já não há andorinhas esvoaçando pelas casas
nem se distinguem as dunas
onde me deitei no mês das uvas.
Na raiz de cada árvore começa a germinar
a sede inicial agasalhada pela terra,
em respiração lenta.
As janelas fechadas provocam uma singular estreiteza,
uma impressão vacilante nas mãos instáveis
dos meninos e dos homens.
Só as mulheres possuem a conivência das águas.
Graça Pires
De Antígona passou por aqui, 2021, p. 35
Gostei deste belo poema.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Mais um bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Mas, apesar da chuva, continuamos a sonhar... a escrever sonhos e desejos.....
ResponderEliminarDe Paz...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Tão linda e leve,tanto quanto o cair das gotas da boa chuva!
ResponderEliminarLinda semana! beijos, chica
A chuva é triste, resta aguardar os dias solarengos, que virão.
ResponderEliminarUm abraço.
Foto e poema fascinantes de ver e ler
ResponderEliminar.
Saudações cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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A mulher que sou escreve invariavelmente de corpo e alma, por isso nem sempre me é fácil falar da beleza da chuva e do frio, porque contra a fragilidade do meu corpo falo. Não fora a razão, colada a este tanto de mim que é árvore, vir sussurrar-me ao ouvido que há coisas que são essenciais embora me firam, eu egoisticamente ignoraria "a sede inicial agasalhada pela terra" que germina "na raiz de cada árvore".
ResponderEliminarUm beijo, Graça.
Boa tarde Graça,
ResponderEliminar«Na raiz de cada árvore começa a germinar a sede inicial agasalhada pela terra, em respiração lenta.»
Apesar da estreiteza dos dias a chuva vem saciar essa sede e a natureza resplandece.
Muito belo o seu poema, minha Amiga e Enorme Poeta.
Um beijinho e uma boa semana.
Ailime
Só as mulheres possuem a conivência das águas.
ResponderEliminarA conspiração contra o verão, que as intransigentes águas da chuva anunciam, revela-se ser uma metamorfose, uma anunciação da vida, uma sede inicial agasalhada pela terra, em respiração lenta.
Um prodígio das palavras da poeta que assim nos leva ao encontro do amor.
Beijos
Boa tarde, amiga Graça,
ResponderEliminarBelo poema aqui nos presenteia. Onde a sensibilidade e o sentir do poeta, estão bem patentes nestas belas palavras.
Gostei muito.
Muito Obrigado, pela visita e gentil comentário no meu cantinho.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Vaya si me gusta eso de que sólo las mujeres tienen la connivencia de las aguas. Un poema capaz de atrapar por humectancia. Llueve/ que ella viene/ bajo su sombrilla de color/ y sus labios húmedos para el beso.
ResponderEliminarUn abrazo. Carlos
Suena tan bien en portugués como en español, lo que prueba la inspirada musiCALIDAD que en la Poeta Graça, para nuestro placer, es ya afortunadamente habitual...
ResponderEliminarAbrazo grande. Lo mejor para usted y su poesía, amiga!!
Que maravilha de poesia!!
ResponderEliminar-
Quero sentir o tremor do teu coração...
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Beijo, e uma excelente semana!
Muito bonito!!
ResponderEliminarBeijinho, Amiga, boa semana
Tu que tanto amas a la cultura,llegaras a ser un poco mas sabia
ResponderEliminarMaravillosa poesía querida poeta.
ResponderEliminarAbrazo
Profundo poema te mando un beso.
ResponderEliminarOlá, querida amiga Graça!
ResponderEliminar"Só as mulheres possuem a conivência das águas. "
Adorei a exaltação à flexibilidade da mulher.
Poesia regada pelo perfume poético todo seu.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno
"As janelas fechadas provocam uma singular estreiteza"... e a nossa alma vira poesia!!!👏💙😘
ResponderEliminarNão sei se a minha cor preferida é o amarelo, mas, sim, a minha flor de eleição é o girassol. Como nós, também ela procura a luz e baixa a cabeça quando não a encontra. A chuva tem vindo para alegria de todos nós, mas, infelizmente, para desespero e miséria de tanta gente que foi derrotada por ela; sem piedade arrastou-os como se nada valessem e se a muitos lhes poupou a vida levou na enxurrada o pouco que tinham e também algum sonho que porventura ainda tivessem Não cai a chuva de igual maneira para todos, não brilha o sol da mesma forma, não são caiados de branco todos os lares, e o pior, não são respeitados todos os seres viventes pelos governantes, pelos senhores do mundo, pelos que têm tudo e são incapazes de distribuir um pouco pelos que nada têm. A chuva tem pintado os nossos dias de escuro, mas bem poderiamos pintá-los de amarelo, de azul celeste, de branco, cor da paz, mas onde está essa tinta, Amiga Graça? Não sei....só encontro aquela escura...a cinzenta...
ResponderEliminarBelos poemas, querida Graça! Li-os todos, aqueles que não tinha ainda visto. Espero que, apesar de tudo, o teu coração esteja iluminado, pintado de branco e que a saúde esteja presente em todos vós. Beijinhos
Emilia
Graça,
ResponderEliminarDias de chuva...
eu aprecio quando posso ficar
assim como sua poesia descreve.
Dias de chuva me trazem calma e
inspiração.
Linda e inspirada
publicação.
Bjins de boa nova semana.
CatiahoAlc./Reflexod'Alma
"Só as mulheres possuem a conivência das águas". Sublinho. Ainda que todo o poema seja de sublinhar. Verdade do tempo engrinaldada pelo espírito poético da Graça, fica logo outra coisa.
ResponderEliminarBoa tarde minha querida amiga Graça. Sentindo a chuva do seu maravilhoso texto. Obrigado pela visita e carinho.
ResponderEliminarEm respiração lenta, absorvo o conhecimento que se conjuga na construção do sentido deste poema. Gos do teu habitar na "conivência das águas" em tão pulsante poema!
ResponderEliminarUm boa semana, minha amiga!
Beijo,
Um excelente poema, que adorei reler.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Mais um lindo poema. Adorei.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde
bjs
Olá Graça
ResponderEliminarLindo poema, um forte abraço.
"Na raiz de cada árvore começa a germinar
ResponderEliminara sede inicial agasalhada pela terra,
em respiração lenta."
Amiga, gosto muito dos poemas que falam da relação entre o homem e a natureza. E o feminino sempre é sagrado nesse meio, claro.
Um beijinho
boa tarde
ResponderEliminarquando a chuva se anuncia, é bom sinal para a terra que bem precisa dela.
um poema belo que nos fala de estaçoes, natureza e emoção.
gostei muito de ler.
boa semana com muia paz.
beijinhos
:)
ResponderEliminarApraz-me ver nesta passagem de "Antígona..." um hino à fertilidade.
A Mãe-Natureza que se agrada da chuva e guarda-a nos seus
interstícios para os frutos que hão-de vir, e a Mulher que na sua
gestação cria o seu rebento em meio de água e o dá ao mundo no seu
primeiro grito. Essa conivência das águas segui-la-à enquanto o
mundo for mundo.
Continuação de boa semana, querida Graça.
Beijinhos
Olinda
A chuva pode trazer nostálgia, mas ela é tão necessária e preciosa.
ResponderEliminarUm poema sublime.
Beijinhos
Que lindo!
ResponderEliminarSó as mulheres e essa sua cumplicidade!
Beijinhos!
Minha querida,
ResponderEliminarTão lindos os dias de chuva assim descritos pela leveza mágica da tua poesia.
Beijo.
"Só as mulheres possuem a conveniência das águas" em grande cumplicidade com a natureza...
ResponderEliminarAs chuvas vêm alagar as terras ávidas de água. É mais um ciclo da vida que se inicia. "Na raiz de cada árvore começa a germinar a sede inicial agasalhada pela terra, em respiração lenta." Poema comovente e profundo ilustrado por uma fotografia linda que tem tudo a ver com o texto.
Beijo
A vida sem chuva torna-se difícil.
ResponderEliminarGrande poema.
Continuação de boa semana, amiga Graça.
Um beijo.
Interesting information, thanks for making these contributions.
ResponderEliminarGreat information Glad to find your article.!This blog is really very informative.
Thanks for sharing it with us
Mais um bonito poema!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Olá, amiga Graça
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Eu gosto de chuva moderada,
ResponderEliminaraquela que é necessária e não complica
a vida de ninguém, que dá o necessário.
Até acho linda uma chuvinha na vidraça!
Mas que venha o sol logo após...
Tudo na medida certinha, algo impossível,
né querida amiga?
O poema é lindo, a marca da amiga Graça,
a grife!!!
Beijinho, querida Graça.
um poema que amei ler, há muito que não passava por aqui, entrei e embelezei o meu coração com cada verso seu, um cair de chuva que deixa marcas na vidraça e que me fez recordar momentos meus, ficar assim sentada perto da janela e ver a chuva cair como se cantasse para mim. amei querida poetisa Graça, foi bom entrar "sentar-me" e ler tão belo poema, obrigada pela partilha, deixo o meu abracinho
ResponderEliminarNo curso do ciclo das estações a intransigência dos elementos dita bençãos e maldições...
ResponderEliminarA Poeta acaricia as palavras exactas na palma da mão, para dar sinais do tempo em movimento - a chuva, as andorinhas, as dunas, as (mês) uvas...
Para quê? Por quê?
Para clarificar o mistério/maravilha da gestação da vida vai à raiz das árvores
- ao magnífico feminino - o único que compreende os sinais das águas placentares.
O livro está pleno de sabedoria poética mas a Poeta no seu cuidado "maternal" vem, semanalmente, trazer a colher à boca. Carinhosamente.
Obrigado, Graça Pires. Um beijo.
belo
ResponderEliminar~como apenas tu, sade "dobrar" o sentido das palavras
e assim constrois teu grandioso "universo poético"
beijo, minha querida POeta,
Molto carina, anche se con google traduttore si perde parecchio. Ma si sente la quieta forza dell'acqua.
ResponderEliminarChe solo le donne comprendono in pirno.
Buona settimana, amica poetisa.
Stai bene.
Um beijo
Bien descrita esa lluvia. Nos gusta verla caer y nos calma.
ResponderEliminarBuen semana Graça.
Un abrazo.
Sou estranha, sim, adoro chuva. Assim como me fascinam todas as gotas deste poema!
ResponderEliminarBeijinhos
E como.. esse tipo de imagem mexe comigo... me afoga dentro de mim, numa quietude. Que demora a coragem e a vontade de voltar à minha superfície.
ResponderEliminarLindo texto
Bjs ....
Gosto de ver chover de detrás da vidraça, mas também sentir que cai sobre mim.
ResponderEliminarGosto imenso deste canto à chuva.
Abraço de vida e uma boa semana
Hello Graça,
ResponderEliminarWonderful words.
It's a nice time of the year with good temperatures and we most enjoy of all wonderful nature with his autumn colors.
Nice post.
Greetings and a big kiss,
Marco
Não gosto nada de chuva, mas ela faz falta!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Uma deliciosa descrição deste tempo melancólico... mas tão necessário... sobretudo após um Verão tão prolongado, que até chegou antes do seu tempo! Se não estou em erro, a primeira onda de calor, surgiu ainda em Maio...
ResponderEliminarQue chova lá fora... mas não necessariamente, dentro de nós...
Adorei esta poética descrição, da chegada da chuva... e de como é sentida... por todos... mas de diferentes formas... revelando toda a sua sensibilidade, Graça!
Um beijinho! Bom final de domingo e votos de uma feliz semana!
Ana
Eu gosto deste tempo.
ResponderEliminarDa melancolia, da cor e do cheiro.
Gosto da chuva no rosto.
Gostei muito deste poema.
A foto está linda.
Abraço e brisas doces **