7.2.07

Nas horas mais nocturnas

Alvarez Bravo

Nas horas mais nocturnas, desenho um círculo
e rastejo, através dele, até à sede.
Bichos sonâmbulos ferem-me a garganta.
Um barco alado irrompe da noite
e mutila a lucidez das mãos.
Um grito único ressoa no meu peito.
Mas, a planície enrosca-se-me na voz
e não me devolve o eco, que só o coração ouve.


Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

Sem comentários:

Enviar um comentário