22.6.08

Memórias de Dulcineia II

Daniel Garber
Ninguém imagina
por quantos lugares
a noite me encontrou
em retirada.
Comecei a ler romances de cavalaria
para não temer o peso da saudade
que se me alojava na alma.
Prendi à cintura o cheiro
do feno e da alfazema
e deixei que as minhas ancas
tomassem a forma dos moinhos,
para que o vento se inquietasse
com a minha sombra.


Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008

28 comentários:

  1. belas imagens, que redundam num poema de fantasias.

    beijo.

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  2. que bela dulcineia...

    abraço Graça

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  3. Só se perde, verdadeiramente, quem se perde de si. Estou a (re)ler a tua poesia, devagar e repetidamente, para melhor te encontrar/entender.

    Nunca me desiludes. E os moinhos - todos eles, mesmo os imaginários - nunca são inúteis nem demais.

    Um beijo

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  4. É um poema muito lindo dos ventos e dos risos de fantasia que giram em torno dos moinhos e que habitam na noite dos seus sonhos e fazem durante o dia despertar tantas madrugadas...

    delicioso o poema e ternurenta a imagem.

    Beijinho

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  5. quase um poema, quase um monólogo...

    beij

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  6. Simpática Amiga:
    Um terno e lindo poema bem ao seu estilo muito sensível e doce.
    Lida com as palavras com um à vontade admirável.
    A noite. Os romances. A saudade imensa.
    Tudo se conjuga harmoniosamente neste genial e sublime poema de enternecer.
    Adorei, com sinceridade.
    O seu Ser é puro e magnífico e expressa doçura e encanto em lindos e criativos poemas que sente profundamente.
    Beijinhos de admiração e pasmo pela beleza do que carinhosamente concebe.

    Sempre a estimá-la

    pena

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  7. foste encontrada pela noite no relento
    sem que tenha partido em teu alcance
    menina em alvoroço na idade do romance
    querendo ver levada pelo vento


    gostei muito das tuas palavras, graça
    um abraço

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  8. Uma aventura, num poema envolto em mistério, mas que termina serenamente lendo "romances de cavalaria", junto a um recanto magnífico, o local ideal para ler e sonhar...junto de uma janela...de sonho!
    Bj.

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  9. Querida Graça, esse poema é, como todos os seus outros, belíssimo. Beijão do seu fã.

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  10. " deixei que as minhas ancas
    tomassem a forma dos moinhos,
    para que o vento se inquietasse
    com a minha sombra"


    .


    re.maravilha!!!!



    G R A Ç A....

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  11. tenho estado a imaginar o vento sobre o moinho, o movimento deste enquanto as suas mãos escrevem :) o poema resulta de uma dança como essa! um grande beijinho, graça*

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  12. "deixei que as minhas ancas tomassem a forma de moinhos..."

    Simplesmente maravilhosa esta Dulcineia!
    Beijo

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  13. moinhos que moem muito bem. o trigo da palavra poética. perfumada.como o feno outonal...

    saborosos tais moinhos. de inquietas sombras. ávidas de sol...

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  14. Quer espreitar o projecto do meu novo "profile"?

    Muito obrigada.

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  15. e reinventei-me.

    na voz do vento.

    à sombra.

    de moinhos. na anca do sonho.

    vergo-me.

    maré

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  16. É muito belo este teu poema!! Adorei. Beijinhos.

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  17. Os livros aliviam-nos sempre o peso
    da saudade, sobretudo os livros de rara beleza, como este...
    1 bj.

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  18. Graça, as imagens que crias me provoca saudades de algo que ainda não encontrei decerto. Difícil explicar.
    beijo no coração

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  19. Passei para ler o poema e deixar um beijinho.

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  20. Muito belo e divino esse poema.
    Parabéns.
    Voltarei mais vezes.
    beijos da amiga
    Regina Coeli.
    Te aguardo no meu cantinho.

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  21. Ninguém imagina em quantos lugares Quixote te avistou...

    O meu grande apreço, Graça.

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  22. Hoje o Sol pintou de luz o verde
    As hortênsias são nuvens na terra
    Plantadas por um deus romântico
    No sortilégio que esta ilha encerra


    Um sol de vida


    Um mágico beijo

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  23. Belo poema, Graça.
    Encontrei seu blog por um comentário da Soledade Santos.
    Foi muito bom tê-lo encontrado.

    Beijinhos.

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  24. Querida Poeta Graça

    tentei imaginar noites de saudade, sentir o cheiro a alfazema, a sombra, o bater das pás de um moinho longínquo

    mas só a consegui senti-la a si dentro do poema ...

    magníficos versos que inquietam até a sombra...

    tão profundo entre imagens

    um abraço terno e o encanto delicioso de a ler

    beijinhos

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  25. Eu estou nesse grupo, daquelesque não imaginam.
    Mas integro ambem o outro, daqueles que gostaram imenso ter lido este poema.

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  26. Imagem perfeita para uma Menina-Mulher que sonha...

    "...Comecei a ler romances de cavalaria
    para não temer o peso da saudade
    que se me alojava na alma."


    E a "minha" Dulcineia acompanha-me nas palavras que adoro ler...

    Grata por a partilhar, comigo e com tantos, que também a admiram.

    Um abraço carinhoso ;))

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