Vicki Mcmurry
Reivindico a identidade daqueles
que proclamam a natureza
em toda a sua resplandecência,
inicial e intacta.
Torno-me cúmplice da paisagem.
As cores e as sombras que o nascer do dia
me revela como se fossem a epifania
de deuses telúricos, celebram o pulsar da terra.
O equívoco do vento de junho à beira do verão
percorre as árvores e alucina as borboletas
escondidas nas trepadeiras,
a quebrarem a monotonia da realidade aparente.
Retardo o passo no ranger da areia
que se oferece e se nega aos pés descalços
e porosos a qualquer afago.
Do fundo da idade, o sal da boca
deixa-me pressentir a alternação das marés.
Cada horizonte é uma revelação
onde, náufrago, o olhar penetra a beleza
sempre excessiva do silêncio.
Tudo o que sei a sede mo disse,
repito para mim própria sem ambiguidades,
sem artifícios, para justificar a invocação
das águas, num argumento convicto.
que proclamam a natureza
em toda a sua resplandecência,
inicial e intacta.
Torno-me cúmplice da paisagem.
As cores e as sombras que o nascer do dia
me revela como se fossem a epifania
de deuses telúricos, celebram o pulsar da terra.
O equívoco do vento de junho à beira do verão
percorre as árvores e alucina as borboletas
escondidas nas trepadeiras,
a quebrarem a monotonia da realidade aparente.
Retardo o passo no ranger da areia
que se oferece e se nega aos pés descalços
e porosos a qualquer afago.
Do fundo da idade, o sal da boca
deixa-me pressentir a alternação das marés.
Cada horizonte é uma revelação
onde, náufrago, o olhar penetra a beleza
sempre excessiva do silêncio.
Tudo o que sei a sede mo disse,
repito para mim própria sem ambiguidades,
sem artifícios, para justificar a invocação
das águas, num argumento convicto.
Graça Pires
De Antígona passou por aqui, 2021, p.61
Simplesmente maravilhosa tua poesia!!! Tens razão: a cada horizonte, uma revelação!
ResponderEliminarAdorei!
beijos, tudo de bom, ótima semana! chica
Poema sublime, amiga Graça. Onde a cumplicidade com a natureza, na sua beleza e preservação, é uma hino perfeito e justo, à sua diversidade que nos encanta.
ResponderEliminarGostei muito.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
"Tudo o que sei a sede mo disse", e é exactamente essa a origem do pouco que sei, Graça!
ResponderEliminarUm esplêndido poema!
Boa semana e
um beijo!
Bom dia, querida amiga Graça!
ResponderEliminarA cumplicidade com a mãe natureza é essencial.
Não poderia ser diferente, fazemos parte dela.
A cada visualização dela é uma dose de energia que recebemos essencial à nossa integração.
Poema belíssimo!
Deus abençoe você e sua família!
Beijinhos
Todos devíamos proclamar e respeitar a Natureza.
ResponderEliminarExcelente poema, gostei imenso.
Boa semana, cara amiga Graça.
Um abraço.
E, na natureza, repouso os meus sonhos....
ResponderEliminarLindo....
Beijos e abraços
Marta
A natureza nos prima com suas belezas
ResponderEliminarPor que Não respeitá-la?
Havemos de ser cúmplices
Que poema maravilhoso, Graça
Um dia iluminado
Beijinhos
Muito bonito este teu poema!
ResponderEliminarGrande abraço, minha Amiga, muita saúde e feliz semana :)
Sublime e belíssima cumplicidade!
ResponderEliminarUm beijinho, as suas palavras encantam-me...
"Náufrago, o olhar penetra a beleza/ sempre excessiva do silêncio". Relevo este excerto de um poema todo belo, por ser bela a mente que o concebeu. A beleza não é apenas natural, mora em quem sente e nas palavras que ajeita a esse sentir. Parabéns poeta. Diriam os nossos amigos brasileiros se acaso tivessem a dita de conhecê-lo: este poema está um "must".
ResponderEliminarUm abracinho, Graça. E boa semana.
Proclamar a natureza e tornar-se parte dela é tudo que tento fazer sempre., Graça
ResponderEliminarÉ revigorante e sua poesia um canto a toda essa beleza e exuberância que ela passa.
Feliz semana e vamos nos curtindo com a cumplicidade que é peculiar também entre nós.
Abraços
Chapeau. Nada se puede agregar, excepto "poema para enmarcar y para aprender a comunicar lo que la mirada personal alcance a detectar...
ResponderEliminarAbrazo admirado Graça una vez más...
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema belíssimo, numa construção magistral, que me deixa sempre a admirar a sua elevada inspiração na verdadeira escultura que são os seus maravilhosos poemas.
Sim, Antígona passou por aqui e deixou a sua marca.
Um beijinho, minha Amiga, e Enorme Poeta.
Uma boa semana.
Ailime
Olá Graça vou contar-te um segredo Escreves tão bem que adoro a tua poesia mas não tenho capacidade para a comentar de qualquer modo continuo a sentir um enorme prazer em ler-te um Abraço
ResponderEliminarCreo que por el hecho de ser humanos y racionales, no podemos distanciarnos del mundo natural, y sentirnos que somos parte de él. Tu poema nos recuerda nuestra naturaleza que también es ola de mar, esquirla de sol, hojarasca de selva. Proteger la natraleza es protegernos también. Un abrazo. Carlos
ResponderEliminarA minha cumplicidade com a paisagem é menos contemplativa
ResponderEliminarDaí
a minha incapacidade
de poemar assim
Beijo de admiração
Linda!
ResponderEliminarUm poema de grande qualidade literária como, afinal, já nos habituou.
ResponderEliminarUm abraço.
ResponderEliminarTexto maravilhoso neste hino à natureza.
É mesmo de nos tornarmos cúmplices, dessa
paisagem onde tudo acontece de bom.
"Antígona passou por aqui",é uma das suas
obras mais belas, amiga Graça.
Beijinhos
Olinda
Hermoso poema. Feliz semana Saludos
ResponderEliminarBelleza de poema, inspira sentir la naturaleza en todo su esplendor.
ResponderEliminarAbrazo
Bello poema el mar te inspira y el poema te hace soñar. Te mando un beso.
ResponderEliminar"Cada horizonte é uma revelação."
ResponderEliminarPara nós, que damos muito valor à vida, todo amanhecer e cada estação são experiências significativas. Que esse benéfico vento de junho, personificado como uma "Isadora Duncan" bailando entre as árvores, alucinando as borboletas, traga o encantamento do verão para o Hemisfério Norte.
Uma ótima semana, minha amiga
Beijinho
A natureza está paredes meias connosco.
ResponderEliminarNão é possível ao ser humano sobreviver sem a sua pureza.
O poema encerra uma grande beleza.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Hello!
ResponderEliminarBeautiful poetry and this photo reflects the text perfectly!
Greetings from Poland!
...o olhar penetra a beleza... e a alma a poesia!!!... 👏😘
ResponderEliminarBom dia, Graça.
ResponderEliminarSempre me admiro da generosidade das pessoas que colocam coisas lindas assim online, só pelo prazer de criá-las e partilhá-las.
Haverá muitas formas, ou modos, ou tempos, de celebrar este magnífico poema.
ResponderEliminarDa minha parte, se me fosse pedido para escolher um único verso, seria este:
«Tudo o que sei a sede mo disse...»
Bem hajas, Graça.
Bjs
Bom dia, Graça
ResponderEliminarLindo poema e a imagem está fantástica, um forte abraço.
Boa tarde, Graça
ResponderEliminarUm poema, quase manifesto, da atração que sente pela mãe-natureza. E se porventura, existir nela mácula, será por não a podermos contemplá-la "inicial e intacta". A sua descrição iniciada em "As cores e as sombras que o nascer do dia" ganha depois um movimento indefinido, como afinal todo aquele que nos surpreende e apenas por isso vale a pena ser apreendido, registado em "O equívoco do vento de junho à beira do verão/ percorre as árvores e alucina as borboletas escondidas nas trepadeiras,/ a quebrarem a monotonia da realidade aparente.".
A seguir o que era idealização transforma-se em sensações e eu, leitor, começo a caminhar com os seus pés: "Retardo o passo no ranger da areia/ que se oferece e se nega aos pés descalços/e porosos a qualquer afago.(...) o olhar penetra a beleza/ sempre excessiva do silêncio." Neste momento, são convocados os sentidos: o tato, o paladar, a audição, a visão e talvez ainda cheiro das marés. E o poema prepara-se para terminar com o seu verso mais forte: "Tudo o que sei a sede mo disse", como aquela frase musical que lança o final de uma sinfonia romântica: "Tudo o que sei a sede mo disse,". Encontro aqui uma ideia schopenhaeuriana que muito me inspira. Basicamente, este explica que a nossa ação é tomada apenas por duas emoções: tédio e realização do desejo, repetindo-se estas em ciclo fechado para sempre.
Os três últimos versos são a marca de água, a assinatura que garante a autenticidade de tudo o que foi atrás dito.
Nota: Perdoe-me, Graça, se fui porventura pretensioso na minha apreciação. Há dias em que estamos assim, prolixos e maneiristas. Ficará o excesso a crédito para outro comentário futuro mais económico.
Beijinhos,
Davvero bella, amica mia. C'è un gran ribollire, un gran pulsare di Vita nei tuoi versi. Complimenti.
ResponderEliminarUn abbraccio e un bacio
Graça,
ResponderEliminarMaravilhosa publicação e
imagem fantástica!
É uma delícia nos somarmos
com a natureza.
Bjins de boa semana.
CatiahoAlc.
Vim ler mais um belo poema, adorei o tema, trouxe-me um aroma familiar, nasci e cresci por perto e sempre me sinto feliz ao poder olhar a sua beleza. Também a imagem é maravilhosa, boa escolha.
ResponderEliminarGrata pela partilha, foi um gosto.
Beijinho, boa semana.
Um poema muito belo de celebração à terra e às suas maravilhas. "Cada horizonte é uma revelação onde, náufrago, o olhar penetra a beleza sempre excessiva do silêncio." Destaco, ainda, a frase do poema em que mais me revejo e que mais me emocionou:
ResponderEliminar"Tudo o que sei a sede mo disse..."
A foto que ilustra o poema é lindíssima. Beijo.
Belíssimo poema, que gostei muito de ler,
ResponderEliminarem homenagem à Natureza.
Parabéns, poeta e amiga Graça.
Votos de uma boa semana.
Um beijo, amiga.
Completamente apaixonada por este poema...
ResponderEliminarE consegui entrar no teu blogue de novo ....
Te adoro.
Bom dia Graça
ResponderEliminarUm poema em que a autora enaltece a admiração e amor pela mãe natureza, com palavras certas e elegantes, sobressaindo um trabalho poético de alta qualidade.
a imagem de suporte foi muito bem escolhida e de uma beleza invulgar.
uma boa semana amiga Graça com saúde e inspiração.
um beijo
:)
Que sentimento bom é, nos sentirmos cúmplices da paisagem.
ResponderEliminarUm poema sublime!
Beijinhos
Belíssimo, amiga Graça!
ResponderEliminar"Cada horizonte é uma revelação
onde, náufrago, o olhar penetra a beleza
sempre excessiva do silêncio."
Nunca saberia dizê-lo assim tão maravilhosamente!
Beijinhos.
Absolutely beautiful.
ResponderEliminarwww.rsrue.blogspot.com
Olá, amiga Graça,
ResponderEliminarPassando por aqui, para desejar um feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Belíssimo, minha amiga Graça,
ResponderEliminara natureza sempre nos emociona, é maravilhosa,
mas, muito mal tratada pelo homem que dela só quer tirar.
Parabéns por tão sensível poema que me tocou, amiga.
Um feliz fim de semana, saúde e paz.
A imagem é linda!
Beijinhos.
Bonito poema!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
É um grande poema! Forte e expressivo.
ResponderEliminarSejamos todos cúmplices da natureza para a defender...
Dias de verão muito agradáveis e felizes.
Beijinhos, Poeta Amiga.
~~~~~
Poema encantador com imagem a condizer. Lindo de ler e ver
ResponderEliminar*
Um domingo muito feliz, com Saúde, Paz e Amor.
*/*
Belíssimo e sensível, como sempre, Graça.
ResponderEliminarBeijinhos
Boa tarde de domingo e bom início de semana com muita paz e saúde, minha querida amiga Graça.
ResponderEliminarLuiz Gomes.
viagenspelobrasilerio.blogspot.com
Belleza de poema, que leo y me reconcilio con la naturaleza, una vez más, cada día, por la infinita alegría, sabiduría, esperanza, insistencia en ser.
ResponderEliminarFeliz verano, tiempo. Gracias por lo que me ha hecho sentir tu poema. Poesía sublime, conciliadora.
Te dejo mi admiración y un abrazo. 🌱
Fascínio puro!
ResponderEliminarEmbora tivesse lido mais do que uma vez, ia jurar - penetenciando-me- que este ter-me -ia passado despercebido!
Quanta beleza, grande Poeta! A Natureza sorri de encantamento
Um grande beijinho, Amiga!
ResponderEliminar"Tudo o que sei a sede mo disse,
repito para mim própria"
Autorrevela-se convicta
humílima a Poeta
É parte da Natureza a minha natureza
repito para mim próprio como mantra
(OM MA NI PAD ME HUM)
sou eu a Natureza...
Como não ser?
Muito bonito, Amiga Graça Pires e
a foto também.
Beijo.
Que poema! Identifico-me e louvo este olhar que contempla e reconhece a natureza. A foto também é um espetáculo a ser contemplado. Bom final de semana
ResponderEliminarBellísimo, comparto tu sensibilidad frente a la naturaleza. Saludos
ResponderEliminar