18.11.07

Em busca da própria voz

Picasso


De madrugada, encho folhas de papel
com um discurso sem vestígios da noite.
Inspiro-me na leveza do ar
sobre o meu peito feito cais de embarque
para uma fuga sem aviso
em busca da própria voz.


Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997

16 comentários:

  1. Que bom voltar a lê-la!
    É um bocadinho como voltar a casa...
    Um beijo

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  2. Eu só com a noite amanheço

    bjs

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  3. Anónimo11:33 p.m.

    Porque escrever é um acto solitário, uma procura da revelação de nós a nós? E a madrugada pode ser tranquila, liberta de outras vozes, enleios?
    Sejam quais forem as circunstâncias, escrevemos, afirmamos a nossa singular existência.
    Um beijo, Graça,

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  4. Vejo-te, etérea, neste poema.

    E nesse cais de embarque buscas, certamente, um lugar de chegadas.

    A eterna busca, não é?

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  5. A busca da própria voz e como, por vezes, ela desafina tanto! como gostei. Sempre, sempre a eterna procura.

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  6. A voz que nos identifica e delata...

    Unha aperta grande grande.
    :)

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  7. Gosto da tua inspiração...

    de te ver a encher as folhas de papel...

    e claro, do teu cais de embarque...

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  8. hás vezes vem em catadupa. Noutras....

    beijos

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  9. Se vais em busca da própria voz...
    pois que cantes!
    Abraços.

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  10. Anónimo3:33 p.m.

    Oi, adorei as linas bem escritas com bom gosto.
    Abraços

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  11. Graça: muitas vezes buscamos desesperadamente o silêncio...pra encontrarmos respostas.....Bjus mil diretamente do meu Cotidiano.

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  12. Partir do cais do peito em busca da própria voz. Nas horas da madrugada e em muitas outras. Como um destino. Como uma condenação.

    Beijo.

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  13. uma voz que madrugada solta. e não se deixa capturar...

    belo.

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  14. Anónimo2:55 p.m.

    e eu regresso...não de madrugada...


    já pelo dia adentro.


    em sossego.


    para te ler.
    O desassossego.



    beijo-!



    /piano.

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  15. Muito obrigada a todos os que comigo partilharam esta busca da prória voz.
    Um beijo.

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  16. há muito que não passava por cá mas é bom voltar.

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