QUE FORMALISMO?
De lamber as palavras como se
rasas de silêncio elas fingissem
e não se trucidassem contra o vento
e não voassem fundo
e não ferissem?
De afagar as palavras como se
um aguçado arame não
nos arranhasse
e não despisse em nós
a veste que se cola,
a casca da aparência?
De alisar as palavras como se
não fosse duro e fundo
o solo de onde partiram
e o lancinante grito
que lá mora?
É sempre um homem que
por elas fala,
é sempre um coração
que aí adeja!
João Rui de Sousa
In: Quarteto para as próximas chuvas. Lisboa: Dom Quixote, 2008
Conheço pessoalmente o autor.
ResponderEliminarA 1ª vez que falei com ele foi no ano já distante de 1961, ou 1962.
É um dos grandes poetas da nossa língua.
Cumprimentos
não conhecia este autor e gostei de ler, graça, um beijinho.
ResponderEliminarEstudei o acordo ortográfico.
ResponderEliminarBoa semana é o que lhe desejo.
As palavras...
ResponderEliminar"É sempre um homem que por elas fala,
é sempre um coração que aí adeja."
Perfeito...
Beijo.
Como gostei!
ResponderEliminarLinda Amiga:
ResponderEliminarAfaga o informalismo das palavras com a pureza e beleza de um lindo ser/sentir.
Provoca um sentimento profundo. Lindo. Magnífico. Doce.
As palavras vibram em harmonia fantástica.
Palavras perfeitas numa perfeita pessoa.
Admiro-a e ao seu poder expressivo.
Excelente! Beijinhos de amizade que respeita.
Sempre a nutrir po si enoeme estima
pena
Tão lindo este poema!!! Adorei!! Beijinhos
ResponderEliminargostei imenso... e por ser um coração, de homem ou mulher, afagam-se, lambem-se, alisam-se... tudo se faz às palavras... o sangue corre pelo coração
ResponderEliminarbeijo
luísa
este livro do Poeta João Rui de Sousa, é muito recente, penso que tem dias. já o acariciei, mas ainda não veio fazer-me companhia
ResponderEliminartenho só um livro do poeta
este poema é lindo e carregado de sentires
deixo-lhe um dos seus poemas que gosto muito:
Ascensão
Beijava-te como se sobe uma escadaria:
pedra a pedra, do luminoso para o obscuro,
do mais visível para o mais recôndito
-até que os lábios fossem
não o ardor da sede, nem sequer a magia
da subida,
mas o tremor que é pétala do êxtase,
o lento desprender do sol do corpo
com o feliz quebranto dos meus dedos.
João Rui de Sousa
é com prazer que aqui passo e vou sempre mais "rica"
um terno abraço
beijinhos
lena
Grande poema do (finalmente) reconhecido e grande João Rui de
ResponderEliminarSousa... Chegou tarde ao topo por
ser demasiado discreto, quando isso
acontece é sempre bom sinal, porque
os meteoros não ficam muito tempo lá em cima. Um grande poeta a quem
devo alguns gestos de solidariedade
e, até mesmo, de amizade...
Um beijo, Graça.
as palavras no coração do homem. apenas os poetas podem sonhar...
ResponderEliminarmuito belo.
alisar assim as palavras é mesmo para quem sabe. como ELE!!!!
ResponderEliminarbeijo Graça. Afectuoso.
e obrigada.
o poder e o efeito das palavras!
ResponderEliminarmuito bom.
não conhecia este poeta
ResponderEliminarNão conheço este autor...ma fico atento...
ResponderEliminarDoce beijo
As palavras e o seu poder na boca deste homem que tão bem as sabe conjugar.
ResponderEliminarBeijinhos