Hoje fui passear o cão
Da melancolia. Saí. Não
Aguentava já o surdo
Latir do vírus, o vagir
Da morte lenta nos ecrãs
Das reportagens repetidas
Do sofrimento que sempre vem
Da natureza sempre cruel
Digam lá o que disserem
Os cantares da passarada
Precipitando a primavera
Nos líricos beirais. Hoje
Fui de cão. Não há outro
A que dar trela.
Jorge Fazenda Lourenço
In: Fim de boca e mais poemas (1981-2023). Lages do Pico: Companhia das Ilhas, 2023,
p. 273
A sociedade do cansaço.
ResponderEliminarUm abraço.
Trouxesate um lindo poesa ,bem escolhido! E passear e conversar com o cão, por vezes bem melhor do que com estranhos,rs...
ResponderEliminarÓtima semana!
beijos praianos, chica
Muito bom. Os cães são os amigos mais fiéis. E os cantares da passarada, dos melhores cantares.
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana!
Dizem os ecrãs
ResponderEliminarEscrevem os jornais
Que sem dramas nas manhãs
Se a rádio emitir ais
A vida pára
Não há trela
Nem latir
e a Primavera
tarda a vir
Sorte a minha
tenho uma gata
que me acalma
e me dá boa sina
Esse anónimo sou eu
ResponderEliminarRogério V. Pereira
Belo poema, gostei de ler.
ResponderEliminarObrigado pela partilha.
Noa semana.
Um beijo.
Bom dia de paz, querida amiga Graça!
ResponderEliminarÉ preciso libertar o cão que há em nós...
"Os cantares da passarada
Precipitando a primavera".
Tão lindo termos em quem nos inspirarmos!
Seja de primavera nosso estado emocional interior.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
Quando saio de casa nunca levo a trela... porque não tenho cão, 😁😁😁
ResponderEliminar.
Saudações poéticas. Feliz semana.
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Poema: “ O Amor tem os olhos fechados “
.
Para nos sentirmos vivos....em contacto com a natureza....
ResponderEliminarGostei muito
Beijos e abraços
Marta
Obrigada por me dar a conhecer este autor, que não conhecia ainda, Graça.
ResponderEliminarEstes são tempos de cansaço, algum medo e muito, muito desencanto... Só a minha gata Mistral desconhece a melancolia, bem como qualquer trela e eu, doente, moro num Passeio mas já não passeio. Caminho, dorida, os cinquenta metros que me separam da pastelaria da esquina e desabo por lá, na primeira cadeira que encontrar.
Um beijo!
Gostei.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Bom dia, Graça
ResponderEliminarOs cães são ótimos companheiros, possuem leveza e amor, dias melhores virão, poema reflexivo, abraços.
Tiene la mirada de un fresco, para delatar las cosas que pasan en la vida, sin ser vistas. Un abrazo. Carlos
ResponderEliminarUn recorrido duro por las ocurrencias de la vida, más cuando se va atado. Un abrazo. carlos
ResponderEliminarOlá, amiga Graça,
ResponderEliminarMuito interessante este poema que aqui partilha.
Muito adaptado aos tempos que correm.
Gostei muito.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Gostei de conhecer o poema.
ResponderEliminarMinha Amiga, beijinho de boa semana e saúde
Um belíssimo poema que retrata bem o estado anímico de muitos de nós durante a pandemia. Gosto dos poemas que usam imagens e situações quotidianas para abordar outros mais universais. Neste caso, um passeio com o cão expõe o leitor ao tédio, à crueldade da natureza e à solidão. Quanto ao autor, fui durante muitos anos leitor da sua edição dos poemas de Fernando Pessoa pela da Europa-América (Ulisseia?). O seu prefácio dessa edição foi sempre para mim um documento de estudo e de trabalho importante. Mais tarde, foi professor de várias cadeiras do meu filho Pedro na UCP-Lic. Comunicação Social. Bem-haja a Graça por divulgar este poema tão ritmado, consistente e eficaz. Cumprimentos ao professor JFL e do meu filho que sei tinha uma boa relação com ele.
ResponderEliminarUma bela colheita na Seara Graça com este olhar sobre um momento complexo da humanidade.
ResponderEliminarUma grata generosidade apresentar com um belo poema Graça.
Aplausos ao Jorge Lourenço.
Bjs amiga e paz na semana.
Nada melhor que um cão para assistir nosso teatro da vida! Gostei imenso do poema, Graça. Obrigado por compartilhar mais um poeta que não conheço. Gratidão pelo retorno ao meu blog. A vida, vez ou outra, requer pausa....Um grande beijo.
ResponderEliminarProfundo y triste poema. Me gusto mucho. Te mando un besol.
ResponderEliminarAmiga, como sempre, ótima escolha. Muito bom poema sobre a visão introspectiva durante a pandemia. O poema lida com temas como melancolia, isolamento, saturação de informações e a natureza implacável da vida. As imagens utilizadas criam uma atmosfera poderosa que nos convida a refletir sobre as complexidades emocionais desse período.
ResponderEliminarÓtima semana e beijos.
ResponderEliminarDias aflitivos aqueles, quase de fim do mundo.
O autor data o dia em que escreve o poema,
outros viriam, em que as pessoas perdidas no
meio do nevoeiro da dúvida soçobravam, quase.
É bom não nos esquecermos desse mal que nos atacou
fazendo-nos sentir que estávamos no mesmo
barco. E a nossa fragilidade à tona.
Obrigada ao autor e a si, minha amiga Graça,
por no-lo trazer.
Beijinhos
Olinda
Este poema evoca, com grande sensibilidade, tempos sombrios, partilhados por todos nós.
ResponderEliminarAs notícias foram um sufoco.
Só um poeta iria procurar os cantares da passarada.
Um grande abraço, Jorge,
Gostei imenso do poema. obrigada pela partilha.
ResponderEliminarContinuação de boa semana.
bjs
Por alguma razão se diz que o cão é o melhor amigo do homem.
ResponderEliminarContinuação de boa semana.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Boa tarde de quarta-feira. Obrigado pelo maravilhoso texto, minha querida amiga Graça.
ResponderEliminarBoa escolha, pela força da palavra e na sensibilidade que emprega para com o seu companheiro de passeios.
ResponderEliminarAbraço de vida e um bom fim-de-semana
Hello!
ResponderEliminarGreat post. As always, you surprise with wonderful poetry that is full of so many emotions!
Greetings from Poland :)
GRaça
ResponderEliminaruma escolha de um poema muito bom do Professor Jorge Fazenda Lourenço.
a sensibilidade do Poeta e as palavras certas para tão ilustre poema.
Boa semana.
Um beijo
:)
Excelente poema. Gostei muito minha Amiga Graça.
ResponderEliminarSempre um prazer quando te visito!
Tudo de bom.
Um grande abraço com muita saúde.
Escolha perfeita,Graça
ResponderEliminarO poeta Jorge Fazenda Lourenço disse tudo...
vamos mesmo de caõzinho e passarada.
Forte abraço, amiga
Por vezes...passear para espairecer, afastar o olhar do que nos perturba, sentir e fazer a diferença... SABE mesmo bem!
ResponderEliminarBom fim-de-semana 😘
Olá, amiga Graça,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este lindo poema que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Gostei muito de ler esse belo poema, querida Graça,
ResponderEliminare agradeço a partilha, o que me levou a conhecer o poeta.
Um feliz fim de semana, amiga, muita saúde e paz.
Beijinho.
Poema triste esse de ir de cão por não haver outro a que dar trela. Mas eu diria ao poeta que há muito quem nem o cão possua, nunca compre trela e, no duplo sentido do termo, não tenha alma a quem dar trela. Ele tem cão. Pode fazer como no conto de autor russo, contar ao cão (já que outros não tem), dizia eu que desabafar com o cão sobre o que o apoquenta. Que os cães não falam mas têm um olhar de entendimento votivo como nenhum outro outro animal.
ResponderEliminarUm poema nostálgico e introspectivo... mas um retrato tão fiel da mais pura realidade, nestes tempos de agora, em que somos bombardeados com uma chuva recorrente de más notícias, e é esperado que fielmente as aceitemos... pois não vemos a ponta por onde comecemos a pôr este tão desorientado mundo um pouco mais em ordem... mas podemos encarar o nosso próprio mundo de uma forma mais ordenada... procuremos a nossa trela... que nos conduz a momentos mais serenos e harmoniosos... seja ela qual for...
ResponderEliminarGrata por mais uma partilha de excelência, Graça!
Um beijinho grande! Feliz fim de semana!
Ana
A realidade atual, tão triste e cruel, cria um desânimo tal que dá vontade de fugir, ou, como diz o poeta, "passear o cão da nostalgia..." ouvir o cantar dos pássaros para afastar as nuvens negras que nos cercam. Gostei muito do poema. Parabéns ao autor.
ResponderEliminarQue bela seara alheia, esta!
ResponderEliminarBeijinho
ResponderEliminarHoje fui passear o cão
Da melancolia.
morte lenta nos ecrãs
Das reportagens repetidas
OLÁ GRAÇA
EM TÃO POUCAS PALAVRAS
RESUME-SE TUDO O QUE ESTAMOS A ATRAVESSAR...
um retrato tão fiel da nossa realidade
Grata por esta partilha de grande qualidade
Parabéns ao autor.
Quando quiser visitar-me, há artigos novos aqui:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
http://orientevsocidente.blogspot.com/
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
Boa semana, beijinho
Encantador verso Saludos
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