30.5.22

Roubava ameixas no quintal do vizinho

Vincenzo Balocchi

Roubava ameixas no quintal do vizinho
Em volta das árvores, 
o som dos seus passos 
apressados metia-lhe medo. 
Quando fugia era mais veloz 
do que os pássaros 
que lhe abafavam a fuga. 
Então partilhava com eles 
o suco espesso da fruta 
e escondia nas penas das aves 
um desprevenido regozijo. 
“Um dia hei-de encher as algibeiras 
 mais largas que tiver”, pensou. 

Graça Pires 
De A solidão é como o vento, 2020, p.13

52 comentários:

  1. Bom dia, minha querida amiga Graça!
    Vim deixar-te um beijo e um abraço apertadinho de muita amizade.
    Li apenas este poema - e saboreei. Voltarei para ler mais.
    Uma semana feliz. Muita saúde.

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  2. A fruta do vizinho era sempre a melhor...
    Excelente poema, gostei imenso.
    Boa semana, amiga Graça.
    Beijo.

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  3. Que lindo poema e arte infantil ainda dividindo com outros!
    beijos praianos, tudo de bom,chica

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  4. Bem o retrato de miúdo traquinas:)
    Tive de sorrir ao ler este seu poema,
    querida Graça. Com um toque das nossas
    infâncias.
    Logo pela manhã, delicioso ler as suas
    palavras.

    Beijinhos
    Olinda

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  5. Gostei muito deste poema, fala de sensações que nós já tivemos... há muitos anos.

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  6. Um dia enchi as algibeiras mais largas que tinha
    perante a condescendência da vizinha
    que assistia, com um sorriso
    à manifestação do meu regozijo
    perante o sabor tão gostoso

    Antes da fuga deixei-lhe um aceno tímido

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  7. Tantas vezes que eu "roubei" maçãs, ameixas, figos, romãs, uvas, laranjas, tangerinas, melancias, melão, e outras frutas doa quintais e hortas dos vizinhos quando era jovem.
    Fazia parte do dia a dia,lol
    Belo poema
    .
    Saudações cordiais… semana feliz
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  8. Tão bela, esta cumplicidade entre o menino e os pássaros...

    Um beijo, Graça!

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  9. Boa tarde Graça,
    Um poema lindíssimo que me remete aos tempos da infância em que os rapazes mais atrevidos roubavam ameixas e outros frutos nos quintais dos vizinhos.
    Linda a partilha com os pássaros e a esperança de um dia poder saborear os frutos de mão cheia. Tempos em que a fome apertava...
    Um beijinho, minha amiga e enorme Poeta.
    Desejo-lhe uma boa semana, com muita saúde.
    Ailime

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  10. A partilha de um tesouro...
    Lindo....
    Obrigada pela visita.
    Beijos e abraços
    Marta

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  11. Adorei este poema e a cara traquinas do miúdo na foto.

    Uma lindíssima viagem à infância.
    Lembro-me de roubar cerejas, saltando com os meus amigos muros de quintas. Sabia tão bem!

    Beijos

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  12. É um roubo tão bonito e bem contado que perde a carga negativa:). Os poetas conseguem coisas deste quilate.
    Boa semana, Graça.

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  13. Ne hace memorar mis tiempos de niño, saltando tapias para coger de los árboles preñados, la deliciosa guayaba. Un abrazo. carlos

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  14. Toda una época la infancia de cada cual. Tus versos me estimulan la memoria nostálgica. Todo lo guardado para siempre en ella... Nítidos, certeros versos.

    Abrazo grande, Poeta, por otro gran poema. Que ande bien, con salud y mucha paz.

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  15. Un giorno ci riempiremo le tasche di dolcezza, amica Poetisa.
    Ti auguro una bellissima settimana, amica mia.
    Um beijo

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  16. Excelente poema. Adorei :))
    .
    Coisas de uma Vida

    Beijos e uma excelente semana.

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  17. La mente de un niño no puede comprender por qué no puede tomar la fruta de la huerta de un vecino, la tentación era más fuerte que las advertencias que le hacían correr. La inocencia en la mirada y en la belleza del poema que has compartido hoy. Me ha gustado mucho este instante que hemos vivido alguna vez, incluso, niños de la ciudad cuando íbamos al pueblo en el verano. Un abrazo.

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  18. Hermoso poema de la vida misma. Saludos

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  19. Olá, querida amiga Graça!
    Não roubei ameixa, mas goiaba sim... Claro que com o consentimento da dona do pé que caia pra minha calçada. Fiz bons doces da vermelha em compota.
    Lembrei-me de imediato.
    A carinha do menino está linda com a travessura feita.
    Foi tão bom ler você aqui. Uma leveza e graça faz muita bem aí espírito.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos com carinho Fraternal

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  20. A mi avanzada edad el humor me ayuda un poco...

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  21. Que encanto a poesia para o dia da Criança!
    A pureza do gesto, as algibeiras cheias...
    Sabes... enquanto leio vejo toda a espécie de fruta na aldeia atapetando o chão, alimentando caracóis e merlos. O medo de visitar o alheio ainda lhe traz a ansiedade na sua inocência.
    Queria aqui salientar a tua sensibilidade, Graça, o teu gesto tão lindo de ofereceres um livro em pdf, com uma poesia linda num encadeamento literário utilíssimo para o meio escolar.
    VOU DIVULGAR, POIS! Obrigada!
    Um grande beijo e muita saúde!

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  22. Bello y tierno poema. Pobre pequeño con ganas de ciruelas. Te mando un beso.

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  23. Os quintais dão belos e saudosos poemas. Lembro que a goiabeira do meu quintal dava goiaba branca, mas eu gostava da vermelha. Então eu ia para a vizinha catar goiabas vermelhas maduras, mas era com o consentimento dela. E minha mãe doava frutas do nosso quintal para os vizinhos do bairro. Hoje ninguém mais faz isso.
    Beijinho e ótima semana, amiga

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  24. e escondia nas penas das aves
    um desprevenido regozijo.
    “Um dia hei-de encher as algibeiras
    mais largas que tiver”, pensou.

    belos versos, amigo
    Obrigada pela partilha!


    Tenha uma boa semana

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  25. Um roubo bem saboroso e um lindo olhar! Grata pela visita...😘

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  26. Bela foto a acompanhar um dos teus melhores poemas, minha amiga!

    Beijinho de boa saúde e feliz semana :)

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  27. Se roubava para comer o dono não devia ficar chateado.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  28. Esse olhar transmite certa inquietude... fez alguma asneira e ainda não sabe as consequências!
    Vejo-me indentificado neste belo poema.
    Um grande abraço, amiga Graça.

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  29. Um lindo e terno poema que nos leva à magia e encanto da infância.
    Beijinhos

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  30. teresa p.4:00 da tarde

    Poema sublime para celebrar o Dia Mundial da Criança. A cara marota do miúdo da foto traz-me memórias de infância, quando também roubava fruta do quintal da vizinha. Que bom que era!
    Beijo.

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  31. O poeta e sua forma mágica
    de contar história.
    Adorei. Eu também roubava
    frutas (manga) no quintal do
    vizinho, mas ele, o dono das
    frutas, um velho rabugento,
    mandava tiro de sal na molecada.
    Enquanto uns fugiam por baixo
    da cerca e arame eu ficava,
    como fiquei uma vez lá no ato,
    escondido entre as folhas da
    mangueira.

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  32. rssss, adorei, recordei as crianças da minha, da nossa geração!
    Quem, daqueles tempos, não brincava assim?
    Roubar frutas era uma brincadeira e tanto, o 'risco' que passávamos
    era adrenalina pura!! Como também apertar as campainhas das casas e sair correndo!
    Bons tempo, heim querida Graça? rsss
    Uma ótima semana, saúde!
    beijinho

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  33. Bela fotografia. Adorei!

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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  34. Grandes palabras y un emotivo pensamiento final.
    Buena noche Graça.
    Un abrazo.

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  35. Muito lindo! :)

    A inocência encantada e encantadora, bem desenhada nestas tão singelas palavras! Gostei muito.

    Beijos e tudo de bom!

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  36. Um excelente poema, amiga Graça. E uma foto muito bela.
    Abraço e saúde

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  37. Olá, amiga Graça,
    uma beleza esse seu poema, que lembra muito a infância de todos nós,
    que muitos têm a felicidade de levá-la sempre consigo.
    Gostei muito de ler esse seu poema, minha amiga.
    Uma ótima semana, com saúde e paz.
    beijo.

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  38. A doce inocencia sempre traz suas verdades!
    Belíssimo post, Graça!

    Tenha um feliz mês de junho.

    Beijinhos

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  39. E partilhava!...

    Este roubador de fruta é adorável!


    Beijo meu,

    Lídia

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  40. Hoje, dia internacional da criança, ao ler o teu poema, lembrei daqueles meninos mais corajosos que invadiam os quintais vizinhos para roubarem todo o tipo de frutas; mas, foi com alguma tristeza que recordei, porque a maioria fazia isso não por "malandrice mas por fome. Havia donos de muitas árvores de fruta que " fechavam os olhos " outros que até lhes ofereciam mais algumas, mas, infelizmente, havia muitos que nem as do chão permitiam que levassem; ficavam a apodrecer ou então eram recolhidas para alimentar os animais. Na minha casa, felizmente não havia fome e eu sentia-me uma criança privilegiada no meio de tantas amiguinhas que, devido ao grande número de filhos, pouco tinhampara comer e a fruta, essa, só a que apanhavam nos quintais alheios. Hoje, a fome continua e os quintais com fruta são vedados com muros para que ninguém ouse entrar, mas o que mais choca é a quantidade de fruta que vai para o lixo por razões que, por mais que tente não consigo entender. Enquanto isso, o menino continua " a roubar ameixas do quintal do vizinho." Um belo poema que nos leva a reflectir, , querida Graça, principalmente hoje, dia em que devemos lembrar as crianças que morrem de fome. Beijinhos e saúde para todos aí em casa
    Emilia

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  41. O acto em si é um enorme poema:
    roubar ameixas, o doce na memória.
    Não sei qual o pássaro,
    o das algibeiras largas,
    sei dos pegões nos calções
    que não passavam despercebidos à mãe.
    Mas o doce superava a reprimenda,
    tanto assim que não havia emenda
    no passarito, olha quem...
    Mesmo de asas curtas subia
    ao cocuruto da emoção
    onde o sol mais doirava.

    Uma beleza o colorido dos versos, perdão,
    das penas, Amiga Graça Pires.

    Desejo-lhe o melhor nestes dias turvos
    que persistem em confundir-nos.
    Um beijo.
    no voo da tarde

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  42. Passei para ver as novidades.
    Mas gostei de reler este excelente poema.
    Continuação de boa semana, amiga Graça.
    Espero que esteja tudo bem e de saúde.
    Beijo.

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  43. fruto roubado tek outto saber...

    e o poema +e muito belo

    Beijo, querida Poeta

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  44. Comovente... Uma ternura.
    Agradeço a leitura de um poema tão belo e sensível.

    Bom fim de semana, Poeta amiga. Beijos
    ~~~~~~~~~~~~~~

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  45. Belissimo Graça!
    O teu poema trouxe-me maravilhosas lembranças da minha infância traquina, como se diz aqui no Porto. Não resisti em ler várias vezes...com comoção!
    Grato por me proporcionares tão maravilhosos momentos.
    Um bom fim de semana, minha amiga, com muita saúde!
    Beijos.

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  46. Amiga Graça,
    Das mentes lúdicas das crianças não se roubam nem ameixas e nem sonhos... Pena que muitos crescem e disso se esquecem.
    Sempre é um prazer ler os teus escritos.
    Beijos e bom final de semana!!!

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  47. Tão bonita esta forma de escrever sobre quem rouba fruta de uma árvore!
    Maravilhoso!

    Um abraço, Graça.

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  48. Que lindo Graça!
    Vi você no blog da Taís e gostei muito de vir visitar seu lindo espaço
    E amei o nome do seu Blog. Muito profundo e bonito!

    Amei também essa poesia, já roubei também, não no quintal do meu vizinho, mas no convento, Não fruta, eu roubava pedaço de bolo mesmo kkkk
    Um abraço, aparece lá no meu blog. Com carinho, Larissa.

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  49. Fruta roubada sabe melhor...
    Adorei o menino da foto!
    Beijo!

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  50. Boa Tarde Graça
    Um poema que me fez sorrir.
    Mas, há um ditado popular que diz” a fruta do vizinho é sempre melhor que a minha”
    Uma boa semana com muita saúde e harmonia.
    Um beijo
    ;)

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  51. A enternecedora inocência de uma criança, num mix adorável com uma irresistível gulodice... tão bem expresso, no seu poético sentir, Graça!
    Pura maravilha! Beijinho
    Ana

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