Michael Bilotta
Uma caligrafia exasperada quer ofuscar o brilho
em meus olhos, exaustos de procurar
a estrela d’alva no infinito do amanhecer.
Dobro-me sobre as páginas em que me escrevo.
Como se fora uma serpente, rastejo as letras
com sílabas átonas para não desfocar a minha voz,
quase ilícita, quando me refugio na paisagem
para habitar as múltiplas geografias das sedes eternas.
Bebo a tragos longos a própria sede e choro a tristeza
extenuada de qualquer melancolia distante.
Graça Pires
De Antígona passou por aqui, 2021, p. 55
"Amo" os teus poemas, Graça...
ResponderEliminarUm poema fantástico.
ResponderEliminarGostei imenso, os meus aplausos.
Boa semana.
Beijo.
Que belo
ResponderEliminare triste
Foi um prazer
conhecer pessoalmente
quem assim
tão bem escreve
Beijo
Bom dia Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo em que a sede, não mitigada, faz sofrer a alma da Poeta.
Lembra o mundo atual em que há uma sede de paz, uma sede que não é saciada e que nos dói.
Beijinhos, minha Amiga e Enorme Poeta.
Tenha uma boa semana.
Ailime
Belíssimo!
ResponderEliminarTambém bebo estas palavras como sede e alimento.
Beijinhos
A sede de uma Paz que tarda...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Há sedes que jamais se extinguem....
ResponderEliminarMinha Amiga, caloroso abraço e serena semana
Um poema com a qualidade literária superior de sempre.
ResponderEliminarBoa semana.
Um abraço.
Boa tarde de paz, querida amiga Graça!
ResponderEliminarBeber da própria sede é tragar mesmo sem querer toda dor do mundo que, com toda razão de sentir, abala nosso ânimo e vigor.
Um poema como lhe é peculiar na sensibilidade e profundidade.
Tenha novos dias abençoados!
Beijinhos com carinho fraterno
Voz nada desfocada, pelo contrário, irradia muita muita muita Luz!
ResponderEliminarbeijinhos
Um poema que concorda com os tempos. Não sei como se resolve a tristeza do mundo; sei que não posso parar nela, um caminheiro tem de andar, abalar de si mesmo, sendo possível. É seu destino peregrinar.
ResponderEliminarMuito belo.
ResponderEliminarUma semana feliz.
bjs
um poema lindo a ler adorei parabens bjs feliz semana saude
ResponderEliminarPoema forte e profundo, onde a dor do mundo, vagueia intensamente em cada verso.
ResponderEliminarGostei muito, amiga Graça.
Votos de uma feliz semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Qué placer leerte, amiga Graça, lo cual no es nuevo... Sinceramente me saco el sombrero que no llevo. Maestría hay en tus versos, Poeta!!
ResponderEliminarAbrazo admirado!!
Un poema bello y profundo, amiga, refleja el inmenso dolor del alma por tanta incomprensión en la humanidad guerreante, destructora.
ResponderEliminarUn placer leerte, gracias por tus letras de aliento en mi rincón.
Un abrazo y se muy, muy feliz.
Melancólico poema. Hay veces que la tristeza nos llena ael alma. Te mando un beso.
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ResponderEliminar"Bebo a própria sede."
Em qualquer dos seus livros encontramos
essa sua intimidade com as palavras e todas
todas interpretam o que sentimos no fundo
das nossas almas. Beber a própria sede é
algo que nos traz toda essa carência física
e moral que lemos em cada acto, em cada
gesto do muito que se tem sofrido e do
sofrimento que há-de vir.
Sempre a admirá-la, querida Graça.
Beijinhos
Olinda
Emocionado, não encontro forma de comentar este poema.
ResponderEliminarSó apetece reter no peito todas as palavras, aguardando a estrela de alva no infinito do amanhecer.
E beber a traços longos a própria sede.
Adorei a fotografia de Michael Bilotta
Bem hajas, Graça.
Olá, Graça
ResponderEliminarPoema profundo. Muito triste o que está ocorrendo no mundo, somente Deus para confortar os corações, um forte abraço.
Muito profundo e emocionante.
ResponderEliminarEstrofes muito bem construídas a partir da própria sede.
E a sede pode ser saciada de várias maneiras.
Porque a sede também pode ter muitas vertentes.
Um belo poema, que me deixa emocionada.
Boa semana.
Um beijo
:)
Um poema poderoso feito de 11 versos brilhantes.
ResponderEliminarGrande aplauso, minha querida amiga Graça.
Como disse o Papa Francisco «o mundo tem sede paz».
Beijo, boa semana.
Assetati, abbagliati, chinati, continuiamo la nostra ricerca. Poesia molto bella, molto forte come sempre. Grazie dei tuo versi, amica Poetisa.
ResponderEliminarTi auguro ogni bene
Un beijo
Antes que os ocasos tragam sombras que me embarguem o olhar , resguardo- me no silêncio para te ouvir. E é como se fosse um abismo onde não chego para matar ainda mais a sede das tuas palavras , querida Graça.
Belo, profundo , comovente .
Adorávelmente comovente!
Um grande beijinho, Poeta !
Bom dia e uma excelente quarta-feira minha querida amiga Graça. Obrigado pelo texto maravilhoso, dividido conosco.
ResponderEliminarParabéns pela sua escrita.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Nostálgico, profundo e belo poema.
ResponderEliminarBeijinhos
I haven't eaten such a dish, but I must say that it looks amazing and I'm sure it's delicious :) I don't know the book, but it has an interesting title :)
ResponderEliminarGreetings from Poland!
I accidentally wrote the wrong comment. That's because I translate everything in Google Translator :D
ResponderEliminarThe correct comment is this one:
A beautiful poem, but also very sad. Deep words that reach into the heart. Each of us has a desire that we have to fight every day.
Greetings from Poland!
Olá, amiga Graça,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e desejar um bom fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Great article and artistic pic. Success for your blog ok
ResponderEliminarUm dos textos mais belos que já li Bem haja Abraço
ResponderEliminarBelissimo poema!
ResponderEliminarBeber a própria sede é ser ao mesmo tempo a fonte e a nascente
e em si própria saciar todas as sedes!
Uma boa semana minha Amiga Graça, com muita saúde.
Um beijo.
Muito bom ler aqui. Seus versos encantam. Bju
ResponderEliminarUm belíssimo poema que gostei de reler.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Maravilhoso e profundas suas palavras,
ResponderEliminaramiga Graça!
Leio, releio e só há, em mim, admiração por suas
construções poéticas!
Deixo votos de uma feliz semana, querida amiga.
Beijinho.
Me encanta ese oxímoron, "bebo en mi ropia sed" que deja tantos interrogantes sobre la existencia. Un abrazo. Carlos
ResponderEliminarO poema é triste de chorar, parece que o sujeito lírico exausto conecta-se na busca por um significado na vida. Talvez as metáforas da serpente que rasteja as letras e o ato de beber a própria sede sugiram uma jornada de autoconhecimento.
ResponderEliminarÉ isso mesmo, as sílabas átonas são melhores. As sílabas tônicas nos deixam afônicos. Eu já passei pela experiência.
O caminho do meio é sempre melhor, embora a estrela d'alva esteja lá no infinito...
Um beijo, amiga.
E bom final de semana.
Sede de nós... na inevitabilidade do tempo...
ResponderEliminarMais uma verdadeira pérola poética, para ler e reler... Muito belo e tocante, este poema, Graça!
Um beijinho grande! bom fim de semana!
Ana