Em horas escolhidas ao acaso
recordo palavras que me trazem
outras palavras, outros sons,
outras sombras;
palavras redondas como os seios
das meninas, em cujos olhos
se anuncia um brilho inquietante;
palavras que resvalam pela fala
e transformam o vulto
incerto das mãos em pássaros
ébrios de fogo, ou explodindo de luz
como se fossem astros;
palavras sangrando na boca,
ou um desvio, tecido às cegas,
para deixar entrar a noite.
Graça Pires
De Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos, 2007
recordo palavras que me trazem
outras palavras, outros sons,
outras sombras;
palavras redondas como os seios
das meninas, em cujos olhos
se anuncia um brilho inquietante;
palavras que resvalam pela fala
e transformam o vulto
incerto das mãos em pássaros
ébrios de fogo, ou explodindo de luz
como se fossem astros;
palavras sangrando na boca,
ou um desvio, tecido às cegas,
para deixar entrar a noite.
Graça Pires
De Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos, 2007
palavras redondas
ResponderEliminar---------
Palavras que rodopiam, e não há maneira de lhes chegar.
Felicidades.
Manuel
palavras como lâminas de cristal. vibrantes e belas...
ResponderEliminar"palavras redondas como os seios
ResponderEliminardas meninas, em cujos olhos
se anuncia um brilho inquietante;"
e como estas palavras ficaram cá dentro a bater forte nas memórias. As palavras, sempre elas, fugidias e imprescindíveis.
Deixa ficar comigo a madrugada
ResponderEliminarÉ noite de lua cheia
abracinho
*
xi
*
Palavras...tão grande o seu poder!
ResponderEliminarBeijinhos
Palavras que dissemos, palavras que calámos, palavras que nos trazem o eco de outras palavras, como uma referência ou um lema, ou, tão somente, como uma saudade.
ResponderEliminarBeijinhos
Acidentalmente esbarrei num blog de alguem que faz parte do universo de pessoas que respeito por serem genuínas e ponderadas.
ResponderEliminarAbraço, Graça.
Il est intérressant ton blogue. Bravo.
Trançando memórias que se ligam até ao tempo das "palavras redondas", da plenitude, do tempo sem rasuras, perfeição que o globo da fotografia ilustra. Palavras pregnantes, capazes de transformas vultos incertos em pássaros de fogo. A poesia, enfim, não é essa a magia que se faz com palavras? :)
ResponderEliminarUm beijo, uma boa semana, Graça
A palavra é a ferramenta do poeta. E você sabe usá-la como poucos, conseguindo criar belas esculturas de letras e sentimentos.
ResponderEliminarGrande abraço
Elizabeth F. de Oliveira
Sou responsável pelo 'Podcast' "Sons da Escrita" e gostava muito de fazer um ciclo de programas com textos seus.
ResponderEliminarComo não consegui o seu endereço de email, socorri-me desta estratégia para entrar em contacto consigo. Se quiser fazer uma avaliação dos "Sons da Escrita", este é o endereço de onde pode partir:
http://web.mac.com/mnemosine/Podcasting
O meu email é: mnemosine@mac.com.
(Claro que este 'post' é para apagar!)
palavras de arremesso que saem para sepultar quem queremos desviar pela boca
ResponderEliminarLindo poema, mais uma vez.
ResponderEliminarQue 2008 te traga a publicação do livro que tanto mereces!!
Beijos.
Um belo poema sobre as palavras.
ResponderEliminarElas são grande parte das nossas vidas. Por isso também lhes dedico afeição (e alguns poemas).
Bem haja
palavras... palavras que unes e dás cor, vida e sentido...
ResponderEliminarabraço
palavras sangrando na boca,
ResponderEliminarou um desvio, tecido às cegas,
para deixar entrar a noite.
______________________
______________________
depois "disto"....
só resta silenciar-me.
beijo-te.
Palavras ditas num outro tempo, num outro espaço, num labiritnto de sentimentos cuja saída ignoramos.
ResponderEliminarPalavras que, muitas vezes, são o que nos resta.
Não é?
Outro belo (mas triste) poema.
Doce e Simpática Amiga:
ResponderEliminarAs suas brilhantes palavras de poetisa doce e terna encantam.
Servem para sonhar e sonhar...!
Tudo é belo quando o dia e a noite entram nelas e decoram a Alma. Uma Alma enorme num coração gigantesco que é o seu.
Obrigado por poetizar tão bem o sonho inconformado dos poetas.
Nunca serei um poeta.
Esses choram. Riem. Estão tristes e alegres.
Inconformados por não compreender a existência, doce, afável, que prima pela delícia e maravilha, como você é.
Parabéns.
Gostava de ser um poeta. Sonho muito as ideias. O sentimento. O pensar.
Obrigado por decorar ternamente o meu "cantinho" pela força expressiva de lindas palavras. Magníficas.
Beijinhos amigos sentidos e puros
pena
Viva!
ResponderEliminarSó para te abraçar!
Palavras em horas ao acaso que se tornam em belo poema! Beijos.
ResponderEliminarObrigada a todos vocês que amam as palavras. E se servem delas para dizer o que sentem. E as lêem nos poemas que eu escrevo e nos que os outros escrevem. E as usam com coragem, com amor, com mágoa, com alegria.
ResponderEliminarBem-hajam pelas palavras que me deixaram aqui. Um beijo a todos.
com palavras (o teu dom das palavras) escreves sobre palavras (a memória das palavras, no que que são brilho, êxtase, sangue na boca, amor e desamor, alegria e dor,...).
ResponderEliminarPalavras embebidas em mel de romantismo... sabe bem lê-las... e saboreá-las!
ResponderEliminarLuz da Manhã espera-te lá em casa. Agradeço que a aceites.
ResponderEliminarSemana de Luz!
palavras que entraram na noite e me encantaram
ResponderEliminarobrigada Poeta, por partilhares o que tão bem sabes fazer
abraço-te com ternura Graça Pires
um beijo
lena