Edouard Boubat
Sinto, poro a poro, a alucinação
vegetal da terra, tecendo os seixos
cativos do orvalho, ou lambendo os mastros
por onde passa o vento norte.
Sei que, as mãos férteis das nascentes,
derramam, entre as pedras, um mel diluído,
na secreta explosão da haste dos salgueiros.
Deixem-me dizer palavras sem sentido,
até esquecer o nome,
pelo qual regressei ao tempo das seduções.
Nenhum culto me absolve do detalhe
Sei que, as mãos férteis das nascentes,
derramam, entre as pedras, um mel diluído,
na secreta explosão da haste dos salgueiros.
Deixem-me dizer palavras sem sentido,
até esquecer o nome,
pelo qual regressei ao tempo das seduções.
Nenhum culto me absolve do detalhe
em que comecei a preparar
a melancolia deste instante?
Graça Pires
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
A melancolia, instalada na alma, dói mas a poesia que dela emana é seiva que nos alimenta.
ResponderEliminarBeijinhossss
Todos estes poemas são de 1ª.
ResponderEliminarParabéns.
apetece-me apropriar-me das palavras de herberto para assim dizer da ardente melancolia deste instante, querida graça. poro a poro. um grande beijinho.
ResponderEliminarSimpática Amiga:
ResponderEliminarUm melancolia doce de um instante num detalhe puro de um culto que a absorve deliciosa e maravilhosamente.
Um poema alucinante de si e da beleza que partilha.
Gostei muito. Mesmo muito!
É rica em detalhes que sensibilizam e cativam.
O poema vive de palavras complexas num poema complexo, mas terno e belo.
Parabéns sinceros.
Bj amigos de estima que respeitam
pena
nunca. nunca irei esquecer o teu nome.,
ResponderEliminarpelo que dás.
pelo que és.
pelo que escreves. pelo que transportas.
Graça....muito e muito obrigada.
nunca. nunca irei esquecer o teu nome.,
ResponderEliminarpelo que dás.
pelo que és.
pelo que escreves. pelo que transportas.
Graça....muito e muito obrigada.
melancolia, como eu a conheço. De vez em quando isntala-se em mim, tipo um parasita e tenho que fazer um esforço sobre humano para a mandar embora.
ResponderEliminarContrariada lá vai; mas sempre com aquele sorriso cínico que me diz: descuida-te e eu volto...
"Deixem-me dizer palavras sem sentido, até esquecer o nome".
ResponderEliminarMuito tocante.
Simplesmente divinal...assim se faz a poesia...da melancolia.
ResponderEliminarJinhos mil
e para que queres os cultos? deixa-os suspensos, nos salgueiros ou nos álamos, tanto faz...
ResponderEliminarUm instante tão eterno. Tão belo. Tão forte de imagens e seduções de palavras. Um abraço.
ResponderEliminarTodas as palavras sem sentido têm uma doce sedução...
ResponderEliminarGostei. Posso voltar?
"...as mãos férteis das nascentes..."
ResponderEliminarExcelente metáfora! poderosa...
O poema é profundo e a fotografia belíssima.
Beijos
Teresa P.
vibrante como húmus na espera da semente... em secreta explosão!
ResponderEliminarbeijo
gosto desta lucidez vegetal...plena intensa que brota da terra e nas palavras atinge maior vigor!
ResponderEliminarNuca dizes palavras sem sentido...
ResponderEliminarabraço Graça
Tão calada,
ResponderEliminarmergulhada em seu segredos ocultos
que por vezes, no brilho de seu olhar se revelam...
Ou então,
quando sua respiração se faz mais forte, mais profunda...
Sei que é o seu amor,
o seu verdadeiro e sincero amor.
a alucinação vegetal da terra não é uma alucinação mas a vontade da natureza incluir-nos dela, nós que estamos sempre tão distantes.
ResponderEliminarPor mais tempo que passe, nunca se consegue esquecer o(s)tempo(s)das seduções, nem o(s)seu(s)objecto(s).... e ainda bem!
ResponderEliminarBeijo e obgd. pela visita.
Maria Mamede
Quando se ama e se é feliz, proferimos muitas palavras sem sentido mas que podem encher a nossa alma de SENTIDO.
ResponderEliminarContinue no tempo de sedução e
Seja Feliz!
Sensacional Amiga:
ResponderEliminarHoje, não venho comentar o seu terno, mágico de beleza e talentoso Post.
Venho lhe expressar um maravilhoso fim-de-semana excelente com tudo de maravilhoso que amplamente merece.
Bejinhos amigos de muita estima
pena
Palavras que me tocaram as que, aqui, todos vocês deixaram ficar. Bem hajam! Beijos.
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