Para a Graça Neto
Deixem-me só. Quero chorar como se me doesse
o joelho esfolado no jogo da bola
quando quase nada mais tinha para chorar.
Quero tapar a cara para rir à gargalhada
do pavor que a escuridão me causava
quando quase nada mais me assustava.
Deixem-me só.
Porque agora não há pássaros silvestres
a conceber em seu gorjeio o colo carinhoso
onde me aninhava na hora da brincadeira
e são de queixume as sombras
que me assustam quando a periferia da noite
declina sobre os meus medos.
Graça Pires
De O improviso de viver, 2023, p. 19
It's like a sign that I read your poem on days when I'm thinking of being alone. :)
ResponderEliminarvery meaningful poem. thanks for sharing. :)
have a good week..
Linda poesia e súplica por ficar só!
ResponderEliminarLinda semana! beijos, tudo de bom,chica
Não raro, temos sensações inesquecíveis que nos ficaram da infância... quase podemos retornar a elas.
ResponderEliminarBoa semana.
Um abraço.
Por vezes há a vontade de ficar só...
ResponderEliminarMagnífico poema, gostei imenso.
Boa semana, cara amiga Graça.
Um beijo.
... e, exactamente, quando
ResponderEliminara periferia da noite declina
sobre os teus medos
não contenho os meu dedos
e te deixo, na claridade do dia
esta mensagem:
NUNCA TE DEIXAREI SÓ
Olá, querida amiga Graça!
ResponderEliminarHá muitos momentos em que desejamos ficar sós e nada nos consola
Gostei dos paralelos das lembranças a que remeteram ao desejo de solitude.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
A noite pode ser assustadora em momentos assim...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Para mim , um dos teus melhores poemas.
ResponderEliminarEstar só é, por vezes, uma necessidade, sim.
Caloroso abraço, minha Amiga, excelente semana com saúde e bem estar.
Um belo e sentido poema que muito gostei, amiga Graça.
ResponderEliminarA solidão quando imposta, pode ser muito dura, ao contrário da solidão que impomos a nós próprios, quando é necessária.
Excelente poema.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Magnífico poema dedicado à Graça Neto, que tenho o privilégio de conhecer.
ResponderEliminarE que bela ilustração.
Beijos às duas.
Boa tarde Graça
ResponderEliminarum poema que é quase uma súplica.
há momentos que queremos ficar sós quando a nossa dor é gingantesca e maior que todos os medos.
um poema sentido e que nos remete a um arrepio de mágoa e total compaixão.
muito intenso.
boa semana com paz e saúde.
um beijo
:)
Muito belo, amiga Graça!
ResponderEliminarPor vezes há assaltos por noites sobre medos, em que não é fácil emergir da escuridão. Que haja sempre alguma mão amiga a levantar uma luz.
Beijinhos
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo num apelo à solidão, também ao silêncio decerto, numa talvez manifestação de querer interiorizar e esquecer esses medos, que tantas vezes perduram.
Beijinhos minha Amiga e Enorme Poeta.
Um beijinho e uma boa semana.
Ailime
Tiempos en los que ya ni llorar ni reir han vuelto a ser lo que eran... Sólo una poeta como usted ve la diferencia.
ResponderEliminarAbrazo grande, Graça amiga. Que esté muy bien!!
A dose de solidão diária devia ser respeitada como um bem precioso para a vida. Quem escreve, como a Graça, entende o quero dizer. Num dos meus poemas dos anos 90, comecei assim "Pobres/ Tão pobres/ Até de solidão privados" e às vezes quando dou por mim a maldizer a solidão dos nossos tempos, julgo-me em contradição. Mas este poema confirma-me essa necessidade de ficar só (em anteposição a viver em solidão). "Ficar só" é uma reação neste poema a um tempo de convívio e de alegria. E é essa dinâmica que transparece nas três estrofes: gostamos de partilhar a alegria e o bom humor; caso contrário, preferimos por cordialidade guardar a tristeza e os medos apenas para nós. A poesia, em especial, e arte, em geral, são uma forma de sublimá-los. Julgo que é essa a chave de leitura deste poema: a sublimação da tristeza. Até a dor e o medo podem ser bonitas 'quando ben cantato'. Bonito poema. Boa semana, Graça.
ResponderEliminarNota: gostei bastante da sua análise ao meu "gato ao sol".
Um poema bom nunca está lido, por isso voltei a este. Numa terceira e quarta leitura, percebi que o sofrimento nele cresce exponencialmente, ou seja, que as primeiras dores são ridículas comparadas com as recentes. É sobretudo isso que ele nos diz. E o prazer? Cresce ou decresce com a idade? A memória é traiçoeira, eu sei. E o tempo-espaço é uma dimensão da teoria da relatividade, relativizando por isso a nossa perceção das coisas, dos fenómenos. Escreveu muito bem Ruy Belo, no seu "VAT 69" que começa com "Era depois da morte herberto helder(...)" e termina com "Seria realmente após a morte, herberto helder?", demonstrando que até o momento da morte é relativa, podendo inclusive viver-se depois dela.
ResponderEliminarMuito lindo soneto!
ResponderEliminarBeijinho Graça.
Como os nossos medos se transformam sem desaparecer, não é Graça. Postos em poema até se despem de terror, ficam só uns medinhos pequenos, coisa irrelevante.
ResponderEliminarBoa semana
Uma linda poesia bem reflexiva.
ResponderEliminarFicar só nem sempre significa "solidão ".Por vezes carecemos de nossa companhia . Abraços .
Llorar se hace necesario a veces, pero siempre es mejor reír, muy bello poema.
ResponderEliminarAbrazo
Bello poema. Me ha gustado mucho. Te mando un beso.
ResponderEliminarMinha amiga, querida, adoro esse poema. Você conseguiu mostrar a evolução das emoções ao longo do tempo, da transição da inocência da infância para a complexidade da idade adulta. Há uma melancolia que parece enraizada na nostalgia pelos momentos perdidos e na inevitável passagem do tempo. Maravilhoso!
ResponderEliminarBoa semana e beijinhos.
ResponderEliminarBelíssimo este seu poema, Graça.
Tive de escolher entre este e o outro que publiquei
no "Xaile de Seda", mas deixei-o em rascunho.
Futuramente lá aparecerá. :)
Mas foi bom assim, porque agora tenho a
oportunidade de o ler aqui, publicado pela
autora, cuja escrita me encanta sempre.
Escrita profunda, única.
Boa terça-feira, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Por vezes apetece dizer:
ResponderEliminar_ Deixem-me só!👏😘
Beautiful blog
ResponderEliminarSolitude sempre é uma coisa boa, o estar sozinho é importante na caminhada da vida...
ResponderEliminarPoema muito lindo, amiga Graça!
Boa terça-feira... Bjs
Bom dia, Graça
ResponderEliminarLindo poema, as vezes precisamos ficar sozinhos, um forte abraço.
Necesitamos muchas veces esa soledad. Buena reflexión.
ResponderEliminarBuen martes Graça.
Un abrazo.
Por vezes, necessitamos mesmo de ficar sós.
ResponderEliminarUm poema sublime!
Beijinhos
Querida Graça,
ResponderEliminarEm muitos momentos precisamos ficar só, seja para refletir, para tomar uma decisão, para sofrer por alguma decepção ou simplesmente festejar uma conquista. Lindo poema.
Um beijo!
Sarebbe davvero molto saggio se recuperassimo un po' di quella ingenuità che hanno i bambini. Un'ingenuità fatta di spontaneità e semplicità.
ResponderEliminarBellissima poesia amica Poetisa.
Un beijo
Boa tarde minha querida amiga Graça. As vezes a solidão é o nosso único companheiro. Uma excelente quarta-feira.
ResponderEliminarUm belíssimo poema de apelo à solidão dedicado à Graça Neto, uma Amiga de sempre, de quem gosto muito e a quem desejo tudo de bom que a vida lhe puder dar. A imagem que ilustra o poema é maravilhosa. Parabéns!
ResponderEliminarBeijo.
belíssimo poema poeta que admiro, a noite e as sombras que se deixam abraçar entre medos... a imagem que acompanha este seu belo poema é maravilhosa, parabéns, ler o que escreve deixa-me sem palavras,
ResponderEliminarQue maravilhoso poema, querida Graça,
ResponderEliminarforte, intenso...certas dores não esquecemos,
são marcantes demais. E a solidão muitas vezes
é necessária para nos encontrarmos.
Para uma desintoxicação do que não está bem.
A obra é de uma beleza extraordinária!
Um lindo fim de semana, querida amiga.
Beijo.
Um belíssimo poema que me veio encontrar de volta, depois de cerca de mês e meio de soidão involuntária...
ResponderEliminarUm beijo, Graça!
i loved this dear Grace the utterly sensitive expression and vigorous enough to make my eyes teary
ResponderEliminarcrying was my favorite thing in many years ago ,i still cry a lot though through smiles and laughter yea a part of modern living
it's liberating indeed specially in solitude
how beautifully you put it is amazing as always !
hugs
Olá, amiga Graça,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Li o texto como uma evocação da infância com as ocorrências e os medos próprios dessa idade.
ResponderEliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Déjame...la anáfora para exhalar de adentro lo que duele. Un abrazo. carlos
ResponderEliminarSempre bom retornar por aqui e ler tão belas poesias!
ResponderEliminarUm imenso abraço cheio de carinho.
É um poema maior, na mestria da Língua e na alma nua exposta ao tempo que passa...
ResponderEliminarUm beijo
Oi Graça
ResponderEliminarPoema com sentimentos que brotam sempre que as lembranças nos alcança.
Como sempre encontro beleza na sua escrita poética. Obrigada amiga
Tenha uma semana inspirada e feliz.
Te mando abraços
"Deixem-me só"! É como um grito de liberdade que ecoa na noite,
ResponderEliminarquando as sombras tecem os medos e tornam mais distante a alvorada.
Sublime poema!
Um bom fim de semana Amiga Graça, com muita saúde.
Beijo.
Estar só por vezes é uma necessidade.
ResponderEliminarbelíssimo poema.
Uma semana feliz
bjs
A solidão por vezes é uma fiel companheira!
ResponderEliminarUma semana abençoada!
Beijinhos esvoaçantes!
🌸🌷🌸 Megy Maia
As nossas ansiedades... sempre de cariz relativo, após dificuldades ultrapassadas, e contudo tão absolutas quando nos confrontamos com elas... mas a vida passa, enquanto vamos substituindo uns medos por outros... que nos impedem tantas vezes de desfrutar a essência do presente...
ResponderEliminarMais um belíssimo poema, que sempre nos faz reflectir sobre estados de alma, mais profundos... em poucas linhas... absolutamente admirável, Graça!
Beijinhos! Votos de férias felizes, na companhia dos seus!
Ana
O que custa crescer, meu Deus!
ResponderEliminarAs dores petrificam
Não são de crescimento.
O "deixa-me só"
(sozinho)
conforto de último lençol?
Boa saúde, Graça Pires.
Graça,
ResponderEliminarVersos lindos e
de certa forma doídos.
Todavia PoesiA tem
essa magia de mostrar
seja que seja
por nuances e suavemente.
Bjins de bom
finalzinho de agosto dese 023.
CatiahoAlc.
Que maravilha, levou-me a recordar também o meu tempo de moça, com os mesmos sentires, recordar é viver, no caminho coisas boas e menos boas, todos passamos vamos inventando esperanças, mesmo sabendo que os caminhos não têm retorno.
ResponderEliminarBeijinho amiga Graça