30.7.07

Até à perturbação

Ansel Adams

Em noites de verão,
povoadas de sombras,
não ouso confessar a solidão.
O tempo altera na voz o destino da luz.
Os sons familiares tornam-se sombrios.
O luar, humidamente cheio,
encobre a raiva,
na boca agitada do poema.
A imagem invertida da lua,
a ferir as mãos
e a desmesurar as palavras
arrasta-me o pensamento
até à perturbação.


Graça Pires
De Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos, 2007

9 comentários:

  1. Poeta linda

    um belo poema,

    a mistura das noites de verão, envolvida nas palavras têm voz

    um cheiro quente a aromas e sons tão familiares, onde a lua consegue acariciar a noite

    que bela é a tua poesia. embalo-me na perturbação do momento e sinto-te

    o meu abraço carinhoso, um abraço sempre presente

    beijinhos

    lena

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  2. Do amanhecer para a noite a beleza das tuas palavras.

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  3. Noites cheias de tudo e de nada...

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  4. e, perturbada, abraço-a carinhosamente :)

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  5. Lena, tu é que és linda. Um grande beijo e retribuo o carinhoso abraço sempre presente.
    Helena, obrigada e um beijo.
    Teresa, gostei que voltasses. Um beijo.
    Luis, nós enchemos as noites para não nos sentirmos sós. Um abraço.
    Alice, carinhosamente também o meu abraço.

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  6. conheci alguns dos teus poemas por aí dispersos, citados em blogs que merecem a minha atenção. tive agora o privilégio de conhecer em "original"...

    cresceu a minha admiração e apreço.

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  7. Obrigada herético pela visita e por gostares da minha poesia. Irei ver com atenção o teu "Relógio de pêndulo". Um abraço

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  8. Parece que no verão a ira é mais célere, a raiva mais acesa, os rasgões mais ardentes. Eu não sei que há com o verão, com as noites quentes de lua cheia, mas tudo se desmesura, de facto, alegria, dor, ira... O poema a ecoar em mim.
    Um beijo

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