6.2.07

O perfil da minha infância

FoqStock

Meço o tempo na sequência de feições,
quase sem forma e avisto o perfil
da minha infância inventada.
Vejo-me no pátio de recreio
de uma cidade inocente.
Perco o pé na porta das surpresas
e corro, a toda a brida,
pelos segredos dissimulados
nos dedos que manejam
os papagaios de papel.

Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997

3 comentários:

  1. Papagaio de papel
    lá no alto és condor
    leva longe os meus sonhos
    de menino e de amor
    depois volta cá pra terra
    que é pro povo te olhar
    voa alto, voa leve
    como manda o teu senhor
    e não te percas no caminho
    papagaio, por favor.

    (Papagaio de Papel– Sthel Nogueira)

    Luis Pessoa

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  2. O MAR

    Madrugada fria e húmida da minha praia
    Vela desfraldada a favor do vento
    Perna queimada da curta saia.
    Olhar colocado no firmamento

    Vamos sem rumo sem tempo
    Sobre ondas que deslizamos
    Lá para sotavento
    Procurando quem amamos

    Mãos firmes no leme da vida
    Com gaivotas a nosso lado
    A barra é a nossa saída
    E um Golfinho salta perfilado

    Dá mais vela
    Solta o olhar
    Sempre singela
    Vamos navegar.

    Luís Pessoa 07/02/07

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  3. Graça, minha amiga, nem tenho palavras para expressar a beleza desse poema. Fico em êxtase, plantado no céu. Lindo, lindo.
    Beijo.

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