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Meço o tempo na sequência de feições,
quase sem forma e avisto o perfil
da minha infância inventada.
Vejo-me no pátio de recreio
Vejo-me no pátio de recreio
de uma cidade inocente.
Perco o pé na porta das surpresas
e corro, a toda a brida,
pelos segredos dissimulados
nos dedos que manejam
Perco o pé na porta das surpresas
e corro, a toda a brida,
pelos segredos dissimulados
nos dedos que manejam
os papagaios de papel.
Graça Pires
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
Papagaio de papel
ResponderEliminarlá no alto és condor
leva longe os meus sonhos
de menino e de amor
depois volta cá pra terra
que é pro povo te olhar
voa alto, voa leve
como manda o teu senhor
e não te percas no caminho
papagaio, por favor.
(Papagaio de Papel– Sthel Nogueira)
Luis Pessoa
O MAR
ResponderEliminarMadrugada fria e húmida da minha praia
Vela desfraldada a favor do vento
Perna queimada da curta saia.
Olhar colocado no firmamento
Vamos sem rumo sem tempo
Sobre ondas que deslizamos
Lá para sotavento
Procurando quem amamos
Mãos firmes no leme da vida
Com gaivotas a nosso lado
A barra é a nossa saída
E um Golfinho salta perfilado
Dá mais vela
Solta o olhar
Sempre singela
Vamos navegar.
Luís Pessoa 07/02/07
Graça, minha amiga, nem tenho palavras para expressar a beleza desse poema. Fico em êxtase, plantado no céu. Lindo, lindo.
ResponderEliminarBeijo.