran falta de sensibilidad
de empatia
Los gobiernos que no piensan en sus pueblos
sino nada mas que en el poder y riqueza
mientras que la gente pasa hambre,
falta el trabajo
y la educacion.
Es verdad que hay una gran parte de la humanidad
que ya no tiene una luz de esperanza. Muy real
y muy triste.
Un beso Grace y muy buena semana para ti.
Hello Graça,
ResponderEliminarWonderful words.
Today it is not always nice to follow the news.
Warm regards,
Marco
Um poema muito bom para refletir! Obrigada pela partilha! :))
ResponderEliminar*
Numa cor imaginária elevo meu coração
*
Beijo e uma excelente semana!
Lúcido poema!
ResponderEliminarAbraço a ambas
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema belíssimo que foca de forma bem realista este mundo cada vez mais desumanizado.
E perante tudo isto como que nos sentimos impotentes para reaagir.
Gostei muito de conhecer esta autora.
Beijinhos, minha Amiga e Enorme Poeta.
Uma boa semana.
Ailime
Triste realidade que dói ao coração mais insensível, tanta tristeza por esse mundo sem solução à vista, como pode haver natal, alguém se sentirá feliz?!
ResponderEliminarBelo poema!
«E eis a minha crença: os homens morrem a sós com os seus infernos
ResponderEliminarsem o sobrevoo de uma luz que os elucide.»
Mas existe uma esperança, a luz de poetas sensíveis, humanistas e solidários como a Luísa Henriques.
Um beijo
"De que espessura é feito o desamor?"
ResponderEliminarQuerida Graça, obrigada por partilhares este belo poema da Luísa Henriques.
Um poema que toca o coração de quem o lê.
Beijo minha amiga, tem uma boa semana e protege-te bem.
Bem real infelizmente este belo poema!
ResponderEliminarBoa semana!!!
Há gente que escreve tão bem, que diz em beleza tocante a fealdade do mundo. Mas quero crer que também há homens que morrem pacificados, compreenderam que o inferno é comum de todos e se faz mais inferno se pretendemos ignorá-lo.
ResponderEliminarBpa semana, Graça.
Es un problema que no tiene arreglo
ResponderEliminarBello poema te conmueve y te hace pensar. Te mando un beso
ResponderEliminarGostei muito do poema, que põe a mão na ferida da realidade atual.
ResponderEliminarAbraço amigo.
Juvenal Nunes
Bom dia de paz, querida amiga Graça!
ResponderEliminarConstatar as mesmas angústias sobretudo as de dois anos para cá, tem sido um suplício ao nosso espírito.
Não conhecia a autora e nada de novo a espantar mais o mundo, como diz a autora.
Tenha dias pré Natal abençoados!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Graça
ResponderEliminarUma boa partilha de um poema sentido, e muito realista.
Um poema que é um grito de revolta.
Gostei bastante.
BoA semana.
Beijinhos
:)
Escolha boa e oportuna, há tanta reflexão, Graça!... É triste ver a miséria ao nosso redor e em todo mundo. A fome é um item sofrido.
ResponderEliminarBjs
Berlim não é daqui
ResponderEliminarNem deste tempo, enfim.
Muro caído
E mil outros erguidos.
Para quê sonhar
Se o sonho morre a nadar
Ou a andar.
Só outra forma de olhar
Se espera
E desespera.
Poema interventivo num canal
aberto.
Parabéns à Luísa Henriques que
se inquietou.
Um beijo, minha querida amiga, Graça.
Boa semana, com muita saúde.
Che muri enormi erige la mancanza d'amore. Solo per tenere lontani gli esseri umani.
ResponderEliminarBellissima poesia.
Grazie di averla condiviss.
Stammi bene amica Poetessa.
Um beijo
Um tema chocante tão bem colocado em sua poesia. Me entristece!!!Quando deixará de existir?
ResponderEliminarBjs
Um poema que expressa a fraqueza deste mundo. Já nem apetece ouvir notícias.
ResponderEliminarPrecisamos de uma mudança.
Continuação de uma boa semana e bom feriado!
Um beijo
Não admira que te tenhas tornado um viajante e que os teus olhos se encham de lágrimas perante o que vês e ouves, querida Graça! Só pessoas sem coração ( há muitas, infelizmente ) podem ficar indiferente às misérias deste nosso mundo. Hoje apresentas-nos um poema a que eu chamaria " um grito " solidário com esse povo sofrido que só procura um pouco de paz, Chamas-lhe " seara alheia " e muito bem, mas nessa seara há lamentos terriveis aos quais não devemos ficar alheios, nenhum de nós. Dá vontade de desligar a televisão, passar à frente a página do jornal ou da revista, porque o assunto incomoda, tira o nosso sossego, atrapalha os bons bomentos passados no nosso lar tão confortável e onde nada nos falta, mas, devemos fazer isso? Creio que não! Seria como que um desrespeito por tamanho sofrimento e, se não podemos fazer nada por esses que sofrem nas fronteiras com muros e arame farpado, podemos, pelo menos, ser solidários, vendo o que sofrem e pensando neles com todo o nosso carinho. Podemos também reflectir na sorte que temos e, em vez de reclamar, ajudar outros que, perto de nós, precisam de ajuda, Querida Amiga, obrigada por me teres apresentado mais uma poetisa que desconhecia, mas a quem deixo um beijinho muito especial pela homenagem sentida que faz a estes seres humanos, tratados com tanta desumanidade.Para ti, Graça, fica o meu abraço do tamanho do mundo e os votos de que estejam todos bem de saúde.
ResponderEliminarEmilia 🙏 🌈 🌻
Gostei imenso do poema "Aos migrantes na fronteira de nenhum futuro" de Luísa Henriques!
ResponderEliminarO mundo evoluiu? O homem corrompe e é corrompido, explora, mata por nada...que mundo lindo vivemos!!Poema muito realista, escancara a miséria. Gostei muito dessa partilha, querida Graça.
Uma ótima semana, cuide-se bastante, minha amiga.
Beijinho
ResponderEliminarTema actual que nos traz com força
e sensibilidade esse problema que
assola o mundo.
E já faz quase
parte do dia-a-dia e não nos "espanta"
o sofrimento desses deserdados da
sorte...
Triste mundo este!
Obrigada, querida Graça, por ter trazido
este poema e esta autora. Luísa Henriques,
um nome a reter.
Beijo
Olinda
Gostei muito do poema amiga
ResponderEliminarObrigada pela partilha do poema de Luísa Henriques. Texto profundo sobre esta realidade inquietante e sem fim à vista.
ResponderEliminarUma semana feliz
bjs
Bonito poema!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Boa tarde Graça. Um poema que nos mostra a realidade atual dos nossos dias.
ResponderEliminarOlá, minha amiga Graça!
ResponderEliminarNesta postagem tive a oportunidade de conhecer um pouco o pensamento de Luísa Henriques, pelo seu contundente texto sobre a fome. Como discordar de sua opinião, quando a fome destrói vidas e sonhos em quase todo o planeta, enquanto os poderosos aumentam suas contas bancárias?
Uma boa continuação da semana, Graça, com muita luz.
Um beijo,
Mestra / Poetisa, Graça Pires !
ResponderEliminarQue texto,trazido à "Seara Alheua" !
Belo, por sua impecável apresentação
literária, e triste, certamente,
pelas decepções da vida.
Grato pela partilha, amiga.
Felizes dias, votos de saúde, alegria
e um carinhoso abraço, aqui do Brasil !
Sinval.
Olá, amiga Graça.
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este lindo poema que muito apreciei, e desejar a continuação de ótima semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Muito bela partilha.
ResponderEliminarUm poema cheio de verdades.
Beijinhos.
A Seara sempre com um texto irretocável Graça.
ResponderEliminarQue mundo é este que fecha os olhos para o sofrimento, que perde a empatia,
que fomenta a miséria sem dó nem piedade.
Pare o mundo refaça o eixo por um mundo melhor e mais justo.
Nosso sonho, nossa teimosia.
Grato por partilhar.
Beijo e feliz fim de semana amiga.
Um magnífico poema da Luísa.
ResponderEliminarObrigado pela partilha.
Bom fim de semana, amiga Graça.
Beijo.
ResponderEliminarGreat article and sharing. I followed your blog now. Thx
Um belo poema da Luísa Henriques. Gosto muito do que ela escreve. É muito realista e humana. Obrigada Graça pela partilha.
ResponderEliminarBeijo.
Belíssimo poema que nos elucida sobre o dia a dia do nosso desencanto. Escolha de uma pungente actualidade.
ResponderEliminarGrande escolha na tua seara
Beijinho, Graça
Me han encantado estas maravillosas letras. Feliz fin de semana Saludos
ResponderEliminarFeliz Natal. E feliz Ano Novo.
ResponderEliminarEu rezo para você e seus à paz. E, paz da terra.
Desejo a todos o melhor.
Saudação e abraço.
Do Japão, ruma ❃
Um olhar crítico, com um toque de acidez, mas lúcido, sobre o mundo em que vivemos.
ResponderEliminarUm beijinho, Graça :)
O Poeta, tem sempre a porta do mundo bem aberta!
ResponderEliminarNada se esquiva ao seu olhar atento, à sua voz livre, como um grito!
Por isso, eu me revejo em cada uma das palavras do teu belo poema, minha amiga.
Deixa que grite contigo esta angústia que endurece as palavras e nos deixa atónitos perante tão cruel e negra realidade!
Que noite é esta? Que escuro se apoderou da humanidade?
Quando começamos a morrer? A arrumar as coisas nas estantes frias e já cheias da nossa vida?
Será que ainda teremos esperança numa resposta do amor para nos tirar desta noite escura para fazer nascer um sol com um novo lume?
Não tenho respostas. Acho que também elas se perderam no breu!
Um bom fim de semana para ti, minha amiga Graça. Continua a cuidar-te muito!
Um beijo.
Oi, Graça!
ResponderEliminarA pandemia só fez piorar os problemas sociais. Tanta desgraça mostrada nos noticiários que as pessoas estão deixando de assisti-los. Tanta desgraça que a fuga é não assistir, como se isso pudesse amenizar também o sofrimento que sentem.
Nascemos sós e morremos sós.
Bom fim de semana!
Beijus,
Um poem intenso, lúcido, ácido até, sobre o que é a actual realidade do nosso planeta.
ResponderEliminarPor muito optimistas que sejamos, a verdade é que a tristeza tornou-se parte integrante do nosso dia-a-dia.
Para quando o fim da escuridão???
Votos de um Domingo feliz
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Querida Graça, as palavras são árvores que nos sustentam e, como tal, nos dão raiz e lampejos de luz. A generosidade das palavras dos que aqui passaram e que li com ternura, são como um abraço que chega e nos permite temperança para o dia seguinte.
ResponderEliminarObrigada, acredito ainda que vale a pena olhar o mundo.
A ti, minha amiga, será sempre insuficiente dizer o quanto gosto de ti. Obrigada!
Es así los hombre mueren solos, sin luz, sin amor, y su conveniencias lo desasen sin piedad. Muy buen poema.
ResponderEliminarAbrazo
Great article. Have A nice day
ResponderEliminarto be honest i left news papers alone long long ago the news seems to be produce to let humanity down as there is no hope ,no light or goodness .i find it unbearable to believe as optimistic dear Grace .
ResponderEliminarhope is essence of "faith" so my faith makes me hopeful no matter what so i try to keep up with all the ugliness of this world as part of it and a reasonable ingredient to make balance by some mysterious force .
health,peace and happiness to you and loved ones my friend!
Tão verdade!!! Uma apurada leitura poética destes dramas diários, que viraram banalidade nos nossos noticiários... e sem vias de resolução, à vista!
ResponderEliminarMais uma formidável partilha, por aqui, Graça!
Um beijinho! Continuação de uma feliz semana, com saúde!
Ana
Esse poema é fabuloso e me lembrou de outro que gosto muito:
ResponderEliminarFiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
Vladimir Maiakóvski
* Só que não são 20 anos, esses últimos 2 anos têm passado como se fossem 20...
Ótimo fim de semana, amiga.