Chove perto dos olhos manchados de errância.
Um dilúvio começa ao largo do desespero.
Pensámos que, de noite, a mendicidade
das mãos passava despercebida.
Partilhámos enigmas e abismos,
procurando uma margem, um horizonte,
ou apenas uma sede
Partilhámos enigmas e abismos,
procurando uma margem, um horizonte,
ou apenas uma sede
tão imediata como as lágrimas.
Porém, a cidade não consente vadios
Porém, a cidade não consente vadios
à porta do futuro.
Por isso nos abrigámos nos indícios
da casa ou do caos.
Hoje não lamentamos a brevidade dos desejos
porque somos personagens
Por isso nos abrigámos nos indícios
da casa ou do caos.
Hoje não lamentamos a brevidade dos desejos
porque somos personagens
de uma parábola em sangue.
Graça Pires
De Labirintos, 1997
Graça Pires
De Labirintos, 1997
Lamentos os abrigos onde a errância pode ter um refúgio. Belíssimo!
ResponderEliminarchove.
ResponderEliminartoda uma beleza.
absoluta.
_____________.
!!!
_____________.
(mas tão belo...)
piano.
chove.
ResponderEliminartoda uma beleza.
absoluta.
_____________.
!!!
_____________.
(mas tão belo...)
piano.
chove.
ResponderEliminartoda uma beleza.
absoluta.
_____________.
!!!
_____________.
(mas tão belo...)
piano.
... à flor do sangue! como são belos os indícios abrindo-se em caos. de emoções mendigas!!!...
ResponderEliminarpoema absolutamente belo.
Chove perto dos olhos? Serão lágrimas da lua?
ResponderEliminarAbracinho para ti.
São sempre cruéis e venais, as cidades. São o espelho das nossas almas, os frutos das nossas mãos. O sótãos dos nossos sonhos e as caves dos nossos vícios.
ResponderEliminarNelas, tudo é intenso e trágico. Mas têm um perfume que escorre do passado e inspira poemas tão belos como este.
À margem: respondi-te, explicando-me. Mas tenho mais para dizer. Queres passar pelo blog e ler?
Um beijo.
Toda a sensibilidade possível nesta chuva perto dos olhos...gostei muito. Beijinhos.
ResponderEliminarAs errâncias, os desalentos, a partilha das vivências, os desencontros... sempre "procurando uma margem, um horizonte..."
ResponderEliminarGraça, é um magnífico poema de emoções.
Um beijo.
Errâncias, dilúvios, parábolas...
ResponderEliminare abraço para ti, Graça
Talvez tenha vindo para ficar se quiseres blogar comigo. Eu quero blogar contigo.
ResponderEliminarBjos
Á porta do futuro nos encontramos entre receosos e inquietos...
ResponderEliminarQue a tua se abra largamente!
as cidades constroem o seu futuro ignorando realidades do seu presente, os mendigos, os sem-abrigo, os que buscam apenas «uma sede», breves desejos amargados em lágrimas.
ResponderEliminarbelo poema, forte e actual.
três vezes subscrevo a isabel do piano :) querida graça, que bom poder tê-la aqui perto de nós :)
ResponderEliminarMuito bonito.
ResponderEliminarVim só saber como estavas.
ResponderEliminarAbraços.
Muito bonito, Graça.
ResponderEliminarUm abraço.
Graça: somos mesmo personagens...dessa história imprevisível que é a vida...
ResponderEliminarAbraços diretamente d meu Cotidiano que agradece a sua presença.
Simpática Amiga:
ResponderEliminarDe noite ou de dia a sua chuva de lágrimas encanta.
Que deslumbre de palavras versejadas e que vivem de um momentâneo doce sentimento.
Palavras que expressam um sentir, um ser, um instante seguido de instantes de desejo, carinho e delícia.
Excelente. Adorei!
Um Bem-Haja gigantesco de amizade e estima.
Beijinhos amigos de ternura.
Escreve majestosamente ao deslizar terno da pena. Com talento! Encanto tanto que enternece.
pena
A noite engana muito. Os gestos nocturnos parecem reais mas o sol aparece e confunde-se tudo
ResponderEliminarFermoso título para un post tan sutíl!!!.
ResponderEliminarApertas linda.
:)
Um choro belíssimo. Comovente.
ResponderEliminarUm beijo.
Gostei imenso das palavras de cada um de vocês. Bem-hajam. Um beijo a todos.
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